Vicissitudes da linguagem de Deus (por uma semiótica do aleph imaginário de Xul Solar e Jorge Luis Borges)

Autores

  • Alcebiades Diniz Miguel

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.12.23.2-13

Palavras-chave:

Hebraico, Jorge Luis Borges, Xul Solar

Resumo

Este artigo trata de um estudo sobre a percepção do hebraico não somente como um sistema de signos, mas como cifras, isto é, como elementos de um sistema secreto disponível apenas em parte para a compreensão imediata, havendo camadas simbólicas complexas, voltadas para outros olhos interpretativos nas letras e demais grafismos da língua. Essa percepção foi desenvolvida por alguns autores de vanguarda e foi central para a configuração visionária e/ou narrativa de Jorge Luis Borges e seu “mestre”, Xul Solar. O hebraico, nas formulações desses escritores surgia como uma espécie de paisagem crepuscular, de miragem no horizonte interpretativo, no momento em que a própria Palavra parece se desfazer, nos liames tanto da construção narrativa quanto da formulação linguística que torna concreta uma paisagem puramente abstrata, visionária.

 

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Biografia do Autor

Alcebiades Diniz Miguel

Doutor em Teoria da Literatura e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas.

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Publicado

2018-11-28

Como Citar

Miguel, A. D. (2018). Vicissitudes da linguagem de Deus (por uma semiótica do aleph imaginário de Xul Solar e Jorge Luis Borges). Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 12(23), 2–13. https://doi.org/10.17851/1982-3053.12.23.2-13