Aspectos intergeracionais da família marrana e o caso dos “abafadores” no conto “Alma-Grande”, de Miguel Torga

Autores/as

  • Jorge Alves Santana Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.9.17.192-208

Palabras clave:

Miguel Torga, Família, Infância

Resumen

Contextos diaspóricos funcionam como dispositivos produtores de subjetivações múltiplas e heterogêneas. No caso das famílias marranas da Península Ibérica, tais quadros psicossociais, que também perfazem a diáspora, são alegorizados por narrativas literárias, como ocorre em O Alma-Grande, de Miguel Torga. Nesse quadro ficcional, com lastros factuais, refletiremos sobre o campo existencial de um abafador e as negociações multiculturais e intergeracionais feitas entre tal personagem e certo núcleo familiar, no qual a infância é colocada em perspectiva central. Essas negociações ocorrem na tentativa de se preservar certa rostidade e, ao mesmo tempo, deslocar tradições para a dimensão das identidades transversais.

 

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Biografía del autor/a

Jorge Alves Santana, Universidade Federal de Goiás

Professor Doutor Associado da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Membro do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística desta Instituição. Pós-Doutor em Letras e Estudos Culturais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Publicado

2015-11-25

Cómo citar

Santana, J. A. (2015). Aspectos intergeracionais da família marrana e o caso dos “abafadores” no conto “Alma-Grande”, de Miguel Torga. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 9(17), 192–208. https://doi.org/10.17851/1982-3053.9.17.192-208