A ressaca pós-industrial e o Laddism em Trainspotting
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.3.49-65Palavras-chave:
Irvine Welsh, literatura escocesa contemporânea, laddism, drogasResumo
O artigo discute o impacto do cenário político e social das últimas décadas do século XX na produção literária escocesa, tendo como objeto de análise o romance Trainspotting (1993), de Irvine Welsh. Argumenta-se que o vácuo existencial potencializado pelo abuso de drogas não constitui o tema central da obra e que, na verdade, o livro problematiza o sentimento de letargia de uma geração desiludida com o modelo econômico da sociedade pós-industrial do fim do século XX. As drogas e a consequente inércia dos personagens de Trainspotting são representadas por Welsh como elementos de subversão em oposição ao modelo de sociedade profundamente consumista. Ademais, o desemprego massivo acaba criando novas relações sociais entre os homens e as mulheres, o que gera uma forte onda de afirmação que perpassa o machismo, o laddism.
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