Testemunho: uma breve reflexão sobre ética e estética na literatura judaica

Autores/as

  • Patrícia Chiganer Lilenbaum Universidade Veiga de Almeida

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.1.1.136-144

Palabras clave:

História, Shoah, Memória

Resumen

Sempre que a Shoah é evocada – tal qual a diáspora e a Inquisição, mas o Holocausto é o mais terrível e mais próximo – seja nas escolas, nas reuniões familiares e comunitárias, dizemos que devemos lembrar para que os fatos não se repitam, pois o esquecimento leva à repetição dos fatos. Se as catástrofes já aconteceram, resta lembrá-las para evitar o seu retorno, e devem-se honrar os que se foram com a afirmação do que aconteceu. A memória assemelha-se à justiça; o ato de Zakhor é escrever a história dos vencidos, destruídos, aniquilados pela marcha da história. Essa escrita, sendo responsável por um acerto de contas – pois é na escrita que a história se desenrola – assume o compromisso ético de lembrar para impedir novas catástrofes.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Patrícia Chiganer Lilenbaum, Universidade Veiga de Almeida

Professora Assistente da Universidade Veiga de Almeida, RJ. Mestre em Literatura Brasileira pela UFRJ e Doutoranda em Literatura Brasileira na PUC-RJ, onde estuda a literatura de expressão judaica de autores brasileiros como Moacyr Scliar, Samuel Rawet e Cíntia Moscovich.

Citas

AGAMBEN, Giorgio. The Man without content. Palo Alto: Stanford UP, 1999.

BADIOU, Alain. Pequeno manual de inestética. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

BINES, Rosana Kohl. A prosa desbocada do ilustre escritor estrangeiro. In: VIEIRA, Nelson & GRIN, Mônica (Org.). Experiência cultural judaica no Brasil: recepção, inclusão e ambivalência. Rio de Janeiro: Topbooks, 2004. p. 197-212.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é filosofia. São Paulo: Ed. 34, 1997.

HARTMAN, Geoffrey. Holocausto, testemunho, arte e trauma. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio. &

NETROVISKI, Arthur (org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p. 207-235.

HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

KIRSCHBAUM, Saul. A volta do errante Samuel Rawet. Revista 18. Ano III. n° 9. São Paulo: Centro da Cultura Judaica, 2004. p. 52-4.

LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

LEVI, Primo. Se não agora, quando? São Paulo: Cia. Das Letras, 1999.

LÖWY, Michael. Redenção e utopia: o judaísmo libertário na Europa Central. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades, Ed. 34, 2000.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

RANCIERE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: Ed. 34, 2005.

RANCIERE, Jacques. Heidegger, filósofo judeu? In: Folha de São Paulo, Caderno Mais, p.3, 4 de setembro de 2005.

RANCIERE, Jacques. Políticas da escrita. São Paulo: Ed. 34, 1995.

RAWET, Samuel. Contos e novelas reunidos. Org. André Seffrin. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. A história como trauma. In: ______. & NETROVISKI, Arthur (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p. 73-97

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Zeugnis e Testimonio: sobre a diferença e a intraduzibilidade entre dois conceitos. In: VIEIRA, Nelson & GRIN, Mônica (Org.). Experiência cultural judaica no Brasil: recepção, inclusão e ambivalência. Rio de Janeiro: Topbooks, 2004. p. 181-196.

VOLPI, Franco. O Niilismo. São Paulo: Ed. Loyola, 1999.

YERUSHALMI, Yosef Hayim. Zakhor. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

Publicado

2007-10-30

Cómo citar

Lilenbaum, P. C. (2007). Testemunho: uma breve reflexão sobre ética e estética na literatura judaica. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 1(1), 136–144. https://doi.org/10.17851/1982-3053.1.1.136-144