Apresentação
Palavras-chave:
Arquivo MaaraviResumo
"Belo como um leão ao meio-dia". Em vários poemas, contos e conferências, Jorge Luís Borges reitera sua admiração ao Estado israelense. No célebre poema "Israel, 1969", vaticina o destino heróico do novo cidadão judeu em plena Guerra dos Seis Dias: "Serás um israelense, serás um soldado. Edificarás a pátria com lodaçais e a erguerás com desertos. Trabalhará contigo teu irmão, cujo rosto não viste nunca. Uma única coisa te prometemos: teu posto na batalha." Após 60 anos da Independência de Israel, o país inspira escritores e artistas de todo o mundo. Forjada sobre uma antiga tradição, a nação floresce em meio a intrincadas e complexas relações políticas e religiosas. As transformações rápidas e intensas podem ser demarcadas, em um primeiro momento, no período pioneiro, na guerra da independência; depois, na construção do Estado, nas guerras e na imigração. Novos desafios são gerados e superados a partir dessas circunstâncias que provocam uma inquietação constante, fermentando um farto e rico material para a produção literária, artística e cinematográfica. A poesia e a prosa de Israel ou sobre Israel nutrem-se de temas e imagens que vão da Bíblia a outras fontes da tradição judaica como o Talmud, passando pelo legado e da contribuição dos judeus da diáspora, asquenazitas e sefarditas, bem como pela linguagem e ritmo coloquiais, do dia a dia do Israel atual. As artes israelenses, desde o início do século 20, demonstram uma orientação criativa e multicultural, influenciada pelo encontro entre o oriente e o ocidente. A terra e seu desenvolvimento, suas cidades antigas e modernas e tendências estilísticas oriundas dos centros artísticos fora de Israel mesclam-se num mosaico de culturas judaicas e nacionais – seus cidadãos nativos ou oriundos de um sem número de países, falam um sem número de línguas, do hebraico ao alemão, do português ao chinês, do árabe ao iídiche. A paisagem, tanto geográfica quanto culturalmente diversificada e multiétnica do país, exibe-se na pintura, na escultura, na fotografia. O cinema israelense passou por grandes transformações desde os seus primórdios, nos anos 1950. As primeiras películas produzidas e dirigidas por israelenses possuem uma tendência ao heróico, que também marcou a literatura da época. Hoje, os filmes procuram retratar a vida cotidiana em Israel; o destino dos sobreviventes do Holocausto e de seus filhos; as dificuldades dos novos imigrantes; e o conflito árabe-israelense. O sexto número daArquivo Maaravi não se deterá, apenas, à formação de Israel e suas batalhas, entre os lodaçais e os desertos, mas pretende, também, abordar questões contemporâneas nos principais campos de batalha da atualidade: na literatura, na arte e no cinema.
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