O Carmen de insitione de Paládio como reescrita da tradição agronômica latina
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.35387Palavras-chave:
tradição, reescrita, Literatura técnica, Paládio, poesiaResumo
Neste artigo, temos o objetivo de discutir como Rutílio Tauro Emiliano Paládio (séc. IV-V d.C.) reescreve a tradição agronômica da literatura latina. Como discutiremos, isso ocorre porque, primeiramente, no livro XV de seu Opus agriculturae, ele se dedica a dar feições poéticas ao assunto do enxerto arbóreo, assim como fizera Virgílio em Geórgicas II, 69-82. Em segundo lugar, quando insere esse mesmo livro – majoritariamente escrito sob a forma de dísticos elegíacos – em meio a um tratado técnico prosístico, Paládio repercute procedimentos antes adotados por Lúcio Júnio Moderato Columela (séc. I d.C.) para o livro X de seu De re rustica. Contudo, sempre introduzindo adaptações e remodelagens atinentes às suas escolhas, o autor de Opus agriculturae renova a tradição de escrita multissecular em que se insere.
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