v. 16 n. 31 (2022): Bestiários: os animais, os monstros e os seres imaginários no arquivo judaico

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Apresentação

Lyslei Nascimento (UFMG)
Susana Skura (UBA)

A revista Arquivo Maaravi recebeu, para este dossiê, artigos sobre animais, monstros e seres imaginários no arquivo judaico.O termo “bestiário” designa, de acordo com o Dicionário de termos literários, “manuscritos medievais compostos por descrições detalhadas do mundo natural e essencialmente animal. Tal como os herbários, que consistiam em listas de ervas, flores e plantas, e os lapidários, que eram compilações de pedras e de fósseis, os bestiários retratavam animais, pássaros e peixes, desde os mais comuns e facilmente reconhecíveis, como o leão, o corvo e o golfinho, até aos imaginários e fantásticos como o unicórnio, a fénix e a sereia”. O versículo “Pergunte à besta e ela te ensinará, e às aves do céu e elas te contarão”, de 12:7, adverte para o efeito pedagógico que o estudo sobre os animais pode adquirir. Desde a Idade Média, os bestiários alcançaram, assim, uma popularidade que só perde para a Bíblia. Como uma espécie de enciclopédia do reino animal, ele servia como um livro de instrução moral e religiosa, ensinando as virtudes humanas por meio de um retrato do comportamento real ou imaginário de um animal. Em A Jewish Bestiary, 2021, por exemplo, Mark Podwal revisita animais, reais e míticos, que capturaram a imaginação judaica ao longo dos séculos por intermédio de representações de criaturas da lenda e da tradição hebraica. Nesse sentido, extraídos de fontes bíblicas, talmúdicas, midráshicas e cabalísticas, na reescrita pela literatura que combina temas judaicos tradicionais aos contemporâneos, os bestiários judaicos são objetos de estudo dos artigos deste dossiê. Sendo assim, além dos relatos sobre o mundo natural e suas catalogações, enumerações e listas de animais, como recurso literário, os bestiários judaicos fazem existir monstros e seres imaginários que, mais do que documentar, explicar ou instruir deixam vislumbrar a diversidade e a multiplicidade dos mitos que neles habitam. Essa edição recebeu, também, resenha, conto, tradução, crônica, fotografia, poemas e charges.

 

Publicado: 2022-12-30

Apresentação

Arte

Artigo-Dossiê

  • As vidas de Leilit na tradução do hebraico para o espanhol

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41222
    Cynthia Gabbay
    3-8
  • O papel da raposa no fabulário judaico medieval

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42277
    José da Cunha Rodrigues
    9-30
  • As várias funções do demoníaco e do sobrenatural em contos de Isaac Bashevis Singer

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42279
    Juliana de Albuquerque
    31-48
  • Zoografia ficcional em Água viva, de Clarice Lispector

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41637
    Katya Queiroz Alencar
    49-64
  • Un bestiario en autores rusos del XX

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.40288
    Laura Estrin
    65-78
  • Mitos e rituais como alguns judaísmos olham alguns animais

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41487
    Marta Francisca Topel
    79-95
  • O Golem de Borges Ou Poética e judaísmo

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41339
    Plinio Toledo
    96-117
  • El perro como figura de la alteridad Samuel Glasserman y Carlos Grünberg

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41966
    Susana Skura, Melina Di Miro
    118-133
  • Der Volf un ciclo de canciones Yiddish

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41874
    Yasmin Garfunkel
    134-147

Artigo-Varia

  • Escritos da inquietude ou a toxicidade do texto em potência

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42280
    Christini Roman de Lima
    148-161
  • Os tabletes de Āl-Yāḫūdu nomes Yhawísticos, ascensão socioeconômica e casamento etnicamente marcado

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41388
    Douglas Pedrosa
    162-177
  • Edmond Jabès encontra o exílio

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42282
    Estevan de Negreiros Ketzer
    178-192
  • O homem que se traduzia escrituras, tradições, atos linguísticos

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42281
    Halina Grynberg
    193-201

Charge

Crônica

  • Lo monstruoso es bello y se parece a un pollo o a una gallina o Crónicas de Pulke

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41239
    Diego Rotman
    204-208
  • Un nuevo episodio del Ratón en Buenos Aires

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41380
    Carlos Masotta
    209-213

Entrevista

  • Do intraduzível e da literatura como versão do mundo odisseia do escritor

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42283
    Lyslei Nascimento, Paulo Rosenbaum
    214-220

Estante

Humor

Poema

  • Lusco-fusco

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42290
    Alfredo Schechtman
    224
  • Abissal

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.42289
    Alfredo Schechtman
    225
  • Creio porque sinto que devo crer

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41310
    Maicon Melito de Souza
    226

Resenha

  • As ideologias destroem as amizades?

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41355
    Sofia Débora Levy
    227-230

Tradução

  • O Rabino (Ha’rabi), de Meir Dizengoff

    DOI: https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.41382
    Meir Dizengoff
    231-240