Nesse tekohá tem pesquisadoras das etnias guarani e kaiowá

2022-03-08

Temos um mini artigo incrível da Professora Doutora Regiani Magalhães de Oliveira Yamazaki da Universidade Federal da Grande Dourados MS (UFGD), que fala sobre os trabalhos com mulheres indígenas.

Foto: Eduarda Canteiro, acervo da professora Regiane Yamasaki.

Registro no dia 08 de março de 2022 a caminhada que tenho realizado junto com as pesquisadoras indígenas (formadas ou em formação) das etnias guarani e kaiowá do Sul de Estado de Mato Grosso do Sul. A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) tem dois cursos que vêm possibilitando (com muita luta) o protagonismo da mulher guarani e kaiowá na pesquisa. Esses cursos são a Licenciatura Intercultural Indígena e o Mestrado Acadêmico em Educação e Territorialidade. São nesses novos “territórios” que nossas acadêmicas pesquisam as contradições sociais presentes em seu Tekohá. Através do desenvolvimento de pesquisas na área da educação científica, que estão sempre articuladas aos saberes indígenas, que construímos novos olhares sobre os direitos da mulher no tekohá e na universidade. Entre as pesquisas desenvolvidas estão: 1. Violência contra a mulher indígena produzida através das atividades do agronegócio; 2. A mulher indígena e o direito ao tekohá; 3. Violência obstétrica contra a mulher indígena; 4. A não-naturalização da gravidez na infância e adolescência de meninas indígenas; 5. Conhecimentos e práticas das rezadoras guarani e kaiowá (nandecy) sobre as plantas medicinais, bem como, processos de prevenção e cura de doenças entre outros temas. Os objetos de pesquisa desenvolvidos em trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado, por pesquisadoras guarani e kaiowá emergem da violência física e simbólica que historicamente têm marcado seus corpos.  Os desafios para formar pesquisadoras guarani e kaiowá são de distintas ordens (social, política, econômica e cultural), mas, aos poucos, juntas, vamos desatando os nós e fazendo novos laços. E através da luta, da resistência e da resiliência vamos construindo novas histórias de vida, onde a mulher, seja ela indígena ou não, possa ser o que quiser, inclusive cientista!

Esse texto também se encontra em nossas páginas do Facebook e Instagram. Bem como postamos alguns Reels incríveis sobre o Dia Internacional da Mulher, acesse o link, curta e compartilhe nossas redes sociais.