Avaliação da formação do técnico de enfermagem por enfermeiros da prática hospitalar

Autores

  • Rosangela Andrade Aukar de Camargo Ribeirão PretoSP, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto , Brasil
  • Ariadne Emanuele Gonçalves São PauloSP, Universidade de São Paulo, Hospital Universitário , Brasil
  • Fernanda dos Santos Nogueira de Góes Ribeirão PretoSP, USP, EERP , Brasil
  • Cristina Yuri Nakata Ribeirão PretoSP, Hospital São Francisco, Centro de Terapia Intensiva , Brasil
  • Marta Cristiane Alves Pereira Ribeirão PretoSP, USP, EERP , Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5935/1415-2762.20150073

Palavras-chave:

Educação em Enfermagem, Técnicos de Enfermagem/educação, Educação Profissionalizante, Competência Profissional, Hospitais

Resumo

Objetivo: este estudo analisou como enfermeiros da prática assistencial hospitalar avaliam a formação dos técnicos de enfermagem a partir dos referenciais curriculares nacionais. Método: pesquisa exploratória, transversal, com abordagem quantitativa. Participaram do estudo 42 enfermeiros assistenciais, 17 de um hospital privado e 25 de hospital público de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Os participantes responderam a um questionário estruturado e Escala de Likert, entre dezembro de 2013 e março de 2014. Resultados: para 73%, o perfil dos técnicos em enfermagem formados não atende às expectativas dos enfermeiros; 90% entendem que o processo de ensino-aprendizagem teórico-prático e os estágios devem ser modificados; para 68%, o comprometimento ético desse profissional é precário; 86% compreendem que a elaboração do projeto político-pedagógico deve ter a participação dos hospitais; os conteúdos de ensino para 75% devem ser revistos para a realidade atual dos hospitais; no quesito avaliação, 75% compreendem que deva ser mais rigorosa; 62% avaliam que é preciso qualificar melhor os professores e supervisores de estágio; e para 68% a carga horária dos estágios deve ser ampliada. A média de 34,5% compreende que as competências descritas nos referenciais estão satisfatórias, 45,9% acreditam serem precárias e 12,1% insuficientes. Concluiu-se que, na opinião dos participantes, o planejamento do curso, a articulação da teoria com a prática e a formação docente e do supervisor de estágio necessitam avançar para qualificar as competências do técnico de enfermagem para o cuidado de enfermagem nos hospitais.

Referências

1. Perroca MG, Jericó MC, Calil ASG. Composição da equipe de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva. Acta Paul Enferm. 2011; 24(2):199-205.

2. Lazzari DD, Pedro ENR, Sanches MO, Jung W. Estratégias de ensino do cuidado em enfermagem: um olhar sobre as tendências pedagógicas. Rev Gaúcha Enferm. 2011; 32(4):688 94.

3. Pereira RFSM. Das perguntas wittgensteinianas à pedagogia das competências: ou desmontando a caixa-preta de Perrenoud. Educ Pesq. 2015; 41(1):229-42.

4. Marques CMS, Egry EY. As competências profissionais em saúde e as políticas ministeriais. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45(1):187-93.

5. Pereira IDF, Lages I. Diretrizes curriculares para a formação de profissionais de saúde: competências ou práxis? Trab Educ Saúde. 2013; 11(2):319-38.

6. Dias IS. Competências em educação: conceito e significado pedagógico. Rev Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. 2010;14(1):73-8.

7. Rios TA. Ética e competência. São Paulo: Cortez; 2011.

8. Lucchese R, Barros S. Pedagogia das competências – um referencial para a transição paradigmática no ensino de enfermagem – uma revisão da literatura. Acta Paul Enferm. 2006;19(1):92-9.

9. Gatti BA. Pesquisar em educação: considerações sobre alguns pontos-chave. Diálogo Educ. 2006; 9:25-35.

10. Sullivan GM, Artino Jr AR. Analyzing and interpreting data from Likert-type scales. J Grad Med Educ. 2013;5(4):541-2.

11. Brasil. Ministério da Educação. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico. Área profissional: saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2000.

12. Luchesi LB, Santos CB. Enfermagem: o que esta profissão significa para adolescentes. Rev Latino-Am Enferm. 2005; 13:158-64.

13. Donati L, Alves MJ, Camelo SHH. O perfil do estudante ingressante no curso de graduação em enfermagem de uma faculdade privada. Rev Enferm UERJ. 2010; 18(3):446-50.

14. Vieira M, Chinelli F. Relação contemporânea entre trabalho, qualificação e reconhecimento: repercussões sobre os trabalhadores técnicos do SUS. Ciênc Saúde Coletiva [Online]. 2013; 18(6):159-600. [Citado em 2015ago. 18]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232013000600011&script=sci_arttext Disponível em:

15. Sittig FD, Singh H. Rights and responsibilities of users of electronic health records. CMAJ. 2012; 84(13):479-83.

16. Feldman LB, Cunha ICKO, D’Innocenzo. Validation of the process criteria for assessment of a hospital nursing servise. Rev Latino-Am Enferm. 2013; 21(4): 841-50.

17. Allen S. The revolution of nursing pedagogy: a transformational process. Teach. Learn Nurs. 2010; 5:33–8.

18. Pimenta SG. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? São Paulo: Cortez; 2002.

19. Vázquez AS. Filosofia da práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2007.

20. Lessmann JC, Lanzoni GMM, Gubert E, Mendes PXG, Prado ML, Backes VM. Educação profissional em enfermagem: necessidades, desafios e rumos. REME - Rev Min Enferm. 2012; 16(1):106-10.

21. Blake H. Computer-based learning objects in healthcare: the student experience. Int J Nurs Educ Scholarship. 2010; 7(1):1-15.

22. Oliveira SN, Prado ML, Kempfer SS. Utilização da simulação no ensino da enfermagem: revisão integrative. REME - Rev Min Enferm. 2014; 18(2): 487-95.

23. Pijl-Zieber EM, Barton S, Konkin J, Awosoga O, Caine V. Competence and competency-based nursing education: Finding our way through the issues. Nurse Educ Today. 2014; 34:676 8.

24. Horsfall J, Cleary M, Hunt GE. Developing a pedagogy for nursing teaching– learning. Nurse Education Today. 2012;32:930–33.

Publicado

01-12-2015

Edição

Seção

Pesquisa

Como Citar

1.
Avaliação da formação do técnico de enfermagem por enfermeiros da prática hospitalar. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 1º de dezembro de 2015 [citado 14º de março de 2025];19(4). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/50053

Artigos Semelhantes

1-10 de 1605

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)