Eichmann aos olhos de Arendt: distanciamento e divagações historiográficas

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.17851/1982-3053.13.25.159-174

Mots-clés :

Adolf Eichmann, Hannah Arendt, Testemunhos

Résumé

Com vistas a contribuir para as discussões acerca da imagem de Adolf Eichmann ilustrada no registro feito por Hannah Arendt em seu julgamento, apresentamos, em contraponto, depoimentos de sobreviventes judeus que, durante a Segunda Guerra Mundial, testemunharam ações de Eichmann que comprovam que ele conhecia o destino de milhões de judeus deportados para campos de concentração e extermínio – ao contrário do que relatou em seu julgamento. A partir deste recorte ilustrativo, são analisadas as características historiográficas dos registros de Arendt, notadamente em seu aspecto teorético, que se afastam de dados e fatos da realidade concreta, conforme vivenciado pelos próprios implicados configurando-se uma revisão de algumas contribuições da consagrada filósofa, as quais deixam entrever lacunas que distanciam a realidade de suas respectivas análises.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Sofia Débora Levy, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em História das Ciências, Técnicas e Epistemologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Bolsista Capes/PNPD.

Références

ADORNO, Theodor W. Minima moralia: reflexões a partir da vida danificada. Trad. Luiz Eduardo Bicca. São Paulo: Ática, 1992.
ALVARENGA, André Luis de Souza. Política e memória em Hannah Arendt. 2019. Dissertação (Mestrado em Memória Social) – Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. Trad. Rosaura Einchenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal [1963]. Trad. Sonia Orieta Heinrich. São Paulo: Diagrama & Texto, 1983.
CHOLAWSKY, Shalom. The Jews of Bielorussia during World War II. New York: Routledge, 2018.
GALLE, Helmut Paul Erich. Anständig geblieben: sobre a autoimagem nas memórias de perpetradores nazistas. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio; GINZBURG, Jaime; Hardman, Francisco Foot (Org.). Escritas da violência. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012. v. 1. p. 90-106.
HILBERG, Raul. La politique de la mémoire. Trad. Marie-France de Paloméra. Paris: Gallimard, 1996.
LEVIN, Nora. The Holocaust: the destruction of European Jewry 1933-1945. New York: Schocken Books, 1973.
LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. Trad. Luiz Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
MILGROM, Frida. Mulheres na resistência: heroínas esquecidas que se arriscaram para salvar judeus ao longo da história. São Paulo: IPSIS, 2016.
MORRE agente do Mossad que capturou Adolf Eichmann. DW, Berlim-Bonn, 24 mar. 2019. Mundo. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2019.
STERN, Laurent. Le don de lacets. Perte et reconquête de la dignité humaine. Trad. Ghislaine Cordina. Mémoires en jeu, Paris, n. 3, p. 114-119, mai 2017.
WIESEL, Elie. Holocausto: canto de uma geração perdida. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Documentário, 1987.

Téléchargements

Publiée

2019-11-30

Comment citer

Levy, S. D. (2019). Eichmann aos olhos de Arendt: distanciamento e divagações historiográficas. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 13(25), 159–174. https://doi.org/10.17851/1982-3053.13.25.159-174