O “cinema” cantado dos Maxakali
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2019.16111Palabras clave:
Imagem, Cinema, MaxakaliResumen
Este estudo trata de aspectos da imagem na arte verbal dos Maxakali ou Tikmû’ûn, povo indígena que habita Minas Gerais. Com população em torno de dois mil indivíduos, os Maxakali falam sua língua ancestral, o Maxakali, do tronco linguístico Macro-Gê. Seus cantos rituais, chamados yãmîy, são pródigos na apresentação de imagens que descrevem elementos de seu mundo terreno e espiritual. Objetos, personagens, cenários, cenas e diálogos que compõem suas narrativas tradicionais emergem condensados em seus cantos durante seus rituais yãmîyxop. Compostos segundo um método ideogrâmico e emitidos em certa sequência, os cantos rituais yãmîy dão aos rituais maxakalis um caráter proto-cinematográfico, uma vez que evocam imagens sequenciais para narrar. Com foco no filme Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali (2016), uma realização da produtora Pajé Filmes com os Maxakali, baseada em história tradicional deste povo, procura-se demonstrar como a lógica do ritual auxilia na estruturação da obra audiovisual.
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