Luiz Ruffato e o épico do proletariado brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.35699/2965-6931.2024.54186Palavras-chave:
romance proletário, épica, György Lukács, Luiz RuffatoResumo
Este artigo se dedica à análise da obra Inferno Provisório, do escritor brasileiro contemporâneo Luiz Ruffato. Partindo das teorizações de György Lukács em “O romance como epopeia burguesa” e “Narrar ou descrever”, retomam-se os elementos lukacsianos que constituem o caráter épico do romance, quais sejam, a tipicidade, a totalidade e a ação, e busca-se identificar se e em que medida tais elementos são constitutivos da obra de Ruffato. Enfatiza-se o aspecto da totalidade, levantando-se hipóteses sobre de que modo tal elemento se apresentaria nesse conjunto de narrativas fragmentárias e não-lineares que constituem Inferno Provisório. Abordam-se as diferenças estruturais entre as duas edições da obra e sugere-se a possibilidade de inserção do projeto político-literário de Ruffato no que poderia ser uma tradição do romance proletário no Brasil.
Referências
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