Sobre “tales” e “sketches”: vozes e gêneros narrativos em tradução

Autores

  • Carolina Paganine Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.2.175-191

Palavras-chave:

Thomas Hardy, polifonia, gêneros, tradução comentada

Resumo

Neste artigo, comentamos a nossa tradução de “A Few Crusted Characters” (1894), de Thomas Hardy, a partir da questão da multiplicidade de vozes textuais e de gêneros narrativos presentes no texto original. Tais aspectos, considerados como fundamentais da prosa poética por Mikhail Bakhtin (2002), são o ponto de partida para discutir as soluções tradutórias para a retextualização das vozes dos vários narradores das histórias, algumas apresentando marcas de dialeto e a inserção e subversão de diversos gêneros utilizados por Hardy. Com isso, procuramos pensar o papel da tradução comentada no âmbito da reflexão geral sobre o traduzir, visto que, para Antoine Berman (2013), esses aspectos são um dos maiores desafios da tradução de prosa.

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Biografia do Autor

Carolina Paganine, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011), com pesquisa na área de tradução comentada de textos literários. Bacharel em Letras Tradução Inglês pela Universidade de Brasília (2004). Professora Adjunta do Departamento de Ciências da Linguagem, setor de Teorias da Tradução, na Universidade Federal Fluminense. Áreas de interesse e atuação: Estudos da Linguagem; Literaturas Estrangeiras Modernas, em especial a literatura inglesa do século XIX e a obra ficcional de Thomas Hardy; Estudos da Tradução: tradução comentada, literatura traduzida, crítica de tradução e variação linguística.

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Publicado

2015-12-03

Como Citar

Paganine, C. (2015). Sobre “tales” e “sketches”: vozes e gêneros narrativos em tradução. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 25(2), 175–191. https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.2.175-191

Edição

Seção

Dossiê - Tradução Comentada