O gótico, o romântico e o melodramático em Aluísio Azevedo
a hipertextualidade em A mortalha de Alzira (1893)
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.53041Palavras-chave:
Aluísio Azevedo, hipertextualidade, gótico, romantismo, melodramaResumo
Em sua carreira literária, Aluísio Azevedo, precursor do Naturalismo no Brasil, recupera certa ideia de Romantismo, de gótico e de melodrama quando publica A mortalha de Alzira (1893). O romance deriva do conto “La morte amoureuse” (1836), de Théophile Gautier, porém exibe fraturas com o texto original. Embora, na obra, Azevedo se afaste da noção naturalista da representação literária como “imitação da realidade”, ele insere personagens que carregam consigo a explicação racional e científica para a série de eventos estranhos que ocorrem na narrativa. Assim, por meio da leitura relacional dos textos (do hipertexto com seu hipotexto, em alusão a Gérard Genette) e dos usos dos conceitos mobilizados (melodrama, Romantismo, fantástico, gótico), pretende-se perscrutar a presença de traços naturalistas na narrativa que resistem à imaginação gótico-romântica adotada. Por conseguinte, objetiva-se compreender “a tensão entre as veleidades profundas e a consonância ao meio” da obra e de seu autor (Candido, 2006).
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