Ironia e genealogia em A estranha nação de Rafael Mendes, de Moacyr Scliar
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.3.4.19-27Palavras-chave:
Moacyr Scliar, Ironia, GenealogiaResumo
A ironia tem, no romance, a capacidade de promover a desconstrução das hierarquias, impedindo a linearidade e a concepção histórica de progresso. Este artigo analisa como a ironia, a partir da idéia de "acontecimento" e "cena", de Linda Hutcheon, seria inerente ao conceito moderno de genealogia, que questiona a crença em uma origem absoluta, no romance A estranha nação de Rafael Mendes, de Moacyr Scliar.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Epos e Romance. In: Questões de literatura e de estética. Trad. Aurora Fornoni Bernadini. São Paulo: Hucitec; Unesp, 1993. p. 297-428.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de História. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 222-232.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Trad. Do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. GORGULHO, G. da S.; STORNIOLO, I.; ANDERSON, A. F. (Coord.). São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional/Paulus, 1985.
BORGES, Jorge Luis. O escritor argentino e a tradição. In: Obras completas de Jorge Luis Borges I. São Paulo: Globo, 1998, p. 288-296.
CORNELSEN, Elcio Loureiro. Infância e espacialização do bairro judeu nos romances Bom Retiro, de Eliezer Levin e A Guerra no Bom Fim, de Moacyr Scliar. Revista do Centro de Estudos Portugueses, Belo Horizonte, v. 26, n. 35, p. 97-105, 2006.
CULLER, Jonathan. Sobre a desconstrução. Trad. Patrícia Burrowes. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.
CUNHA, Eneida Leal. O imaginário brasileiro entre a genealogia e a história. In: CUNHA, Eneida Leal. Estampas do imaginário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. p. 83-120.
DELEUZE, Gilles. O trágico. In: Nietzsche e Filosofia. Trad. Antônio M. Magalhães. Porto, 2001.
ECO, Umberto. Antiporfírio. In: ECO, Umberto. Sobre os espelhos e outros ensaios. Trad. Beatriz Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. p. 316-341.
FOUCAULT, Michel. Nietzsche, a Genealogia, a História. In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Ditos e Escritos. Trad. Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, vol. 2, p. 15-38.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade. Trad. Maria Thereza da C. Albuquerque & J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Memória e Libertação. In: Walter Benjamin. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 7-19.
GENEALOGIA. In: HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
HOBSBWN, Eric; RANGER, Terence (Org.). A invenção das tradições. Trad. Celina Cardim Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, p. 1440.
HUTCHEON, Linda. Teoria e política da ironia. Trad. Julio Jeha. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.
MELLO, Evaldo Cabral de. O nome e o sangue: uma fraude genealógica no Pernambuco colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
MUECKE, D. C. Ironia e o Irônico. Trad. Geraldo Gerson de Souza. São Paulo: Perspectiva, 1995.
NASCIMENTO, Lyslei de Souza. Genealogias judaicas na América Latina. In: MENDES, Eliana A. de M. & OLIVEIRA, Paula M. & BENN-IBLER, Veronika (Org.). Revisitações. Edição comemorativa 30 anos. Belo Horizonte: UFMG/FALE, 1999, p. 281-289.
NIETZSCHE, Friederich Wilhelm. Genealogia da moral. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
NIETZSCHE, Friederich Wilhelm. Verdade e mentira no sentido extra-moral. In: Obras incompletas / Friedrich Nietzsche. Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho.São Paulo: Abril Cultural, 2000, p. 51-60.
SAMARKAND. In: Só Arquitetura. Disponível em: Acesso em 20 set. 2008.
SCLIAR, Moacyr. A estranha nação de Rafael Mendes. São Paulo: Círculo do Livro, 1983.
SOUZA, Márcio & SCLIAR, Moacyr. Entre Moisés e Macunaíma. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.
WALDMAN, Berta. Mote e Glosas. Xingu, um bom retiro. In: Entre passos e rastros. São Paulo: Perspectiva, 2003. p. 106-112.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.