Eclesiastes, um diálogo entre dois sábios: O-Que-Sabe & Haroldo de Campos

Autores

  • Izabela Leal Universidade Federal do Pará
  • Márcio de Carvalho Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.20.131-146

Palavras-chave:

Qohélet, Transcriação, Haroldo de Campos

Resumo

Pretendemos refletir acerca da transcriação poética do livro Eclesiastes, pertencente ao cânone da Bíblia, empreendida pelo poeta Haroldo de Campos em Qohélet/O-Que-Sabe Eclesiastes: poema sapiencial (1991). A relevância dessa obra seminal para a tradução bíblica no país está na deliberação em respeitar a respiração prosódica e a disposição tipográfica da composição, originalmente escrita em hebraico. Trata-se de uma prática de tradução criativa, que se executa como processo de antropofagia e recriação, contribuindo assim para a constituição de uma literatura nacional, brasileira, sendo um ato de devoração crítica do outro e assimilação do estrangeiro. A tradução de Haroldo de Campos será por fim posta frente à edição da Bíblia mais difundida no país, a de João Ferreira de Almeida.

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Biografia do Autor

  • Izabela Leal, Universidade Federal do Pará

    Professora de Literatura Portuguesa na Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA. Doutora em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

  • Márcio de Carvalho, Universidade Federal do Pará

    Especialista em hebraico antigo pela ESTEBE (Escola de Teologia e Estudos Bíblicos) e pesquisador PIBIC/FAPESPA.

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Publicado

2017-06-07

Como Citar

Eclesiastes, um diálogo entre dois sábios: O-Que-Sabe & Haroldo de Campos. (2017). Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 11(20), 131-146. https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.20.131-146