O ethos do escritor-locutor e a tradição judaico-cristã na escritura em A hora da estrela: um intercâmbio de discursos e intertextos
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.7.12.58-73Palabras clave:
A hora da estrela, Ethos, IntertextoResumen
O objetivo deste artigo é verificar sucintamente na obra A hora da estrela, de Clarice Lispector (1977), como se revelam intercambiados os ethos do locutor (Rodrigo S. M.) e da escritora e um tipo de ethos da tradição das culturas judaico-rabínicas e cristãs, evidenciados pelos intertextos presentes na narrativa. Também discutiremos como se processa a secularização de alguns desses discursos ontológico-existenciais e religiosos na obra. Para tanto, nos embasaremos em conceitos da Análise do Discurso (AD), desenvolvidos por Dominique Maingueneau, em especial os dos fundamentos de ethos (cena enunciativa composta pela cena englobante, genérica, cenográfica e também pelos enunciados e fiadores). A pesquisa se faz descritiva (documental), pelo método qualitativo-interpretativista. Como resultado, é possível verificar que os ethos pré-discursivos e discursivos dos fiadores Rodrigo S. M. e Clarice Lispector e o ethos judaico-rabínico e cristão na escritura em A hora da estrela se constroem pelas interseções intercambiadas de discursos e intertextos numa perspectiva de um intricado jogo de linguagem e de estratégias linguísticas e literárias que evidenciam a comunicação humana como um complexo processo de variáveis linguísticas, estéticas e ideológico-culturais apreendidas numa situação enunciativo-discursiva.
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