Uma auditoria de escombros

o arquivo como tentativa de restituição de uma verdade biográfica em Essa coisa viva, de Maria Esther Maciel

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.57911

Palavras-chave:

arquivo, verdade, biografia, Essa coisa viva, Maria Esther Maciel

Resumo

Este trabalho tem por pretensão discorrer acerca do inventário realizado pela personagem, Ana Luiza, central no romance de Maria Esther Maciel, Essa coisa viva (2024), a partir da perspectiva de um ensejo de retomada do arquivo como artefato da memória, e a eventual empresa de uma verdade biográfica. Baseando-se em uma metodologia analítica, fazendo uso das recordações sumarizadas no contexto ficcional da obra de Maciel, Ana Luiza embrenha-se em um exercício para reconstituir a turbulenta relação que vivenciou durante anos com sua falecida mãe, acontecimento este divulgado no introito da narrativa. Neste artigo, a auditoria de escombros é o ensaio de Ana Luiza, documentado por Maciel, na oportunidade de se compreender os meandros do vínculo existente entre si mesma e sua mãe, Matilde, e a consequente impossibilidade de materialização da supracitada verdade biográfica. O que resulta em um cenário repleto de escombros biográficos (e autobiográficos).

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Biografia do Autor

  • Dirceu Arno Krüger Junior, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) | Pelotas | RS | BR

    Graduado em Licenciatura Plena em Filosofia (2014, UFPel), Mestre (2017) e Doutor em Filosofia (2022) [PPGFil/UFPel], e, atualmente, graduando no curso de Letras - Português e Francês (Licenciatura) [UFPel] e Doutorando em Letras (PPGL/UFPel).

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Publicado

2025-11-27

Como Citar

Junior, D. A. K. (2025). Uma auditoria de escombros: o arquivo como tentativa de restituição de uma verdade biográfica em Essa coisa viva, de Maria Esther Maciel. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 35(4), 117-131. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.57911