Nas trincheiras da poesia moderna
contradições ideológicas das vanguardas
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.51837Palavras-chave:
Filippo Marinetti, Hugo Ball, Mário de Andrade, poesia de vanguarda, Primeira Guerra MundialResumo
O artigo propõe uma reflexão acerca do desenvolvimento da poesia moderna em sua relação contraditória com o engajamento político. Enfatizando as especificidades das vanguardas europeias na década de 1910, cujos procedimentos radicais e inovadores colocariam em questão a autonomia da forma artística, o artigo contrasta um poema futurista, no qual Filippo Marinetti celebra a própria guerra como “obra de arte”, e um poema dadaísta, no qual Hugo Ball parece encenar, pela falta de sentido, o desastre produzido pela Primeira Guerra Mundial. Por fim, compondo um triângulo comparativo, o artigo analisa um poema de Mário de Andrade, publicado em Há uma gota de sangue em cada poema, demonstrando como o então imaturo escritor brasileiro esboça uma posição singular no campo das artes do início de século XX.
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