O Golem de Borges
Ou Poética e judaísmo
Palavras-chave:
Subcriação, Poética, JudaísmoResumo
Este artigo procura seguir as pegadas de uma declaração de Borges, segundo a qual todos os seus livros são profundamente judaicos, tentando compreender o significado desta afirmação articulando-a à poética borgeana, cujo exemplo seminal e revelador de nosso postulado acreditamos encontrar na leitura simbólica do poema O Golem. Sustentamos que a poética borgeana é de matriz judaica, uma vez que ela se baseia não na criação verbal, nem na construção original de enredos e argumentos literários, mas, sobretudo, na leitura, no comentário de obras lidas, na multiplicação dos comentários e na incessante necessidade de se repetir a narrativa em outros níveis de significado e formas, produzindo relatos e leituras que se distinguem pela diferença na repetição que se criam e afirmam na alteridade do mesmo
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