DO DOCENTE EFETIVO AO DOCENTE UBERIZADO

A PRECARIZAÇÃO CONTRATUAL DO PROFESSOR NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-037X.2021.29404

Palavras-chave:

Trabalho docente, Uberização, Contrato temporário

Resumo

No contexto da crise estrutural do capital, surge uma nova ordem econômica, o neoliberalismo, que resgata a regulamentação do mercado, impondo uma profunda reestruturação produtiva, a partir da década de 1970, trazendo mudanças expressivas ao mundo do trabalho. A partir desse panorama e com o impulso das Tecnologias Informacionais e Comunicacionais (TIC’s), novas modalidades laborais emergem no início do século XXI. Destacamos, como ilustração dessa faceta capitalista atual, a empresa Uber, que, pela sua especificidade de representação, trouxe um neologismo: a uberização do trabalho. Na mesma linha, a formação e o trabalho docente vêm, ao longo das últimas décadas, sendo arrebatado pelo ideário neoliberal expresso pela influência do Banco Mundial na educação e o crescimento quantitativo de professores não efetivos na Educação Básica da rede pública de ensino no Brasil. O presente trabalho busca refletir acerca da tendência à uberização do trabalho do professor brasileiro. Para o alcance dos objetivos propostos, adotamos como procedimento teórico-metodológico a pesquisa bibliográfica, documental e legal ancorada numa perspectiva crítica. Evidenciamos, comparativamente, a expansão dos contratos de trabalho temporário e substituto do professor nas escolas públicas e o caráter de uberização do trabalho docente, demonstrando as semelhanças e diferenças, mediadas por uma precarização evidenciada pela fragilização contratual dessas modalidades. Concluímos que as diretrizes impostas pela reestruturação produtiva promovidas pelo capital em crise ganharam novos contornos com o uso intensivo da tecnologia, imprimindo um cenário de flexibilização, instabilidade, precarização e pauperização para a classe trabalhadora.

Biografia do Autor

  • Lívia Romero de Moura, Universidade Federal do Ceará

    Mestra em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Pós-graduação em Gestão Empresarial Estratégica pela Universidade 7 de Setembro (UNI7), Graduação em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE).

  • Maria das Dores Mendes Segundo, Universidade Estadual do Ceará

    Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Graduação em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora Associada vinculada ao Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

  • Cássio Adriano Braz de Aquino, Universidade Federal do Ceará

    Doutor em Psicologia Social pela Universidad Complutense de Madrid, Mestre em Psicologia pela Universidad Complutense de Madrid, Mestre em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (UFPA). Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Administração pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professor titular vinculado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC)

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Publicado

2022-02-03

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ARTIGOS

Como Citar

DO DOCENTE EFETIVO AO DOCENTE UBERIZADO: A PRECARIZAÇÃO CONTRATUAL DO PROFESSOR NO BRASIL. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 30, n. 3, p. 67–85, 2022. DOI: 10.35699/2238-037X.2021.29404. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/29404. Acesso em: 18 dez. 2024.

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