Um estudo de caso sobre recepção dos clássicos no Brasil do século XIX
o inusitado manuscrito da Ilíada na Biblioteca Nacional
Palavras-chave:
Homero, Ilíada, Recepção dos Clássicos, Ramiz Galvão, PaleografiaResumo
Entre os manuscritos depositados no arquivo da Biblioteca Nacional, encontra-se um sem datação e sem local de redação. No banco de dados há apenas a informação de que se trata de um manuscrito da Ilíada de Homero. A análise de uma cópia digitalizada do manuscrito revelou que se trata da tradução completa do Canto XIII da Ilíada. Na última página encontra-se um registro significativo: “Autographo de fr. José de Santa Maria Amaral. É um precioso fragmento de tradução da Ilíada de Homero feita por aquele religioso benedictino e oferecido à Bibliotheca Nacional pelo Dr. Ramiz Galvão”. Ora, quem teria sido o frei José de Santa Maria Amaral? Por que será que se dedicou a traduzir a Ilíada de Homero? São questões sobre as quais se debruça o presente artigo, além de apresentar um trecho da transcrição paleográfica desse manuscrito.
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