Tempo e drama: do presente absoluto à simultaneidade de temporalidades
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.1.73-89Palavras-chave:
tempo, drama, Anton Tchékhov, As Três IrmãsResumo
Na virada do século XIX para o século XX emergiu um tipo de dramaturgia na qual a experiência temporal dos personagens passava a ser elemento temático decisivo. Do mesmo modo, o próprio tempo se tornava um problema formal, visível e produtivo. Tal processo é patente nas peças de Ibsen, Maeterlinck e Strindberg, que romperam com a tradição neoclássica, então pautada por uma temporalidade discreta, quase invisível, em que o drama e a própria representação cênica se fechavam à experiência de um presente absoluto. Dentro desse impulso de renovação, as peças de Tchékhov – em especial As Três Irmãs – tiveram papel crucial. Como veremos, elas acomodaram na tessitura dramática uma simultaneidade de temporalidades, levaram o realismo ao seu limite e desestabilizaram a própria relação entre o tempo do texto e o tempo da cena.
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