Announcements

  • CHAMADA PRORROGADA ALETRIA - v. 35, n. 3 (jul. - set. 2025) Dossiê: A comédia, da formação clássica à modernidade

    2024-11-29

    CHAMADA ALETRIA - v. 35, n. 3 (jul. - set. 2025) 

    Organizadores:

    Elen de Medeiros (UFMG), Rodrigo Alves Nascimento (UFBA)

    Prazo para submissão: 28 de janeiro de 2025 

    A comédia, da formação clássica à modernidade

    Gênero ao mesmo tempo subestimado e de difícil apreensão, a comédia passou e tem passado por transformações históricas em sua constituição poética. Se Aristóteles observou que a comédia trata da “mimese de homens inferiores” (p. 67), o trecho tem sido objeto de exegese em diversos estudos do gênero e muitos o tomaram como razão para um histórico rebaixamento do gênero. No entanto, Cleise Furtado Mendes (2008, p. 49) observa, em seu estudo sobre as formas da comédia, que “não se pode atribuir a Aristóteles a ‘origem’ do rebaixamento crítico de que foi vítima”. Afinal, na própria Poética, o filósofo reconhece: “As transformações da tragédia e os autores que a introduziram não foram ignorados, por outro, a origem da comédia, visto que nenhum interesse sério lhe foi inicialmente dedicado, permaneceu oculta” (p. 67). Fato é que, na teoria do drama, os estudos dedicados à comédia são escassos e irregulares, muito embora a produção dramatúrgica cômica seja profícua e sempre presente. Não à toa, no Brasil, muitos historiadores e críticos de teatro não hesitarão em dizer que, no século XIX, a comédia de costumes foi sem dúvidas o gênero que mais floresceu entre nós e teve papel decisivo na formação do que se chamou “dramaturgia nacional”.

    Por outro lado, as investigações acerca da comicidade e do riso não são menos complexas e talvez só nos últimos dois séculos se tornaram objeto de interesse de campos muito distintos, como a medicina, a antropologia, a história e a filosofia. De modo geral, ainda que muitos insistam na busca de regras universais, o que fica evidente é que a construção do cômico e os sentidos do riso não podem escapar à sua contextualização, tampouco à sua dimensão social.

    Nesse sentido, convidamos pesquisadores a pensar sobre as formas da comédia e do cômico em sua tradição e à luz das transformações modernas e contemporâneas. Isso porque o gênero, talvez até mais que a tragédia ou os “dramas sérios”, se beneficiou de ricas mudanças e adaptações ao longo da história, produzindo uma vasta tradição de subgêneros: comédia alta e baixa, burlesca, de caráter, de costumes, de capa e espada, heroica, lacrimosa... ou ainda: farsas, vaudevilles e mesmo tragicomédias. Por isso, serão aceitos artigos que abordem o gênero em sua constituição formal ou apropriado por outros modelos dramatúrgicos, do teatro épico brechtiano ao besteirol, ou artigos que busquem compreender a formação da comicidade nos textos teatrais diversos. A Aletria ainda recebe textos em fluxo contínuo, para a seção “Varia”, entrevistas e resenhas.

    Referências:

    ARISTÓTELES. Poética. Edição bilingue. Tradução, introdução e notas de Paulo Pinheiro. São Paulo: Ed. 34, 2015.

    MENDES, Cleise Furtado. A gargalhada de Ulisses: a catarse na comédia. São Paulo: Perspectiva/Salvador: Fundação Gregório de Mattos, 2008.

    Read more about CHAMADA PRORROGADA ALETRIA - v. 35, n. 3 (jul. - set. 2025) Dossiê: A comédia, da formação clássica à modernidade
  • CALL FOR PAPERS ALETRIA - v. 35, n. 4 (out. - dez. 2025) Dossier: Eduardo Lourenço, Brazil, and the Unthought Colonial

    2024-09-23

    In the work of the Portuguese thinker Eduardo Lourenço, there is a remarkable and relatively little-studied reflection on Brazil. When he arrived in Bahia to teach in 1958-1959, the ruined vestiges of the colonial empire in the Northeast moved him deeply. He became friends with Glauber Rocha and saw, through the distance that exile offered, the situation in Europe and the abandonment of colonial projects. Lourenço observed, from afar, Algeria and France, and at that moment, he began to question Africa, anticipating, to a great extent, what would happen in the Colonial War in Angola, Mozambique, and Guinea-Bissau, writing texts that we would come to know under the heading of Cultural Studies decades later.

    The aim of this issue, far from attempting to synthesize a thought that vehemently defends heterodoxy, is to highlight, in the work of this writer, the unique experience as a reader and critic of Brazilian literature. For seven decades, from 1945 to 2016, he thought and wrote about Brazil from different perspectives: language, cinema, and literature. However, in his honorary doctorate speech at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) in 1995, he commented that, upon reviewing his trajectory and bibliography, the place of Brazil seemed empty to him.

    We invite the academic community to reflect together on two unthoughts that haunt, while simultaneously weaving, the thought of Eduardo Lourenço: the unthought colonial and the unthought Salazarist, and their profound connections to understanding the "problem" of Portugal and the "mystery" of Brazil.

    Organizers:

    Sabrina Sedlmayer (Federal University of Minas Gerais)
    Margarida Calafate Ribeiro (University of Coimbra)
    Roberto Vecchi (University of Bologna)

    Deadline for submission of proposals: March 04th, 2025

    Read more about CALL FOR PAPERS ALETRIA - v. 35, n. 4 (out. - dez. 2025) Dossier: Eduardo Lourenço, Brazil, and the Unthought Colonial