Espaço público e romance como textualidades coextensivas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.32565

Palabras clave:

Pós-autonomia, espaço público, textualidade coextensiva

Resumen

O debate sobre a autoficção e a noção de pós-autonomia são indicadores da relação entre ficção e realidade no romance contemporâneo. Considerando a prosa de Silviano Santiago e Ricardo Lísias, percebe-se que a ficção deixa de ser um tópico central no romance, sendo apenas um elemento entre outros em sua elaboração. A isso chamamos de textualidade coextensiva, quando se enfraquece a representação inventiva em favor da articulação de diferentes gêneros textuais na escrita romanesca. Assim, esses gêneros são ressignificados não por meio de uma ficcionalização totalizante que os abarca, mas pela atribuição do valor de obra literária por estarem circunscritos ao signo do romance. Essa indeterminação bio-ficcional da narrativa romanesca tem transformado as estratégias pelas quais o(a) escritor(a) atua no espaço público hoje, quando se relativiza a diferença entre escritor e personagem.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABRAMS, Meyer Howard. O espelho e a lâmpada: teoria romântica e tradição crítica. Trad. Alzira Vieira Allegro. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

ALBERCA, Manuel. El pacto ambiguo. De la novela biográfica a la autoficción. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 2007.

ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. 7 ed. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003.

BAKTHIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

COSTA LIMA, Luiz. Mímesis: desafio ao pensamento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

COSTA LIMA, Luiz. Luiz Costa Lima: uma obra em questão. Dau Bastos (org.). Rio de Janeiro: Garamond: 2010.

DANTO, Arthur. O mundo da arte. Artefilosofia. Ouro Preto, n.1, p.13-25, jul. 2006.

FAEDRICH, Anna Martins. Autoficção: do conceito teórico à prática na literatura brasileira contemporânea. 2014. 251f. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, PUCRS, Porto Alegre, 2014.

GARRAMUÑO, Florência. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade da estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.

GRACIANO, Igor Ximenes. Ficção como crítica: notas sobre o exercício crítico-teórico no romance brasileiro recente. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas. n. 29, p 5-19, 2019.

GROYS, Boris. Volverse público. Las transformaciones del arte en el ágora contemporánea. Trad. Paola Cortés Rocca. Buenos Aires: Caja Negra, 2014.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. A modernização dos sentidos. Trad. Lawrence Flores Pereira. São Paulo: Editora 34, 1998.

HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Trad. Lucas Machado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

KUNDERA, Milan. Os testamentos traídos: ensaios. Trad. Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca e Maria Luiza Newlands Silveira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

LADDAGA, Reinaldo. Espectáculos de realidad. Buenos Aires: Beatriz Viterbo Editora, 2007.

LEJEUNE. Philipe. O pacto autobiográfico. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

LÍSIAS, Ricardo. Delegado Tobias (e-book), v 1, 2, 3, 4,5. São Paulo: E-Galáxia, 2014.

LÍSIAS, Ricardo. Divórcio. São Paulo: Alfaguara, 2013.

LÍSIAS, Ricardo. Inquérito policial. Família Tobias. Disponível em: http://lote42.com.br/inqueritopolicial/. Acesso em: 22 out. 2021.

LUDMER, Josefina. Literaturas Pós-Autônomas. In: . ARIJÓN, Teresa; BELLOC, Barbara (org.). Intervenções críticas. Trad. Ariadne Costa, Renato Rezende. 1 ed. Rio de Janeiro: Azougue; Circuito, 2014. p. 147-153.

ORTEGA Y GASSET, José. A desumanização da arte. Trad. de Ricardo Araújo. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

SANTIAGO, Silviano. Machado: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

SCHLEGEL, Friedrich. Fragmentos sobre poesia e literatura (1797- 1803)/ Conversa sobre poesia. Trad. Constantino Luz de Medeiros, Márcio Suzuki. São Paulo: Editora Unesp, 2016.

Publicado

2021-12-23

Cómo citar

Graciano, I. X. (2021). Espaço público e romance como textualidades coextensivas. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 31(4), 119–137. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.32565

Número

Sección

Dossier: Cultura y espacio público