Duas hidrelétricas
controle da natureza, imaginação poética e animismo em Nuno Ramos e Maria José Silveira
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.40144Palavras-chave:
Nuno Ramos, Maria José Silveira, usinas hidrelétricas, Belo Monte, Natureza, AnimismoResumo
O artigo propõe a análise de dois textos que tematizam a construção de usinas hidrelétricas: “Canhota, bagunça, hidrelétricas”, que faz parte do livro Ó, de Nuno Ramos, publicado em 2008, e o romance Maria Altamira, de Maria José Silveira, de 2020. No caso do texto de Ramos, procura-se esclarecer a densa reflexão que o autor elabora em torno do desejo de controle da natureza, tomando como exemplo a construção de hidrelétricas, e propondo alternativas outras de relação com o meio ambiente a partir da criatividade da imaginação poética. No caso do romance de Maria José Silveira, aborda-se o exemplo concreto da construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, buscando-se realçar os dramas vividos pelas personagens (em especial indígenas e ribeirinhos), que foram expulsos de seus lugares de origem, bem como investigar a concepção animista de mundo como outro modo, mais respeitoso, de se relacionar com a natureza.
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