Uma auditoria de escombros
o arquivo como tentativa de restituição de uma verdade biográfica em Essa coisa viva, de Maria Esther Maciel
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.57911Palavras-chave:
arquivo, verdade, biografia, Essa coisa viva, Maria Esther MacielResumo
Este trabalho tem por pretensão discorrer acerca do inventário realizado pela personagem, Ana Luiza, central no romance de Maria Esther Maciel, Essa coisa viva (2024), a partir da perspectiva de um ensejo de retomada do arquivo como artefato da memória, e a eventual empresa de uma verdade biográfica. Baseando-se em uma metodologia analítica, fazendo uso das recordações sumarizadas no contexto ficcional da obra de Maciel, Ana Luiza embrenha-se em um exercício para reconstituir a turbulenta relação que vivenciou durante anos com sua falecida mãe, acontecimento este divulgado no introito da narrativa. Neste artigo, a auditoria de escombros é o ensaio de Ana Luiza, documentado por Maciel, na oportunidade de se compreender os meandros do vínculo existente entre si mesma e sua mãe, Matilde, e a consequente impossibilidade de materialização da supracitada verdade biográfica. O que resulta em um cenário repleto de escombros biográficos (e autobiográficos).
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