CHAMADA PARA O DOSSIÊ: A curricularização da extensão: Artes, universidade e comunidade.
A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO: Artes, universidade e comunidade.
Com a aprovação da Resolução n° 07 de 18 de dezembro de 2018 do Conselho Nacional de Educação (CNE) que estabelece as “Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei n. 13.005/14” (BRASIL, 2018), institui-se os pilares para a aplicabilidade da extensão nos cursos superiores brasileiros.
As diretrizes extensionistas propõem uma interação mais dialógica com a comunidade em diferentes setores sociais, ampliando a troca de conhecimento para uma formação estudantil mais cidadã. A ideia é estimular na academia a produção de diferentes sentidos referentes à relação entre universidade e sociedade. Ou seja, tal proposta subverte ainda mais a lógica de hipervalorização dos conteúdos estritamente formais e canônicos, caminhando para o caráter educacional interdisciplinar, cujos objetivos transitam por uma maior participação social frente às questões complexas e urgentes no tecido das cidades.
Nesta direção, a resolução prevê que “as atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação, as quais deverão fazer parte da matriz curricular dos cursos” (BRASIL, 2018). Tal obrigatoriedade estimula a formação integral estudantil, intervindo diretamente nas comunidades externas. Desse modo, a resolução supracitada atualiza o conhecimento em prol da realidade brasileira em sua diversidade.
Com isso, a curricularização entrou em vigor nos cursos de graduação das universidades de todo o país. Então, como dialogar com as propostas de curricularização no âmbito da sala de aula, em que a porosidade da construção artístico-pedagógica esteja atrelada à realidade social ao redor da universidade? Como os cursos de graduação em diferentes áreas artísticas podem contribuir para uma visão extensionista, em comunhão com os componentes curriculares de formação universitária em Artes Cênicas, Audiovisuais, Visuais, Dança e Música.
Então, cria-se uma oportunidade - via oficialização curricular - de se problematizar “o que é a extensão universitária?”, possibilitando que estudantes, professores e técnicos caminhem além da normatizações dos componentes curriculares, trazendo novas perspectivas sobre a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão.
Sendo assim, o escopo deste dossiê será abordar questões em consonância com os eixos abaixo:
- A curricularização como desafio à universidade;
- As práticas extensionistas em questionamento à lógica assistencialista;
- A horizontalidade entre universidade e sociedade;
- A curricularização e suas diretrizes investigativas;
- A curricularização como união entre formação técnica e formação cidadã;
- A formação estudantil e a realidade social na contemporaneidade;
- Ação cultural X Invasão cultural;
- A extensão universitária e a relação com a pesquisa;
- Práticas extensionistas nos cursos de formação em Arte.
Prazo: 21 de julho de 2024.
Os artigos selecionados irão compor a edição jan/abril de 2025.
Editores responsáveis pelo dossiê temático:
Prof. Dr. Ricardo Carvalho de Figueiredo (UFMG).
Prof. Dr. Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi (UFOP/UFMG)
Editores convidados:
Profa. Dra. Annie Martins, Universidade Estadual do Amazonas. (UEA)
Profa. Dra. Renata Patrícia da Silva, Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Prof. Dr. Thiago Carvalho Meira, Universidade Federal da Bahia (UFBA)