Arte e paisagem
mover fronteiras, reencontrar a terra
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.36070Palavras-chave:
Paisagem, Terra, Cidade, Poéticas Contemporâneas, Cosmogonias AmeríndiasResumo
Este artigo revisita a noção de paisagem sob diferentes perspectivas, motivado em mover fronteiras conceituais por vezes muito rígidas e excludentes. Nesse movimento, um horizonte nos aproxima de outras percepções que sinalizam ser a paisagem uma experiência sensível do espaço. Nesse desejo de expansão conceitual, o estudo procura tocar em cosmogonias ameríndias com base nos escritos dos autores indígenas Ailton Krenak e David Kopenawa. Por fim, a partir de dois projetos artísticos interessados no enlace com a paisagem urbana, a vídeo-projeção Le petit pont, de Karina Dias, e BR-3, espetáculo do Teatro da Vertigem, procura-se evidenciar como a arte contemporânea repensa a noção de paisagem num exercício de reencontrar a terra: olhar a árvore, olhar o rio, olhar o céu.
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