Maus-tratos na infância e adolescência

conhecimento e atitude de profissionais de saúde

Autores

  • Andreza Cristina de Lima Targino Massoni Universidade Estadual da Paraíba
  • Maria Aldenize Neves Freitas Almeida Cirurgião-Dentista
  • Cássio Gadelha Martins Cirurgião-Dentista
  • Ramon Targino Firmino Universidade Estadual da Paraíba
  • Ana Flávia Granville-Garcia Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2014.50.2.03

Palavras-chave:

Conhecimentos, atitudes e práticas em saúde, Maus-tratos infantis

Resumo

Objetivo: Verificar o conhecimento e as atitudes dos profissionais de saúde cadastrados na equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de Patos, PB, sobre os casos suspeitos de maus-tratos na infância e na adolescência.

Materiais e Métodos: Estudo transversal, realizado com 200 profissionais que responderam a um questionário sobre o tema investigado. Foi realizada estatística descritiva e inferencial, utilizando-se o Teste Qui-quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fisher (p<0,05).

Resultados: A maioria dos profissionais afirmou ter conhecimento sobre a violência contra a criança (85,0%), considerou-se apto a diagnosticar casos de maus-tratos (67,5%), bem como, declarou saber agir diante de um caso suspeito (76,5%), sendo a denúncia ao Conselho Tutelar a conduta mais relatada (49,0%). Os profissionais com ensino superior, quando comparado aos profissionais com até o ensino técnico, apresentaram melhor desempenho no tocante ao conhecimento dos principais sinais de maus-tratos infantis (p=0,001), além de uma conduta mais favorável no que concerne a não omissão em reportar algum caso suspeito (p=0,010). Este mesmo grupo recebeu mais informações sobre os maus-tratos durante a formação profissional (p=0,010). O interesse em participar de Cursos de Capacitação sobre o tema foi maior por parte daqueles com formação até o ensino técnico (p=0,002).

Conclusão: Os profissionais de saúde apresentaram conhecimentos satisfatórios sobre o tema, observando-se um melhor desempenho por parte daqueles com formação superior. Comentários dos participantes denotaram interesse pelo assunto, bem como vontade de capacitar-se sobre o tema. Destaca-se, portanto, a necessidade de uma maior inclusão deste tema na formação dos profissionais, especialmente naqueles com escolaridade até o ensino técnico.

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Publicado

2016-06-14

Como Citar

Massoni, A. C. de L. T., Almeida, M. A. N. F., Martins, C. G., Firmino, R. T., & Granville-Garcia, A. F. (2016). Maus-tratos na infância e adolescência: conhecimento e atitude de profissionais de saúde. Arquivos Em Odontologia, 50(2). https://doi.org/10.7308/aodontol/2014.50.2.03

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