A Amazônia de Paulo Jacob: as fronteiras da “fronteira-mundi”
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.2.213-232Palavras-chave:
Amazônia, fronteira, Paulo Jacob, borracha, Bertha Becker, cabocloResumo
A obra de Paulo Jacob (1921-2004), escritor manauara de origem judaica sefardita, oferece-nos um retrato extremamente rico da Amazônia brasileira na época gomífera como um espaço dinâmico, simultaneamente cobiçado e negligenciado, no centro de interesses geopolíticos e econômicos tanto no âmbito nacional quanto internacional. Dentro desse contexto, o romance Vila Rica das Queimadas (1976), foco do nosso estudo, permite-nos interpretar o território amazônico como a alegoria geopoética da fronteira. Para isso, o conceito de “fronteira-mundi”, proposto pela geógrafa brasileira Bertha Becker, será usado como chave principal de análise, a fim de compreendermos a complexidade da Amazônia jacobiana, espaço de entre-dois entre o local e o global, origem e devir, encarnando o desafio identitário brasileiro e aquele do próprio narrador, Nagib. Inspirado na identidade fronteiriça do caboclo, Jacob esboçará uma solução a esse dilema.
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