Apresentação
Palavras-chave:
Arquivo MaaraviResumo
O arquivo latino-americano de literatura e de arte judaica apresenta-se como um concerto de múltiplas vozes que, para além da imigração, muitas vezes forçada pela intolerância religiosa, política e étnica, constitui uma condição identitária híbrida que potencializa a expressão. Temas importantes como o exílio, a herança bíblica e a shoah são recorrentes nesse acervo. Dos importantes escritores argentinos, como Alberto Gerchunoff, considerado o pai da literatura de imigração judaica na América e seus "gaúchos judíos"; o poeta Juan Gelman, de origem askenazi, que escreveu, em judeu espanhol, vários poemas que foram magistralmente musicados em Una mano tumó l´otra; "O gueto", da poetiza Tamara Kamenszain; "a saga do marrano", de Marcos Aguinis; a obra de Gabriela Avigur-Rotem. Escritores não judeus encontraram, ainda, na cultura, religião e tradição judaicas, metáforas, signos, formas de expressão que alcançaram, na literatura, a máxima expressão, como o conto "O Aleph", de Jorge Luis Borges, por exemplo. No Brasil, os escritores descendentes de imigrantes judeus, como na caracterização de Regina Igel, não são poucos expressivos: Antonio José da Silva, o judeu; Samuel Benchimol, que narra a saga dos judeus no norte do país; Clara Steinberg; Hersch Schwartz; Meir Kucinski; Rosa Palatnik; Adolpho Kishinievski; Baruch Schulman; Abraão Brener; Marcos Jacobovitch; Chaim Rapaport; Isaac Raizman; Leib Malach; Itzkchak Guterman e Josif Landa, que escreveram em ídiche; além da contundência da escritura de Samuel Rawet; da ironia e humor de Jacó Guinsburg; da diversidade da pena de Moacyr Scliar; passando pelas muitas macabeas, de Clarice Lispector; bem como da escrita inteligente e refinada de Cíntia Moscovich; dos livros infanto-juvenis de Tatiana Belinki; da crônica do cotidiano de Eliezer Levin e Samuel Malamud; só para citar alguns. Vale também lembrar, a presença judaica em inúmeras obras de escritores não judeus, como em Machado de Assis, Gonçalves Dias, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e Vinícius de Moraes. A expressão judaica nas artes plásticas, na música, no teatro e no cinema são, também, incontáveis: o uruguaio Jorge Drexter, com seu "pianista do gueto de Varsóvia"; a ilustradora brasileira Renina Katz; Carlos Scliar; o teatro ídiche, principalmente de São Paulo; além das obras de Sergio Fingermann; Anna Bella Geiger; Luise Weiss; e Leila Danziger.
Downloads
Referências
-
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.