Judaísmo e cifração lexical da guerra em A cidade sitiada, de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.35699/1982-3053.2024.54959Palavras-chave:
Clarice Lispector, A cidade sitiada, Literatura judaica, condição exílica, linguagem cifradaResumo
Este trabalho pretende investigar sobre o tema do judaísmo e da guerra utilizando-se da cifração lexical, com a presença de hipérbatos que se fazem por associação de ideias presentes em A cidade sitiada, de Clarice Lispector, denotando maior atenção ao capítulo seis, intitulado “Esboço de uma cidade” em que Lispector descreve, subliminarmente, o contexto da Segunda Guerra Mundial, ao compor o estado dos feridos e do espaço que os abrigava para determinados cuidados médicos. Vale lembrar que a autora ajudou datilografando cartas enviadas aos familiares dos soldados brasileiros na Seção Social de Saúde em Nápoles, Itália, durante esse período bélico. Clarice Lispector era judia e, mesmo não manifestando tal condição de maneira fulgente em sua obra nem se considerando uma escritora dessa estirpe, ela constrói de modo intrínseco em sua narrativa uma realidade testemunhal degradante também presente, particularmente, na Literatura da Shoah, ou seja, simbolizada pela catástrofe e destruição das coisas e da vida humana. Este artigo se baseia no método bibliográfico, de vertente dedutiva e analítica, tomando como base a condição exílica e como a narradora elabora, de forma cifrada, uma abordagem do exílio e da Segunda Guerra Mundial. Para tanto, utilizam-se os autores: Antonio Candido (1989), Berta Waldman (2011), Seligman-Silva (2010), Ruth Klüger (2005), dentre outros.
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Referências
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