Fazendo da pintura a morada essencial – quatro artistas entre dois mundos

Autores

  • Marlen Eckl Universidade Johannes Gutenberg de Mainz

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.15.143-170

Palavras-chave:

Exílio, Refugiados de nazismo, Arte brasileira

Resumo

Nos anos 30 e 40 do século 20, muitos pintores, artistas plásticos, gráficos, ilustradores, desenhistas e gravuristas judeus fugiram das perseguições nazistas para o Brasil, na sua maioria, vinham impregnados pelos múltiplos repertórios e movimentos modernistas da Europa. Com suas atuações e suas obras, contribuíram para afirmar a arte moderna na arte brasileira, até então dominada pela arte acadêmica. As refugiadas Agi Straus, Alice Brill, Gisela Eichbaum e Eleonore Koch, que chegaram ao Brasil ainda adolescentes ou crianças, fizeram uma carreira bem-sucedida como artistas no país. Em suas obras artísticas reuniram tanto elementos da sua herança cultural judaico-alemã quanto aspetos da formação e da experiência brasileira.

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Biografia do Autor

Marlen Eckl, Universidade Johannes Gutenberg de Mainz

Pesquisadora sênior do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação/Universidade de São Paulo (LEER/USP), doutora em História pela Universidade de Viena/Áustria e mestre em Letras, Estudos Judaicos e Direito pela Universidade Johannes Gutenberg de Mainz/Alemanha.

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Publicado

2014-11-30

Como Citar

Eckl, M. (2014). Fazendo da pintura a morada essencial – quatro artistas entre dois mundos. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 8(15), 143–170. https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.15.143-170