Práticas tradutórias nos planos histórico, textual e estético

implicações políticas e éticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2020.20572

Palavras-chave:

prática tradutória, etnografia, indígenas, relatos de viagem

Resumo

Procura-se refletir sobre aspectos variados das operações de tradução desde o contato, em terras americanas, entre os indígenas e os colonizadores, membros das ordens religiosas e viajantes, até as dificuldades tradutórias que assolam, hoje, as relações éticas entre povos, autóctones e não autóctones. Questões teóricas são pontuadas na medida em que colaboram na discussão das práticas tradutórias e suas implicações políticas e éticas, questão principal do texto. O texto reconhece que o problema da conduta ética do tradutor se coloca sobretudo nas intrínsecas relações entre tradução e etnografia. Ao passo que etnógrafos e tradutores não indígenas não podem prescindir da sua formação cultural, em suas operações de tradução, os indígenas também se tornam tradutores de línguas e culturas, demonstrando que a luta das traduções-interpretações apenas recomeçou. Autores convidados ao diálogo: Mittmann (2003), Ette (2018), Gallois (2001) e Risério (1993), entre outros.

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Biografia do Autor

Hélio Rodrigues da Rocha, Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, Rondônia / Brasil

Doutor em Estudos da Linguagem.

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Correia, H. H. S., & Rocha, H. R. da. (2020). Práticas tradutórias nos planos histórico, textual e estético: implicações políticas e éticas. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 30(4), 65–86. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2020.20572

Edição

Seção

Dossiê – Ética na tradução literária