O museu e a fórmula
a natureza domada em All the Light we Cannot See, de Anthony Doerr
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.40052Palavras-chave:
Segunda Guerra Mundial, Anthony Doerr, All The Light we Cannot See, discurso científico, natureza, culturaResumo
A busca por uma distinção entre “cultura” e “natureza” é uma constante no pensamento ocidental desde a Antiguidade. O projeto intelectual iluminista acelera esses esforços a partir de sua tentativa de tornar o mundo natural plenamente cognoscível e redutível à intelectualidade humana. A Segunda Guerra Mundial revela-se um evento transbordante fundamental para observar a crise deste modelo de pensamento. Neste sentido, este artigo propõe uma investigação sobre dois modelos de redução da natureza à cognição humana presentes no romance All the Light We Cannot See, de Anthony Doerr: o museu de história natural e a fórmula trigonométrica. A partir da noção de “natureza domada” proposta por Huyssen (2014) e a crítica sobre a “natureza por detrás do vidro” de Alberti (2008), busca-se ilustrar como Doerr encena, nas páginas do seu romance, a crise do pensamento iluminista deflagrada a partir da Segunda Guerra Mundial.
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