Desterritorializando e reterritorializando um shtetl nos trópicos. Leitura do romance A guerra no Bom Fim, de Moacyr Scliar

Autores

  • Soraya Lani Universidade Michel de Montaigne Bordeaux

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.7.13.149-166

Palavras-chave:

Territorialização, Hibridação, Moacyr Scliar

Resumo

A noção de fronteira, vista como um limite fixo, imóvel, vem dando lugar no discurso da pós-modernidade a espaços itinerantes em que se destacam relações identitárias transitórias, fluidas, errantes, marcadas pela pluralidade das travessias culturais. Apoiando-nos no conceito de desterritorialização/reterritorialização criado por Gilles Deleuze e reavaliado por Néstor García Canclini, o presente artigo analisa as diferentes etapas de tal processo no romance A guerra no Bom Fim (1972), de Moacyr Scliar.

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Biografia do Autor

Soraya Lani, Universidade Michel de Montaigne Bordeaux

Mestre (2007) e Doutora (2012) em Literatura Brasileira pela Universidade Michel de Montaigne Bordeaux 3, na França. Também é membro do grupo de pesquisa AMERIBER da mesma universidade, onde ocupa o cargo de Leitora de Português, lecionando disciplinas como Civilização, Economia e Literatura Brasileira.

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Publicado

2013-10-30

Como Citar

Lani, S. (2013). Desterritorializando e reterritorializando um shtetl nos trópicos. Leitura do romance A guerra no Bom Fim, de Moacyr Scliar. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 7(13), 149–166. https://doi.org/10.17851/1982-3053.7.13.149-166