Os onzes de setembro que marcaram a história da informação
reflexões sobre o direito à justiça e a memória em uma sociedade em rede
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2024.51296Palavras-chave:
Direito à memória, Desinformação, Justiça Transicional, Sociedade em rede, VigilânciaResumo
As mudanças do poder sobre a informação podem ser observadas a partir de uma comparação entre dois “onzes de setembro” que marcaram a história: o golpe de Estado no Chile e o ataque terrorista nos Estados Unidos, que deu início à Guerra ao Terror. É possível, assim, identificar semelhanças e diferenças quanto aos atores e as maneiras de controle informacional, bem como os riscos a direitos humanos, sabendo que na primeira época houve uma justiça de transição destinada a recuperar os direitos violados. Assim, por meio do método de abordagem dialético, busca-se responder ao seguinte problema de pesquisa: como a sociedade em rede pode conciliar a necessidade de preservar o direito à memória em um mundo marcado pela vigilância digital do Estado e das empresas de tecnologia ao longo da história? Resulta da pesquisa que, inspirado na justiça transicional, é necessário garantir a memória verdadeira dos fatos contra a desinformação, bem como descentralizar o poder sobre o controle dos registros digitais através do fortalecimento de instituições independentes para armazenamento de documentos e checagem de fatos. Ademais, é preciso combater a exploração econômica da desordem informacional, desmonetizando mentiras, e promover a reparação de danos causados por essa conjuntura.
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