Subvertendo a escrita e a história: um olhar contemporâneo sobre a antiguidade bíblica em "A mulher que escreveu a Bíblia"
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.6.11.71-75Palavras-chave:
Bíblia, Ficção, Escrita, HistóriaResumo
A temática bíblica está presente em várias obras do escritor judeu-gaúcho-brasileiro Moacyr Scliar (1937-2011) desde o início de sua carreira. Entretanto, tal temática ocupará um papel central nas narrativas apenas nos últimos romances publicados em vida pelo autor. Neste artigo, analisarei somente o romance A mulher que escreveu a Bíblia (1999), embora aquilo a que chamo de “tríade bíblica scliariana” conte ainda com os romances Os vendilhões do Templo (2006) e Manual da paixão solitária(2009). As três obras têm em comum o fato de serem construídas por meio da recriação, reinvenção e ficcionalização do mundo, episódios e personagens bíblicos a partir de um olhar contemporâneo. Assim, vemos surgir nas narrativas os grandes tópicos de nosso tempo, como as questões de gênero e sexualidade, os papéis familiares, intolerância religiosa, poder e corrupção e a dimensão errática e plural da História, entremeados e enlaçados ao olhar que supostamente os contemporâneos dos fatos narrados na Bíblia e os contemporâneos de sua escritura e da canonização de seus livros tinham dos mesmos. Ao proceder tal mescla de olhares e de procedimentos narrativos, Scliar constrói narrativas de alcance universal que, não obstante, muito revelam da cultura e da sociedade brasileiras.
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Referências
BLOOM, Harold. The Book of J. (Traduzido do hebraico por David Rosenberg e interpretado por Harold Bloom). New York: Grove Press, 1990.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. v. 1.
SCLIAR, Moacyr. Cenas da vida minúscula. 3. ed. Porto Alegre: L&PM, 2003.
SCLIAR, Moacyr. A mulher que escreveu a Bíblia. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
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