Entre objetos e gestos, a estética do vulgar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-2046.2024.52667

Palavras-chave:

Vulgar, Desconstrução, Situação, Contra-hegemonia, Estética filosófica

Resumo

O artigo considera o vulgar como experiência estética radical na contemporaneidade. O objetivo é questionar a hegemonia estética e política que oprime as diversidades. A fim de legitimar a vulgaridade vivida no cotidiano, o argumento mobiliza os conceitos de “iluminação profana” de Walter Benjamin, “realismo grotesco” de Mikhail Bakhtin e “camp” de Susan Sontag. Como método, o texto analisa criticamente a obra “Tabernáculo da Edificação” de Ventura Profana. Os resultados mostram que a transformação de
materialidades através da performance cria uma situação que desafia binarismos tradicionais, tais como sujeito e objeto, artista e público, belo e grotesco, função e forma, e sagrado e profano. O vulgar se revela como estratégia de desconstrução que promove resistência e revolução contra a hegemonia.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Rabelais and His World. Trad. Helene Iswolsky. Bloomington: Indiana University

Press, 1984.

BENJAMIN, Walter. O surrealismo. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios

sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

p. 21-35. (Obras escolhidas, 1).

BUTLER, Judith. Bodies that Matter: On the Discursive Limits of “Sex”. New York/London: Routledge,

BUTLER, Judith; LACLAU, Ernesto; ŽIZEK, Slavoj. Contingency, Hegemony, Universality:

Contemporary Dialogues on the Left. London/New York: Verso, 2000. (Radical Thinkers).

CASTRO, Laura Fonseca de. Deslegitimar, atualizar, vulgarizar: o desvio como método de

transformação material, narrativa e performática de espacialidades urbanas. 2021. 206 f. Tese

(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Arquitetura, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, 2021.

DEBORD, Guy. Rapport sur la construction des situations et sur les conditions de l’organisation et de

l’action de la tendance situationniste internationale. Inter: art actuel, n. 44, supplément, p. 1-11,

été 1989.

DRUSHEL, Bruce E.; PETERS, Brian M. (ed.). Sontag and the Camp Aesthetic: Dvanving New

Perspectives. New York/London: Lexington, 2017.

DUARTE, Rodrigo (org.). O belo autônomo: textos clássicos de estética. 2. ed. São Paulo: Crisálida;

Belo Horizonte: Autêntica, 2012. (Coleção FILOestética).

JA.CA: Centro de Arte e Tecnologia. Ventura Profana (BR). Bolsa Pampulha 2018/2019 – Pesquisa.

Disponível em: http://www.jaca.center/ventura-profana-br/ . Acesso em: 15 mai. 2024.

KLEINHANS, Chuck. Taking Out the Trash: Camp and the Politics of Parody. In: MEYER, Moe (ed.).

The Politics and Poetics of Camp. New York/London: Routledge, 1994. p. 182-201.

LEFEBVRE, Henri. The Production of Space. Trad. Donald Nicholson-Smith. 25th ed. Oxford:

Blackwell, 2007.

LÖWY, Michael. A estrela da manhã: Surrealismo e Marxismo. Trad. Eliana Aguiar. 2. ed. São Paulo:

Boitempo, 2018.

MENESES, Ramiro Délio Borges de. A Desconstrução em Jacques Derrida: o que é e o que não é pela

estratégia. Universitas Philosophica, Bogotá, v. 30, n. 60, p. 177-204, jan. 2013.

PODESTÁ, Sylvio Emrich de. Da série “A” de Cassino ao Museu de Arte da Pampulha: de Juscelino a

Priscila/Nemmer. Arquitextos, São Paulo, ano 1, n. 009.01, fev. 2001. Disponível em:

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.009/915 . Acesso em: 19 maio 2024.

PROFANA, Ventura. Profecia de vida. Piseagrama, Belo Horizonte, n. 14, p. 54-63, 2020. Disponível em:

https://piseagrama.org/profecia-de-vida/ . Acesso em: 19 maio 2024.

RESPLANDESCENTE. Produção: Podeserdesligado. Composição e interpretação: Ventura Profana.

São Paulo: Tratore e The Orchard Enterprises, 2019. Vídeo digital (5 min.). Disponível em:

https://youtu.be/H7mtc8IB_Ms?si=UsMQmpJXdI0UHkix . Acesso em: 15 maio 2024.

RICHARDSON, John Adkins. Dada, Camp, and the Mode Called Pop. The Journal of Aesthetics and

Art Criticism, v. 24, n. 4, p. 549-558, Summer 1966.

SENNET, Richard. The Uses of Disorder: Personal Identity and City Life. New York: Alfred A. Knopf,

Paginação irregular.

SONTAG, Susan. Against Interpretation and Other Essays. London: Picador, 2013.

TRAQUEJOS Pentecostais para Matar o Senhor. Produção: Podeserdesligado. Composição e

interpretação: Ventura Profana. São Paulo: Tratore, 2020. Álbum visual digital, 6 músicas e videoclipes

(23 min). Disponível em: https://youtube.com/playlist?

list=OLAK5uy_n1tY3Cz1XtLS5FspR0RBjNs_b7ea_X-pE&si=yxrZbRkq4dFaLb0h . Acesso em: 15 maio

WARK, McKenzie. The Beach Beneath the Street. London/New York: Verso, 2011.

WARK, McKenzie. Capital is Dead. London/New York: Verso, 2019.

Downloads

Publicado

2024-10-21

Como Citar

CASTRO, L. F. de. Entre objetos e gestos, a estética do vulgar. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 14, n. 32, p. 400–417, 2024. DOI: 10.35699/2238-2046.2024.52667. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/52667. Acesso em: 28 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Seção aberta

Dados de financiamento