Proposta de análise fílmica do jogo atoral
Wilson Grey, ator-camafeu
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.35947Palavras-chave:
estudos atorais, cinema brasileiro, história e estética do cinemaResumo
Este artigo analisa o sistema de atuação do ator brasileiro Wilson Grey no cinema de acordo com a teoria do ator-autor (McGILLIGAN, 1975), destacando elementos que fazem a obra do intérprete ter uma impressão de constantes temáticas e formais. Grey tem a capacidade de perpassar por diversas fases do cinema brasileiro e, ao mesmo tempo, manter um jogo coerente e uniforme, segundo algumas premissas que visam a quebra com a transparência da atuação clássica e a reivindicação do gesto citacional e distanciado, construindo uma persona nos moldes das estrelas de cinema, embora ele não possa ser considerado inteiramente uma. Para descrever o ator, propomos a figura do ator-camafeu, um corpo que, à maneira da técnica de entalhar figuras em madeira ou outra superfície, salta do fundo da forma para chamar atenção para sua fisicalidade e superficialidade. Este artigo visa propor uma metodologia de análise fílmica que inclua o ator no centro das reflexões, alargando discussões a partir de questões ligadas à imagem e à construção narrativa.
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