Eclesiastes, um diálogo entre dois sábios: O-Que-Sabe & Haroldo de Campos
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.20.131-146Palavras-chave:
Qohélet, Transcriação, Haroldo de CamposResumo
Pretendemos refletir acerca da transcriação poética do livro Eclesiastes, pertencente ao cânone da Bíblia, empreendida pelo poeta Haroldo de Campos em Qohélet/O-Que-Sabe Eclesiastes: poema sapiencial (1991). A relevância dessa obra seminal para a tradução bíblica no país está na deliberação em respeitar a respiração prosódica e a disposição tipográfica da composição, originalmente escrita em hebraico. Trata-se de uma prática de tradução criativa, que se executa como processo de antropofagia e recriação, contribuindo assim para a constituição de uma literatura nacional, brasileira, sendo um ato de devoração crítica do outro e assimilação do estrangeiro. A tradução de Haroldo de Campos será por fim posta frente à edição da Bíblia mais difundida no país, a de João Ferreira de Almeida.
Downloads
Referências
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Trad. Jacó Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1987.
BÍBLIA. A. T. Eclesiastes. BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1966.
BÍBLIA. Português. Edição pastoral. São Paulo: Paulus, 1991.
BORGES, Jorge Luis. Ficções. Trad. Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CAMPOS, Haroldo de. Texto e história. In: ______. A operação do texto. São Paulo: Perspectiva, 1976.
CAMPOS, Haroldo de. Poética da tradução. In: ______. A arte no horizonte do provável. São Paulo: Perspectiva, 1977.
CAMPOS, Haroldo de. Qohélet = o-que-sabe: eclesiastes: poema sapiencial. São Paulo: Perspectiva, 1991.
CAMPOS, Haroldo de. Da tradução como criação e como crítica. In: ______. Metalinguagem e outras metas. São Paulo: Perspectiva, 1992.
CAMPOS, Haroldo de. Arno Holz: da revolução da lírica à elefantíase do projeto. In: ______. O arco- íris branco. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
CAMPOS, Haroldo de. Bere’shith: a cena da origem. São Paulo: Perspectiva, 2000.
CHOURAQUI, André. La Bible traduite et commentée. Paris: J. Cl. Lattes, 1992.
FURLAN, Mauri. A Teoria de Tradução de Lutero. In: ENDRUSCHAT, Annette. SCHÖNBERGER, Axel. Übersetzung und Übersetzen aus dem und ins Portugiesische. Frankfurt: Domus Editoria Europaea, 2004.
FRYE, Northrop. The Great Code: the bible and literature. Toronto: University of Toronto Press, 2006.
LEAL, Izabela. O coreógrafo da dança das linguagens: Haroldo de Campos, tradutor do Eclesiastes. In: TORRES, Marie-Helene; DE FREITAS, Luana Ferreira; MONTEIRO, Julio Cesar Neves (Org.). Clássicos em tradução, rotas e percursos. Florianópolis: Copiart, 2013.
KELLEY, Page. Hebraico Bíblico: uma gramática introdutória. Trad. Mane Ann Wangen Krahn. São Paulo: Vida, 1998.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1994.
VENUTI, Lawrence. Translation, Community, Utopia. In: ______. The translation studies reader. London/New York: Routledge, 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.