A resistência do Movimento Estudantil
um momento político e de formação humana
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2024.52892Palavras-chave:
resistência, movimento estudantil, Ditadura Militar, Reforma UniversitáriaResumo
Este trabalho se configura como uma revisão de literatura (Acadêmica; Pádua, 2022) e tem como objetivo analisar o papel de resistência do movimento estudantil universitário durante o período da Ditadura Militar no Brasil. A metodologia empregada envolveu a busca e análise de obras nas principais bases de indexação nacionais, como Periódicos CAPES, Scielo, Banco de Teses e Dissertações da CAPES, além de livros de referência na área da história da educação, entre março e maio de 2024, a partir das palavras-chave: resistência, movimento estudantil, Ditadura Militar e Reforma Universitária. Utiliza-se como eixo analítico o conceito de resistência e suas nuances, abordando os diversos atores sociais que estiveram presentes nesse momento histórico. A revisão de literatura mostrou que os estudantes brasileiros foram um ator social fundamental no processo de luta e afirmação contra o Regime Militar, desempenhando um papel crucial de formação na organização de protestos e na disseminação de ideais democráticos. Nesse movimento, os estudantes se formaram intelectual, moral e politicamente, transcendendo os muros das universidades. O impacto de suas ações como força social repercutiu em toda a sociedade brasileira, contribuindo para a conscientização política e para o fortalecimento dos movimentos sociais que desafiaram e abalaram as estruturas do autoritarismo. A análise demonstrou que a resistência estudantil foi essencial para a redemocratização do Brasil, destacando a importância do engajamento na luta por direitos e justiça social.
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Referências
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