O andarilho e A Grande Sombra

caminhos soturnos em Nietzsche e Sá-Carneiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.42003

Palavras-chave:

Friedrich Nietzsche, Mário de Sá-Carneiro, sombra, andarilho

Resumo

Resumo: Personagens em trânsito marcam textos considerados fundadores da Literatura. No presente artigo, foi traçado um paralelo entre as obras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e do escritor português Mário de Sá-Carneiro, em O andarilho e sua sombra e A grande sombra. Observa-se que o ato de sair ao mundo pelos narradores-personagens é acompanhado pela projeção da sombra, forma do ser que o delimita e elemento de transição do devir do sujeito. Em meio ao processo narrativo e à construção de aforismos, é possível estabelecer diálogo entre os textos dos dois autores. Observando as particularidades do andarilho e do viajante, destacam-se as metáforas e analogias construídas a partir da sombra, não são mera oposição entre claro-escuro, mas sim como processos de transformação.

Biografia do Autor

  • Priscila Rosa Martins, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina / Brasil

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (PGCIN/UFSC). Possui mestrado em Estudos Literários, licenciatura em Letras - Língua e Literatura Vernáculas e bacharelado em Arquivologia. 

  • Renan Pavini Pereira da Cunha, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná / Brasil

    Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e mestre em estudos literários pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmente é professor na graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Maringá. Desenvolve pesquisa na área de Estética e Filosofia Contemporânea, especialmente a partir de autores como Foucault, Nietzsche, Artaud, Blanchot, entre outros.

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Publicado

2024-02-08

Como Citar

O andarilho e A Grande Sombra: caminhos soturnos em Nietzsche e Sá-Carneiro. (2024). Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(4), 204–225. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.42003