Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais,
bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Lucas Eduardo Gonçalves Vilaça1,Marcela Rodrigues de Oliveira2, Ana Beatriz Inácio de Freitas 3,Cláudio
Damião Muniz Coutinho4, Karla Alves Oliveira5, Gilberto de Lima Macedo Junior6
DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da casca de soja extrusada em substituição à silagem de milho. Utili-
zou-se vinte ovelhas da raça Santa Inês, sendo 10 animais para cada dieta, com peso médio de 57,00kg e média de
três anos de idade. Os tratamentos eram compostos por volumoso extrusado e silagem de milho. Houve avaliação de
consumo, digestibilidade, comportamento ingestivo e metabólitos sanguíneos. Utilizou-se delineamento inteiramente
casualizado. Houve maior consumo de matéria seca (CMS) para animais alimentado com volumoso extrusado. Ocorreu
diferenças estatísticas para as variáveis relacionadas a ingestão hídrica, parâmetros fecais e urinários, comportamento
ingestivo, glicemia e metabolitos sanguíneos proteicos e energéticos. Os tempos gastos em mastigação e ruminação
aumentaram conforme a adição de silagem de milho. Conclui-se que a substituição da silagem de milho pelo volumoso
extrusado pode ser realizada sem causar quaisquer efeitos deletérios aos ovinos adultos.
Palavras chaves: Consumo de matéria seca. Digestibilidade. Ingestão. Ovis aries. Ruminantes
Extrused soybean hull as a replacement of corn silage: nutritional, biochemical parameters, ingestive
behavior of sheep
Abstract
The objective of this work was to evaluate the effects of extruded soybean hulls replacing corn silage. Twenty sheep
of the Santa Inês breed were used, with 10 animals for each diet, with an average weight of 57.00 kg and an average
age of three years. The treatments consisted of extruded roughage and corn silage. There was an evaluation of con-
sumption, digestibility, ingestive behavior and blood metabolites. A completely randomized design was used. There
was a higher dry matter intake (DMI) for animals fed with extruded roughage. There were statistical differences for
variables related to water intake, fecal and urinary parameters, ingestive behavior, blood glucose and blood protein
and energy metabolites. Time spent chewing and ruminating increased with the addition of corn silage. It is conclu-
ded that the replacement of corn silage by extruded bulk can be performed without causing any deleterious effects
to adult she4ep.
Keywords: Dry matter intake. Digestibility. ingestion. Ovis aries. Ruminants
1Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Discente Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-4901-4775
2Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Discente Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-7624-6945
3Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Discente Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-0388-9197
4Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Discente Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-8674-3769
5Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Discente do curso de Doutorado Programa de Pós Graduação em Zootecnia.
Jaboticabal, SP. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-7792-2615
6Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Docente do curso de Zootecnia. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-5781-7917
*Autor para correspondência: luedugovi@hotmail.com
Recebido para publicação em 02 de fevereiro de 2023. Aceito para publicação em 11 de março de 2023
e-ISSN: 2447-6218.
Caderno de Ciências Agrárias está licenciado
com uma Licença Creative Commons
Atribuição - Não Comercial 4.0 Internacional
CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Agrarian Sciences Journal
2
Vilaça, L. E. G. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
Introdução
Perante a elevação de custo das fontes tradicionais
de energia presentes nas dietas dos ruminantes, a casca
de soja torna-se uma alternativa vantajosa mediante seu
custo inferior por tonelada métrica (RusselL et al., 2016),
por ser um subproduto oriundo da indústria de óleo de
soja e na produção de biocombustível, constituindo em
torno de 2% do grão. Possui a função fisiológica de fibra
vegetal e apresenta baixa quantidade de lignina (Carvalho
et al., 2015).
De acordo com Zarpelon et al. (2015), a inclusão
de cascas de sementes em rações pode contribuir para
diminuição do risco de alterações metabólicas e ampliação
do desempenho animal, uma vez que considerável
quantidade de fibra contida nestes ingredientes. Ainda
segundo esses autores, a peletização da casca de soja
promove melhora na digestibilidade dos nutrientes, pa-
latabilidade da ração e consumo
A extrusão altera a estrutura do amido e promove
sua gelatinização, na qual ocorre a liberação de amilose
e amilopectina que aumentam a solubilidade e a capaci-
dade de absorver água deste polissacarídeo, reduzindo
ao mesmo tempo sua viscosidade (Goi et al., 2020).
Diversas pesquisas avaliam os efeitos nutricionais,
metabólicos e comportamentais referentes à inclusão de
ração extrusada para ruminantes (Araújo et al., 2020;
Oliveira et al., 2020a; Oliveira et al., 2020b; Ruela et
al., 2020; Silva et al., 2020a), apesar destas pesquisas,
nenhuma delas utiliza a casca de soja como ingrediente
no processo de extrusão.
A hipótese desse trabalho está na possibilidade
da casca de soja extrusada, substituir a silagem de milho
e consequentemente, melhorar a dinâmica ruminal, au-
mentar o consumo e manter o metabolismo dos animais
em índices adequados. O objetivo desse experimento é
contrastar a casca de soja extrusada e a silagem de milho,
com base no consumo, digestibilidade, comportamento
ingestivo e metabólitos sanguíneos de ovelhas adultas
da raça Santa Inês.
Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido no setor de caprinos
e ovinos presente na fazenda Capim Branco, da Univer-
sidade Federal de Uberlândia (UFU), durante o mês de
maio de 2017, tendo duração de 21 dias, sendo os quinze
primeiros dias utilizados para adaptação dos animais a
dieta experimental, e os seis últimos para coletas de fezes,
urina, sobras de alimento e água. Os animais avaliados
foram vinte ovelhas da raça Santa Inês, vazias, com idade
média de três anos e peso corporal médio de 57,00 kg,
sendo dez animais para cada dieta. Durante todo o período
experimental, os animais ficaram mantidos em gaiolas
metabólicas providas de bebedouro, comedouro, piso
ripado, saleiro e aparato de separação de fezes e urina,
seguindo padrão dos Institutos Nacionais de Ciência e
Tecnologia (INCT). Previamente à alocação dos animais,
todos foram pesados e everminados (via oral) no primeiro
dia do experimento.
Os tratamentos testados foram compostos por
volumoso comercial extrusado, Forrage® 52,5% casca de
soja (Nutratta Nutrição Animal, Itumbiara-GO, Brasil) e
silagem de milho. Os grupos experimentais tiveram os
seguintes níveis: 100% de Forrage® e 100% de silagem
de milho. O Forrage® 52,5% casca de soja tem em sua
composição: Casca de soja, Premix mineral vitamínico,
amido de milho, semente de girassol e ureia, sendo que,
por se tratar de um produto protegido por lei de patente
comercial, as porcentagens de seus constituintes são
mantidas em sigilo.
A alimentação foi ofertada aos animais duas vezes
ao dia, primeiramente às 08:00hrs e posteriormente às
16:00hrs. Em cada um desses turnos foi distribuído 50%
do total diário, com balanceamento para que houvesse
5-10% de sobras do total fornecido ao longo do dia.
Durante todos os 21 dias do experimento, os animais
tiveram livre acesso à água e sal mineral específico para
ovinos. Na tabela 1 está descrita a composição química
do Forrage® 52,5% Casca de Soja e da silagem de milho.
Tabela 1 Composição percentual e bromatológica do Forrage® 52,5% Casca de Soja (F) e da silagem de milho (S).
Tratamento
MS
PB
FDA
NDT**
Silagem
32,32
8,21
34,25
61,99
Forrage CS
90,80
7,90
35,18
67,40
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; NDT: nutrientes digestí-
veis totais. *Valores fornecidos pelo fabricante Nutratta©. **Valores obtidos através de análises bromatológicas efetuadas no Laboratório de Nutrição
Animal da Universidade Federal de Uberlândia; ***NDT
=
87,84 (0,7 x %FDA) (Rodrigues, 2010)
O consumo de matéria seca (CMS) dos alimen-
tos foi calculado com base na seguinte fórmula: CMS
=
(ofertado de alimento x % matéria seca do ofertado)
(sobras de alimento x % matéria seca das sobras).
Após os quinze dias destinados à adaptação dos
animais, foram realizadas as coletas de dados. Em todos
os dias de coleta, os alimentos ofertados, sobras e fezes
foram pesados e amostrados utilizando balança eletrônica
com precisão de cinco gramas. Foram feitas amostras
3
Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais, bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
compostas a partir das amostras simples provenientes de
cada animal para realização das análises bromatológicas e
cálculo de consumo e digestibilidade da matéria seca. No
final do período de coleta, estas amostras foram armaze-
nadas em freezers horizontais à -15°C, para conservação,
e em seguida, os alimentos ofertados, sobras e fezes
foram pré-secos em estufa ventilada à 55°C durante 72
horas, até ser obtido peso constante. Em seguida, foram
trituradas com a utilização de um moinho de facas tipo
Willey, em partículas de 1 mm.
Após esse procedimento, as amostras foram le-
vadas ao Laboratório de Nutrição Animal da UFU, onde
foi verificada a matéria seca das porções de ofertado,
sobras e fezes, em estufa à 105°C durante 24 horas, sendo
então possível determinar a matéria seca definitiva das
mesmas e teor de nutrientes, e posteriormente, a matéria
seca definitiva e digestibilidade aparente dos nutrientes
através das equações (Eq. 1 e 2) proposta por Maynard
et al., (1984):
𝐶𝑁= (𝐶𝑜𝑛𝑠 𝑥 %𝑐𝑜𝑛𝑠) (𝑆𝑜𝑏 𝑥 %𝑠𝑜𝑏) (Eq. 1) 𝐷𝐴= 𝐶𝑁 (𝐹𝑒𝑧 𝑥 %𝑓𝑒𝑧) 𝐶𝑁 𝑥 100 (Eq. 2)
Onde: CN
=
consumo do nutriente (kg); Cons
=
quantidade de alimento consumido (kg); %cons
=
teor
do nutriente no alimento fornecido (%); Sob
=
quanti-
dade de sobra retirada (kg); %sob
=
teor do nutriente
nas sobras (%); DA
=
digestibilidade aparente (%); Fez
=
quantidade de fezes coletada (kg); %fez
=
teor do
nutriente nas fezes (%).
A urina foi obtida através da utilização de baldes
com telas, onde ocorria a retenção das fezes, sendo essas
recolhidas em bandejas plásticas. O volume urinário (VU)
foi mensurado com o auxílio de provetas graduadas de
plástico com capacidade máxima de dois litros e precisão
de 20 mL. Foi quantificado o VU excretado por cada animal
durante um período de 24 horas, em seguida, amostrado
cerca de 20% do total diário de todos os baldes coletores,
durante cada um dos cinco dias de coleta. As amostras
coletadas foram filtradas por meio de filtros descartáveis
de papel e posteriormente armazenadas em garrafas
plásticas identificadas para cada tratamento. Todas as
amostras foram mantidas em um freezer vertical à 15°C
para futuras análises.
A densidade urinária (DU) foi obtida com o uso
de um refratômetro manual portátil Megabrix® (Fremont,
Ohio, Estados Unidos) com o auxílio de pipetas descartá-
veis, onde 1 mL de urina foi transferido do balde coletor
para o prisma do optômetro. Esse procedimento foi rea-
lizado sob luz fluorescente, sempre na mesma posição.
Entre a mensuração de cada amostra, o refratômetro foi
higienizado e seco com papel toalha no intuito de não
ocorrer interferências entre os resultados.
O escore fecal (EF) foi avaliado pela escala descri-
ta por Gomes et al. (2012), onde na escala um (1) as fezes
são ressecadas e sem brilho; na escala dois (2) as fezes
são normais; na escala três (3) as fezes são ligeiramente
amolecidas; na escala quatro (4) as fezes são amolecidas,
perdendo o formato e coladas umas às outras; na escala
cinco (5) as fezeso amolecidas e sem formato normal;
e na escala seis (6) as fezes são diarreicas.
O consumo de água (CH2O) dos animais foi
obtido com base na diferença entre a quantidade de
água ofertada diariamente e as sobras anotadas no dia
posterior, sendo levada em consideração a quantidade
de água de evaporação. A água fornecida foi mensurada
com o auxílio de uma proveta graduada de plástico com
capacidade máxima de dois litros e exatidão de 20 mL.
Foram disponibilizados aos animais seis litros de água
diariamente, entretanto, caso houvesse necessidade, ofer-
tava-se quantidades maiores. A evaporação foi avaliada a
cada 24 horas através da alocação de um balde no galpão
experimental contendo seis litros de água, onde o mesmo
ficou em local de acesso restrito aos animais. Esse balde
foi inserido durante o momento de fornecimento de água,
em uma superfície plana correspondente à altura dos bal-
des presentes nas gaiolas metabólicas. A mensuração da
quantidade evaporada também foi por meio da diferença
entre os seis litros ofertados e as sobras verificadas no
dia seguinte. Para a realização dos lculos estatísticos,
a quantidade total de água evaporada foi descontada do
consumo diário de água de cada animal.
As coletas de sangue para avaliação dos com-
ponentes bioquímicos também foram realizadas após o
período de adaptação dos animais, sendo feitas no primei-
ro, terceiro e quinto dia de coleta do experimento, antes
da primeira refeição ofertada no dia com os animais em
jejum desde a última refeição ofertada no dia anterior.
Considerou-se a média desses três dias para realização
dos cálculos estatísticos. As colheitas de sangue ocorre-
ram por venopunção da jugular com tubos Vacutainer®
(BD) sem anticoagulante. Os componentes bioquímicos
avaliados para determinação do metabolismo energético
foram: triglicerídeos, colesterol e frutosamina e para
determinação do metabolismo proteico foram: ureia,
proteínas totais, ácido úrico, albumina e creatinina.
para a avaliação glicêmica, as colheitas foram
realizadas no quinto dia de coleta de dados, às 8:00 (an-
tes da primeira refeição), 11:00, 14:00, 17:00 e 20:00
horas. Excepcionalmente nesse dia, a segunda refeição
somente foi ofertada após a colheita das 20:00 horas.
Essas amostras foram coletadas por meio de venopunção
da jugular com a utilização de tubos Vacutainer® (BD)
contendo fluoreto de sódio e ácido etilenodiamino te-
tra-acético (EDTA), identificados para cada animal. o
foram mensurados os efeitos do estresse da coleta a cada
três horas nos animais.
As amostras de sangue coletadas foram centrifu-
gadas a 3000 rotações por minuto, durante 10 minutos.
Após a separação do soro em alíquotas, estes ficaram
4
Vilaça, L. E. G. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
armazenados em freezer à -15°C para futuras análises
laboratoriais. As amostras foram processadas em anali-
sador bioquímico automatizado Bioplus® 2000 (Bioplus
Produtos para Laboratório Ltda.), usando kit comercial
da Lab. Test Diagnósticos S. A.®.
No último dia do período de coleta, ocorreu
a mensuração do comportamento ingestivo, onde os
animais foram submetidos à observação visual por pes-
soas treinadas, em sistema de revezamento, dispostas
de maneira a não incomodar os animais durante vinte
e quatro horas, uma vez ao longo do período de coleta.
No período noturno, o ambiente recebeu iluminação
artificial e as luzes ficaram previamente acessas durante
cinco dias antes da avaliação para promover a adaptação
dos animais às mesmas. Os animais foram avaliados a
cada cinco minutos, era observado se estavam ingerindo
alimento ou água separadamente (ING), ou se estavam
em ruminação (RUM) ou ócio (ÓCIO), de acordo com a
metodologia proposta por Fischer et al. (1998).
Os cálculos das atividades foram feitos em mi-
nutos por dia, admitindo que, nos cinco minutos sub-
sequentes a cada observação, o animal permaneceu na
mesma atividade. o tempo total gasto em mastigação
(MAST) foi determinado somando-se os tempos gastos
em ingestão (ING) e ruminação (RUM). As eficiências de
ingestão (Eing), mastigação (Emast) e ruminação (Erum)
foram obtidas segundo Polli et al. (1995), de acordo com
as equações 3, 4 e 5:
EIng (g min-1) = CMS/Tal (Eq. 3) EMast (g min-1) = CMS/Tmast (Eq. 4) ERum (g min-1) = CMS/Trum (Eq. 5)
Onde: CMS é consumo de MS (g MS dia-1), Tal é
o tempo de alimentação (min dia-1), Tmast é o tempo em
mastigação (min dia-1) e Trum é o tempo em ruminação
(min dia-1).
Para as variáveis analisadas utilizou-se o delinea-
mento inteiramente casualizado com dois tratamentos e
dez repetições. para glicemia considerou-se delinea-
mento inteiramente ao acaso com parcela subdividida,
onde nas parcelas ficaram os tratamentos e nas sub parce-
las os horários de coleta. Utilizou-se a análise de modelos
mistos, em que foram avaliadas todas as estruturas de
covariâncias (S) disponíveis no pacote do software SAS
(SAS Institute, 2012) que modelam a dependência dos
erros do modelo. Para selecionar a estrutura de cova-
riância que melhor explique a correlação residual, foi
utilizado o critério de informação de Akaike (AIC), sendo
escolhida, para cada variável, a estrutura que resultou no
menor valor de AIC após a análise (Silva et al., 2015).
Todos os dados foram testados quanto à normali-
dade e homoscedasticidade das variâncias dos tratamen-
tos. As variáveis normais e com variâncias homogêneas
foram submetidas à análise de variância e regressão.
Observou-se a significância dos efeitos linear, quadrático
e não significância da falta de ajuste do modelo, sendo
a probabilidade de erro tipo I utilizada para tomada de
decisão 5%. Os dados referentes ao escore fecal foram
analisados por estatística não paramétrica, por meio do
teste de Kruskal e Wallis (1952) seguido pelo procedi-
mento de Conover (1980) com nível de significância de
5% de probabilidade de erro tipo I.
Resultados e Discussões
Os animais alimentados com Foragge CS tiveram
maior consumo de matéria seca expresso em kg/dia e em
relação ao peso corporal do que os animais alimentados
com silagem de milho (P<0,05; Tabela 2). a digesti-
bilidade de matéria seca (DMS) o grupo que consumiu
100% de silagem de milho adquiriu a maior porcentagem
perante os demais (Tabela 2).
Tabela 2 Consumo e digestibilidade da matéria seca dos animais consumindo volumoso extrusado e silagem de milho.
Tratamento
CMS (kg)
CMS/PC (%)
CMS/PM (PC
0,75
)
DMS (%)
Silagem de Milho
1,50 B
2,52 B
69,94 B
65,97 A
Foragge CS
2,10 A
3,41 A
95,48 A
58,62 B
P Valor
0,0025
0,0032
0,0027
0,0015
MG
1,78
2,96
82,10
62,47
CV
24,92
21,84
22,09
12,78
CMS- Consumo de matéria seca; CMS/PC- Consumo de matéria seca por peso corporal; CMS/PM- Consumo de matéria seca por peso metabólico; DMS-
Digestibilidade da matéria seca; Letras distintas na coluna diferem-se pelo Teste de Tukey a 5%. MG: Média geral; CV: Coeficiente de variação (%).
De acordo com o NRC (2007) o consumo de
matéria seca ideal para ovelhas adultas em manutenção
é de 1,83% em relação ao peso corporal. Entretanto, no
presente estudo, o consumo manteve-se acima do reco-
mendado em todos os tratamentos. Para o tratamento
silagem de milho o consumo foi 27% acima do recomen-
dado, enquanto o tratamento extrusado foi 46% acima do
recomendado. Esta diferença pode estar relacionada ao
efeito de enchimento ruminal causado nos animais que
consumiram exclusivamente silagem de milho. Ou seja,
5
Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais, bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
a silagem por conter partículas maiores permaneceu no
rúmen por mais tempo, sofrendo os efeitos físicos, prove-
nientes da mastigação durante o processo de ruminação
e da degradação pelos microrganismos ruminais. Silva
et al. (2020a), Oliveira et al. (2018) e Rodrigues et al.
(2022) também verificaram que o CMS aumenta linear-
mente conforme maior adição de volumoso extrusado
na dieta.
Segundo Ammer et al. (2017), o CMS dos animais
é influenciado pela granulometria e teor nutricional da
dieta sobre o enchimento ruminal e, efeitos fisiológicos
consequentes do fornecimento energético da ração. À
vista disso, como as partículas de produtos extrusados
possuem tamanho médio de 2mm e o homogêneas, essas
características podem ter contribuído para as respostas
analisadas no consumo pelos animais, pois a oferta de
volumoso extrusado, teve um maior CMS necessário
para atingir o preenchimento do men. Além disso, os
animais que receberam volumoso extrusado não tiveram
seu consumo limitado pela ingestão de fibra, uma vez que
segundo Macedo Júnior et al. (2012), caso os níveis de
fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergen-
te ácido (FDA) comprometam a oferta de carboidratos
fermentáveis de origem não fibrosa (CNF), o CMS é
reduzido.
A casca de soja possui alto valor energético de-
vido à curva de degradação da pectina no rúmen e por
apresentar altos teores de FDN com alta digestibilidade.
É classificada como fibra rapidamente degradada no rú-
men devido a sua fermentação ruminal, o que também
contribui para maior taxa de passagem e digestibilidade
da fibra (Andrade e Quadros, 2011). As características
digestivas e composição da casca de soja associada ao
processo de extrusão pode ter proporcionado maior CMS
(tabela 2) dos animais devido a uma provável elevação na
taxa de passagem dos alimentos, provocada pelo tamanho
das partículas do volumoso extrusado e alta fermenta-
ção da casca de soja, levando os animais a ingerirem
mais alimentos para que o rúmen fosse preenchido. Os
dados apurados nesse experimento não estão distantes
de trabalhos existentes literatura como os de Silva et al.
(2020a), Oliveira et al. (2018) e Rodrigues et al. (2022)
e sugerem que a silagem de milho pode ser substituída
por volumoso extrusado sem promover efeitos deletérios
no consumo.
Com relação à digestibilidade da matéria seca
(DMS) obteve o maior percentual o tratamento de silagem
de milho, devido esse grupo ter apresentado o menor
CMS (tabela 2), uma vez que um menor consumo reduz
a taxa de passagem e consequentemente, aumentar a
digestibilidade pelo tempo de permanência do alimento
dentro do rúmen. Devido à casca de soja apresentar alto
valor de FDN, FDA, ser rico em pectina e possui baixo
teor de lignina em sua fração fibrosa, ela é rapidamente
degradada no rúmen, que contribuí para aumento da
taxa de passagem e aumentando o CMS dos animais que
consumiram alimento em forma extrusada, diminuindo a
digestibilidade das dietas em razão de um menor tempo
de permanência no rúmen. Além disso, os animais que
receberam volumoso extrusado não tiveram seu consumo
limitado pela ingestão de fibra, uma vez que segundo
Macedo Júnior et al. (2012), caso os níveis de fibra em
detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido
(FDA) comprometam a oferta de carboidratos fermen-
táveis de origem o fibrosa (CNF), o CMS é reduzido.
Foi obtido por Silva et al. (2020a) DMS média
de 54,30% para dietas compostas por diferentes relações
entre silagem e volumoso extrusado a base de Capim-
-marandu (Urochloa brizantha) em ovelhas adultas. A
DMS média da silagem de milho brasileira é de 59,58%
(Valadares Filho et al., 2018), portanto, os dados desse
trabalho aproximam-se da literatura e permitem que haja
substituição desse alimento pelo volumoso extrusado
testado. Para melhor avaliação, os aspectos referentes
ao consumo dos animais e digestibilidades das dietas,
foram analisadas as variáveis descritas na tabela 3.
Com relação à ingestão hídrica dos animais,
foram verificadas diferenças estatísticas (P>0,05) para
a variável consumo de água (CH
2
O) e consumo de água
em relação ao consumo de matéria seca (CH
2
O/CMS).
A equação proposta pelo NRC (2007), para realização
do cálculo de exigência de CH
2
O diário de ovinos, por
meio do CMS, é: CH
2
O
=
3,86 x CMS 0,99. Logo, com
base no CMS obtido (Tabela 2), os animais necessitariam
ingerir 7,11 L dia para a dieta com volumoso extrusado,
valor distante do obtido que foi de 3,247 L dia, e como
apresentado na tabela 2 não houve redução no CMS.
Segundo Santos et al. (2019), é importante
ofertar adequado nível de água para ovinos, pois sua
falta ocasiona diminuição do CMS e digestibilidade dos
nutrientes contidos na ração, o que neste estudo o
ocorreu, visto que os animais que consumiram volumoso
extrusado apresentaram baixo CH2O (tabela 3) e alto
CMS (tabela 2). A dieta com silagem de milho apresen-
tou menor CH2O, o que pode ser justificado pelo fato
de a silagem de milho utilizada possuir maior teor de
água em sua composição, uma vez que segundo Neto
et al. (2016), animais que consomem alimentos ricos
em água tendem a diminuir sua ingestão para regular o
volume de água corporal. De acordo com as informações
contidas na Tabela 1, a matéria seca (MS) da silagem de
milho foi de 32,32% ao passo que o volumoso extrusado
possuía 90,80% de MS, dessa forma, é possível observar
que o volumoso extrusado apresentava 89,14% de água
a menos em sua composição perante a silagem de milho
utilizada, corroborando com os resultados obtidos para
a variável CH2O.
Os parâmetros urinários apresentaram diferenças
estatísticas entre os grupos avaliados (P>0,05). O volume
urinário (VU) excretado por ovinos varia de 0,1 a 0,4
L para cada 10kg de peso vivo (Hendrix, 2005), sendo
assim, seria necessário 0,51-2,04 L dia de VU, onde am-
bas dietas promoveram valores dentro do esperado, não
6
Vilaça, L. E. G. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
influenciando de modo negativo na excreção urinária dos
animais. A densidade urinária (DU), segundo o mesmo
autor, oscila de 1,020-1,040 g mL-1, dessa forma, não
foram notados distúrbios nessa variável, mesmo para os
animais que receberam volumoso extrusado e tiveram o
valor próximo ao limite superior de referência (1,0346
g mL-1). Todos os dados obtidos referentes à ingestão
hídrica e urina dos animais indicam que a substituição
da silagem de milho por volumoso extrusado a base da
casca de soja, pode ser realizada sem promover quaisquer
alterações no CMS.
Tabela 3 Ingestão de água, parâmetros fecais e urinários e movimentos ruminais de ovelhas recebendo volumoso
extrusado e silagem de milho.
Tratamento
CH
2
O (L)
CH
2
O/CMS (L/kg)
VU (L)
DU
Silagem
0,944 B
0,62 B
1,09 A
1,0173 B
Foragge CS
3,247 A
1,48 A
0,62 B
1,0346 A
P Valor
0,0052
0,0063
0,0001
0,0001
MG
2,04
1,03
0,874
1,0255
CV
30,88
36,57
30,17
0,81
Tratamento
PFMS (g)
MSF (%)
EF*
MR (mov/5min)
Silagem
0,515 B
38,91 B
2,16 B
6,72 A
Foragge CS
0,936 A
45,22 A
2,70 A
5,60 B
P Valor
0,0235
0,01478
0,02987
0,0009
MG
0,715
41,92
2,41
6,19
CV
34,96
9,86
16,98
9,51
CH2O- Consumo de água; CH2O/CMS- Consumo de água por consumo de matéria seca; VU Volume urinário; DU Densidade urinária; PFMS- Peso
de fezes na matéria seca; MSF- Matéria seca fecal; EF- Escore de fezes; MR- Movimentos ruminais; MG: Média geral; CV: Coeficiente de variação
(%). *Estatística não paramétrica, utilizando teste de Kruskal e Walis; Letras distintas na coluna diferem-se pelo Teste de Tukey a 5%.
na avaliação das fezes, foi observada sig-
nificância (P<0,05) para a variável peso das fezes na
matéria seca (PFMS) e matéria seca fecal (MSF). A MSF
apresentada na tabela 3 se encontra dentro do estimado
por Van Cleef et al. (2014) que é em torno de 37 a 44%
de matéria seca. Tal fato pode ser correlacionado com
o CMS dos animais, elevada taxa de passagem e com o
baixo CH2O, proporcionando maior PFMS. Ademais, a
casca de soja é um produto rico em pectina e possui bai-
xo teor de lignina em sua fração fibrosa, o que contribui
para uma maior taxa de fermentação desse produto no
men e elevada taxa de passagem, aumentando o volume
fecal dos animais. Silva et al. (2020a) e Rodrigues et al.
(2022) verificaram que os valores de PFMS aumentaram
linearmente conforme a adição de volumosos extrusados.
O escore fecal (EF) apresentou diferenças estatís-
ticas (P<0,05). Este parâmetro é utilizado para avaliar ca-
racterísticas como, umidade, consistência e formato, sendo
elas associadas a digestibilidade, possuem classificação de
1 a 6 (Gomes et al., 2012). Segundo Gomes et al., (2012)
o escore fecal ideal que indica um bom funcionamento
digestivo está em torno de 2. Como a média observada
no presente estudo foi de 2,41, podemos concluir que
os animais apresentavam boa atividade gastrointestinal.
Para os animais alimentados com volumoso extrusado
o EF apresentou-se maior em relação aos alimentados
com silagem, isso devido ao fato de que o Forrage ter
proporcionado aos animais maior taxa de passagem,
consequentemente maior MSF e PFMS e diminuição na
DMS.
Houve diferença entre os tratamentos para movi-
mentos ruminais (MR) (P<0,05), sendo que o tratamento
com volumoso extrusado apresentou menor valor de
movimentação ruminal (Tabela 3) devido ao tamanho
das partículas que propiciou maior taxa de passagem,
maior CMS e menor DMS. Em contrapartida a dieta
contendo silagem de milho como volumoso apresentou
maior movimentação ruminal devido a partícula deste
alimento ser maior. Sabe-se que a movimentação ruminal
é estímulo para a ruminação, sendo este influenciado
pela dieta, ou seja, pelo tamanho das partículas do volu-
moso ofertado. Os valores encontrados para movimento
ruminal apresentaram média de 1,23 mov/min, segundo
Marques et al. (2007), o considerados normais de 1 a
3 movimentos/min de ruminação.
Com relação à avaliação de comportamento
ingestivo dos animais, as variáveis ingestão (ING), ru-
minação (RUM) e a mastigação (MAST), Ócio, eficiência
de ingestão (EIng), eficiência de ruminação (ERum) e
eficiência de mastigação (EMast) obtiveram diferenças
estatísticas (P<0,05) entre volumoso extrusado e silagem
de milho (Tabela 4).
7
Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais, bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
Tabela 4 Comportamento ingestivo de ovelhas recebendo volumoso extrusado e silagem de milho.
Tratamento
ING (min)
RUM (min)
ÓCIO (min)
MAST (min)
Silagem
326,36 A
469,09 A
644,54 B
795,45 A
Foragge CS
211,50 B
108,50 B
1120,0 A
320,0 B
P Valor
0,0036
0,0042
0,0037
0,0049
MG
271,66
297,38
870,95
569,04
CV
24,19
24,60
12,43
19,03
Tratamento
EIng (g/min)
ERum (g/min)
EMast (g/min)
Silagem
Foragge CS
4,77 B
10,87 A
3,28 B
25,85 A
1,91 B
7,20 A
P Valor
0,0058
0,0069
0,0064
MG
7,68
14,03
4,43
CV
44,02
46,57
51,31
ING- Ingestão; RUM- Ruminação; MAST- Mastigação; Eing- Eficiência ingestão; Erum- Eficiência ruminação; Emast- Eficiência mastigação; MG:
Média geral; CV: Coeficiente de variação (%). Letras distintas na coluna diferem-se pelo Teste de Tukey a 5%.
O tempo gasto com a ruminação foi superior na
dieta contendo silagem de milho, isto ocorreu devido ao
fato do volumoso extrusado ofertado ter partículas físicas
menores, proporcionado menos minutos em ruminação
por dia. A dieta com silagem de milho diminui a taxa de
passagem e aumenta a necessidade de ruminação, ele-
vando os movimentos ruminais (tabela 3) para que suas
partículas atinjam o tamanho necessário e consigam seguir
para o retículo. Sendo assim, o aumento no CMS (Tabela
2) dos animais que consumiram volumoso extrusado pode
ser correlacionado com o menor tempo gasto em rumi-
nação, menor números movimentos ruminais por minuto
promovendo uma maior taxa de passagem do alimento
pelo trato gastrointestinal e esvaziamento mais rápido do
rúmen devido ao tamanho das partículas dos alimentos.
Além disso, o tempo de ruminação médio diário para
ovinos adultos varia entre 4 e 9 horas devido à natureza
das dietas ofertadas e teor da parece celular presente
nos alimentos volumosos da dieta (Van Soest, 1994). Os
animais que receberam silagem de milho apresentaram
maior DMS e despenderam mais tempo em ruminação e
mastigação que os demais, podendo ser justificado devido
à natureza desses processos favorecerem o aproveitamento
dos constituintes da dieta, devido a redução do tamanho
das partículas do alimento, favorecendo a digestibilidade
dos alimentos, especialmente a fração fibrosa. O oposto
é observado para o volumoso extrusado, o qual o tempo
de ruminação foi de 1,8 horas, valor esse bem abaixo do
exposto por Van Soest (1994).
O tempo gasto em mastigação foi maior na dieta
de silagem de milho, que se relaciona com o tamanho
sico das partículas dos alimentos ofertados, uma vez que
as dietas compostas por volumoso extrusado possuíam
granulometria menor, logo, os animais precisavam rea-
lizar menos movimentos mastigatórios para deglutição.
Além disso, a ruminação apresentou o mesmo padrão de
resposta e contribuiu para aumento do tempo necessário
de mastigação dos animais perante a silagem. Foi visto
por Araújo et al. (2020) e Rodrigues et al. (2022) que o
tempo em mastigação foi maior para animais que rece-
beram silagem de milho diante do volumoso extrusado.
Em contrapartida, o ócio dos animais aumentou
na oferta de volumoso extrusado diante a silagem de
milho. Um menor tempo gasto com ócio evidencia que
as ovelhas tiveram mais tempo para ruminar e mastigar,
entretanto, um ócio maior pode proporcionar menor
gasto energético e ganhos em desempenho (Rodrigues
et al. 2022), o mesmo foi evidenciado por Araújo et al.
(2020) e Rodrigues et al. (2022) onde trabalharam com
diferentes níveis de volumosos extrusados em substituição
à silagem de milho.
Com relação às eficiências de ingestão, ruminação
e mastigação, o tamanho médio de 2 mm das partícu-
las do volumoso extrusado pode ter contribuído para
os resultados obtidos, que são digeridas com maior
facilidades pelos microrganismos ruminais e levam um
tempo menor para atingir a proporção necessária para
seguirem o fluxo gastrointestinal. Esse resultado pode
ter contribuído para o alto CMS (Tabela 2) dos animais
consumindo volumoso extrusado e proveniente dos va-
lores obtidos dessas variáveis, pois essa dieta teve EIng,
ERum e EMast cerca de 2,27, 7,88 e 3,76 vezes maior que
o grupo com dieta de silagem de milho, respectivamente.
A glicemia foi observada quanto às médias ob-
tidas pelos tratamentos, assim como pela variação de
horário ao longo do dia. Para essas duas análises, foram
observadas diferenças estatísticas (P>0,05) (Tabela 5).
A glicose é sintetizada no fígado e nos rins, sendo
o primeiro o mais importante no processo de gliconeo-
gênese nos ruminantes (Loncke et al., 2020). Por ser
um produto rico em pectina, sua fermentação gera em
sua maioria o ácido acético, que ajuda a contribuir para
manutenção da exigência diária de energia. Uma pequena
parcela da fermentação da pectina temos a formação de
propionato, percursor da glicose, sendo o responsável
8
Vilaça, L. E. G. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
pelos níveis de glicose encontrados. Observou-se que nas
três horas pós-prandial ambas as dietas apresentaram pico
de glicose. Ao longo do dia, a dieta contento silagem de
milho teve uma queda pouco acentuada nos níveis de
glicose, isso é devido ao padrão de fermentação deste
alimento, que por ser mais lenta, permanece maior tempo
no rúmen e tem produção de ácidos graxos voláteis por
um maior período quando comparamos com o volumoso
extrusado que tem rápida fermentação e absorção dos
ácidos graxos voláteis produzidos, provocando um de-
clínio maior nos níveis de glicose.
Tabela 5 Concentração glicêmica para interação tratamento X horário de colheita de ovelhas alimentadas com volu-
moso extrusado e silagem de milho.
Tratamento
08:00
11:00
14:00
17:00
20:00
Silagem
1
50,90 B
64,54
54,24
43,18
43,72
Foragge CS
2
67,60 A
68,40
47,20
46,20
51,80
P Valor
0,0458
0,2570
0,26971
0,3258
0,3698
MG 53,69
CV 23,25
MG: Média geral; CV: Coeficiente de variação (%). Letras distintas na coluna diferem-se pelo Teste de Tukey a 5%. 1 Y
=
123,445079 8,415556X
+ 0,236508X
2
R
2
= 73,65%
2
Y = 29,141126 + 4,930303X 0,218615X
2
R
2
= 58,78%.
De acordo com Silva et al. (2020b), para ovinos
criados no Brasil, onde o intervalo de glicose considerado
referência é de 30 94 mg dL, todos os tratamentos atin-
giram valores considerados adequados com a média de
53,69 mg/dL. A presença de amido tanto na silagem de
milho quanto no volumoso extrusado contribuiu para esta
normalidade, promovendo manutenção da estabilidade
energética durante todo o período, evitando possíveis
alterações fisiológicas (Araújo, 2020). Houve significância
e resposta quadrática (P<0,05) para as dietas emprega-
das em relação ao horário. Dessa forma, foram avaliados
os índices dos metabólitos proteicos e energéticos dos
animais a fim de avaliar possíveis distúrbios metabólicos
ocasionados pelas dietas ofertadas (Tabela 6).
Tabela 6 Concentração dos metabólitos energéticos e proteicos de ovelhas alimentadas com volumoso extrusado e
silagem de milho.
Triglicerí- Colesterol Ureia1 Proteínas
Tratamento deos (mg/dL) (mg/dL) Totais
Ácido
Úrico1
Albumina Creatinina
(g/dL) (mg/dL)
(mg/dL)
(g/dL)
(mg/dL)
Silagem
31,59 A
66,31
16,18 B
5,36
0,17
3,50
0,84
Foragge CS
23,45 B
59,60
32,50 A
5,28
0,15
3,11
0,76
MG
27,71
63,11
23,97
5,32
0,16
3,31
0,80
CV
35,16
18,53
31,50
10,16
31,12
15,77
16,24
P
0,0711
0,2044
0,0001
0,7569
0,7398
0,1033
0,1994
VR*
5-71
14-126
10-92
3,1-10,7
0-1,7
1,1-5,2
0,4-1,7
MG: Média geral; CV: Coeficiente de variação (%); VR*: Valor de referência segundo Silva et al. (2020b) para ovinos no Brasil. Letras distintas na
coluna diferem-se pelo Teste de Tukey a 5%.
Com relação ao metabolismo proteico dos ani-
mais, apenas a ureia apresentou significância (P<0,05)
à silagem de milho. Segundo Van Soest (1994), o amido
possui alta digestibilidade, e sua digestão ruminal pode
ser influenciada por fatores como processamento do grão
e nível de ingestão. Essa variável reflete o estado proteico
do animal em curto prazo devido à rápida fermentação
e absorção da amônia. A elevação da ureia sanguínea na
dieta com volumoso extrusado pode ter sido proveniente
da alta taxa de passagem e do alto CMS pelos animais
não havendo sinergismo na degradação de carboidratos
e proteínas em nível ruminal. Sendo assim, a amônia
produzida no rúmen não foi efetivamente utilizada pela
microbiota, sendo então absorvida pelo epitélio ruminal,
indo para circulação sanguínea e para ser metabolizada
no fígado, a qual é transformada em ureia, o que pro-
moveu o aumento na concentração de ureia no sangue.
Mesmo com a resposta verificada, todos os tratamentos
incluem-se no VR sugerindo que a diferença estatística
encontrada não prejudicou o metabolismo dos animais
e indica boa disponibilidade proteica presente nas dietas
ofertadas.
A creatinina possui estreita relação com a massa
muscular que varia de acordo com o grau de exercício
realizado pelos animais (Schutte et al., 1981). Além disso,
a creatinina também está ligada às funções renais, sendo
um importante indicativo da função renal, devido ao fato
9
Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais, bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
de seus níveis sofrerem pouca ou nenhuma influência de
fatores como dieta, idade ou sexo. Como essa variável está
inclusa no VR e o VU e DU apresentaram-se adequados,
os animais não demonstraram quaisquer distúrbio renal
(Tabela 3).
A concentração de ácido úrico indica correlação
positiva com a quantidade de proteína microbiana dis-
ponível para a digestão intestinal no animal (Giesecke
et al., 1994) e capacidade fermentativa do rúmen, es-
tando relacionado com os valores observado para a DMS
(Tabela 2). Os valores encontrados no presente estudo
mantiveram-se dentro do indicado para espécie ovina
(Tabela 6).
A concentração de albumina manteve-se no inter-
valo recomendado (Tabela 6). Este metabólito constituiu
as principais proteínas plasmáticas, desempenhando
várias funções como: manutenção da pressão osmótica
e viscosidade do sangue, transporte de nutrientes, me-
tabólitos, hormônios e produtos de excreção, regulação
do pH sanguíneo e coagulação sanguínea (González e
Silva, 2006). A albumina também é considerada um
indicador mais sensível para determinar o estado nutri-
cional proteico, de modo que valores persistentemente
baixos sugerem inadequado consumo proteico (Araújo,
2020). Similar à albumina, as proteínas totais também
estão associadas com deficiência de proteína na alimen-
tação. As proteínas totais são anabolizadas no fígado e
sua síntese ocorre diretamente relacionada com o estado
nutricional do animal (Nascimento et al., 2016). Nesse
sentido, concluímos que não houve consumo de proteína
abaixo do requerido pelas ovelhas no presente estudo.
Os triglicerídeos servem, como fonte de energia
metabólica celular, acumulando-se no tecido adiposo, de
onde são mobilizados em resposta às demandas energé-
ticas do corpo. A concentração sérica dos triglicerídeos
esde acordo com as faixas recomendadas para a espécie
ovina, e apresentaram significância (P<0,05), devido a
composição e fermentação ruminal dos alimentos ofer-
tados, onde a silagem de milho, teve maior significância
devido a produção de ácido acético, percursor de lipídeos
em ruminantes, após a fermentação ruminal. O colesterol
não sofreu influência dos tratamentos (P>0,05) e mante-
ve-se no intervalo recomendado na literatura (Tabela 6).
Colesterol e ureia utilizam o piruvato para sua formação
(Araújo, 2020). O piruvato origem a Acetil CoA e
está molécula é responsável pelo elongamento da cadeia
lipídica, enquanto para a formação da ureia é utilizado
o oxalacetato, que por sua vez também é derivado do
piruvato (Motta, 2011). Como houve aumento nos níveis
de ureia sanguínea, houve diminuição na formação do
colesterol, devido ao possível desvio do substrato piruvato.
A oferta de volumoso extrusado a base da casca
de soja aumentou linearmente o consumo de matéria
seca e eficiências de ingestão, ruminação e mastigação.
Contudo, a maior digestibilidade da matéria seca foi
notada no tratamento com silagem de milho devido ao
maior tempo de permanência desse alimento no rúmen
e características fermentativas da casca de soja.
Conclusão
O volumoso extrusado, Forrage® 52,5% casca de
soja pode substituir a silagem de milho, pois melhora o
consumo, sem causar prejuízos no equilíbrio ruminal, no
comportamento ingestivo e no metabolismo de ovelhas
adultas. Porém apresenta queda na digestibilidade da
matéria seca em função alto consumo de matéria seca
obtido.
Ética
Todos os manejos utilizados contaram com a
aprovação da Comissão de Ética e Utilização dos Animais
(CEUA) da UFU sob o número de protocolo 094/17
Conflito de Interesses
Não houve conflito de interesses.
Contribuição dos autores
Lucas Eduardo Gonçalves Vilaça coleta de dados,
interpretação dos resultados e escrita; Marcela Rodrigues
de Oliveira coleta de dados e interpretação dos resul-
tados; Karla Alves Oliveira escrita e revisão do texto;
Ana Beatriz Inácio de Freitas coleta de dados; Cláudio
Damião Muniz Coutinho coleta de dados; Gilberto de
Lima Macedo Júnior ideia original, orientação e cor-
reções.
Referências Bibliográficas
Ammer, S.; Lambertz, C.; Von Soosten, D.; Zimmer, K.; Meyer, U.;
Dãnicle, S.; Gauly, M. Impact of diet composition and temperature-
humidity index on water and dry matter intake of high-yielding dairy
cows. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 102, n. 1,
p. 103113, 2017. https://doi.org/10.1111/jpn.12664.
Andrade, A. P.; Quadros, D. G. Composição bromatológica da casca
de soja amonizada com uréia. Revista de Biologia e Ciências da
Terra, v. 11, n. 11, p. 3846, 2011. https://www.researchgate.net/
publication/237035823_Bromatological_composition_of_soybean_
hulls_ammoniated_with_urea_Composicao_bromatologica_da_casca_
de_soja_amonizada_com_ureia.
10
Vilaça, L. E. G. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
Araújo, C. M.; Oliveira, K. A.; Macedo Junior, G. L.; Silva, S. P.; Silva, D. A.
P. Parâmetros nutricionais e bioquímicos de ovinos consumindo volumoso
extrusado com diferentes teores de Uruchloa brizantha em comparação
a silagem de milho tradicional. Caderno de Ciências Agrárias, v. 12,
p. 111, 2020. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.25810.
Carvalho, S.; Dias, F. D.; Pires, C. C.; Wommer, T. P.; Venturini, R. S.;
Frasson, M. F.; Pilecco, V. M.; Moro, A. B.; Brutti, D. D. Consumo e
desempenho produtivo de cordeiros das raças Texel e Ideal terminados
em confinamento com dietas contendo diferentes teores de casca de
soja. Semina: Ciências Agrárias, v. 36, n. 3, p. 21312140, 2015. https://
doi.org/10.5433/1679-0359.2015v36n3Supl1p2131.
Conover, W.
J.
Practical Nonparametric Statistics. 2nd Edition, John
Wiley & Sons, New York, 1980.
Fischer, V.; Deswysen, A. G.; Dèspres, L.; Dutilleul, P.; Lobato, J. F. P.
Padrões nectemerais do comportamento ingestivo de ovinos. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 27, n. 2, p. 362369, 1998. http://www.
sbz.org.br/revista/artigos/2021.pdf.
Giesecke, D.; Ehrentreich, L.; Stangassinger, M. 1994. Mammary and
renal excretion of purine metabolites in relation to energy intake and
milk yield in dairy cows. Jounal of Dairy Science, 77:23762381. Doi:
doi: 10.3168/jds.S0022-0302(94)77180-0 Disponível em: https://
pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7962859/.
Goi, A.; Manuelian, C. L.; Righi, F.; Marchi, M. At-line prediction of
gelatinized starch and fiber fractions in extruded dry dog food using
different near-infrared spectroscopy technologies. Animals, v. 10, n. 5,
p. 862873, 2020. https://doi.org/10.3390/ani10050862.
González, F.H.D.; Silva, S.C. 2006. Introdução à bioquímica clínica
veterinária. Porto Alegre: Gráfica da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
Gomes, S. P.; Borges, I.; Borges, A. L. C. C.; Macedo Junior, G. L.; Campos,
W. E.; Brito, T. S. Tamanho de partícula do volumoso e frequência de
alimentação sobre o metabolismo energético e proteico em ovinos,
considerando dietas com elevada participação de concentrado. Revista
Brasileira de Saúde e Produção Animal, n. 13, n. 3, p. 732744, 2012.
https://doi.org/10.1590/S1519-99402012000300013.
Hendrix, C. M. Procedimentos Laboratoriais para Técnicos Veterinários.
4a ed. São Paulo: Rocca, 2005, 556p.
Kruskal, W. H.; Wallis, W. A. Use of ranks in one-criterion variance
analysis. Journal American Statistical Association, v. 47, n. 260, p.
583621, 1952. https://doi.org/10.1080/01621459.1952.10483441.
Loncke, C.; Noziere, P.; Vernet, J.; Bahloul, L.; Al-Jammas, M.; Sauvant,
D.; Marly, I. O. Net hepatic release of glucose from precursor supply in
ruminants: a meta-analysis. Animal, v. 14, n. 7, p. 14221437, 2020.
https://doi.org/10.1017/S1751731119003410.
Macedo Júnior, G. L.; Sousa, L. F.; Godoi, F. N.; Perez, J. R. O.; França, P.
M.; Almeida, T. R. V.; Paula. O. J.; ASSIS, R. M. Consumo, digestibilidade
aparente e balanço de nitrogênio em ovelhas alimentadas com diferentes
níveis de fibra em detergente neutro. Ciência Animal Brasileira, v. 13,
n. 1, p. 3340, 2012. https://doi.org/10.5216/cab.v13i1.9481.
Maynard, D. G.; Stewart, J. W. B.; Bettany, J. R. Sulfur cycling in
grassland and parkland soils. Biogeochemistry, v. 1, p. 97111, 1984.
https://doi.org/10.1007/BF02181123.
Motta, V. T. 2011. Bioquímica, Editora Medbook. 2.ed, Medbook.
Nascimento, J. C. S.; Silva, T. G. P.; Rizzo, H.; Fonseca Filho, L. B.;
Soares, L. L. S.; Souza, W. M. A.; Amorim, M. J. A. C. L. Indicadores
bioquímicos e corporais para avaliação do perfil metabólico e nutricional
em ruminantes. Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 19, n. 3, p. 63
74, 2016. https://www.bvs-vet.org.br/vetindex/periodicos/ciencia-
veterinaria-nos-tropicos/19-(2016)-3/indicadores-bioquimicos-e-
corporais-para-avaliacao-do-perfil-metabolic/.
Neto, J. P.; Soares, P. C.; Batista, A. M. V.; Andrade, S. F. J.; Andrade,
R. P. X.; Lucena, R. B.; Guim, A. Balanço hídrico e excreção renal de
metabólitos em ovinos alimentados com palma forrageira (Nopolea
cochenillifera Salm dyck). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 36, n. 4, p.
322328, 2016. https://doi.org/10.1590/S0100-736X2016000400012.
NRC. National Research Council. Nutrient Requeriments of Small
Ruminants. 1st ed. Washington, DC, USA, 2007.
Oliveira, K. A.; Macedo Junior, G. L.; Araújo, C. M.; Sousa, L. F.; Araújo,
M. J. P.; Siqueira, M. T. S. Different roughage to concentrate ratios in
extruded ration and metabolic parameters of growing lambs. Semina:
Ciências Agrárias, v. 41, n. 5, p. 16531666, 2020a. https://doi.
org/10.5433/1679-0359.2020v41n5p1653.
Oliveira, K. A.; Macedo Junior, G. L.; Araújo, C. M.; Sousa, L. F.; Silva, A.
L.; Jesus, T. A. V. Different roughage: concentrate ratios in extruded feed,
and feeding behavior of growing lambs. Veterinária Noticias, v. 26, n. 1,
p. 3249, 2020b. https://doi.org/10.14393/VTN-v26n1-2020-45655.
Oliveira, K. A.; Macedo Junior, G. L.; Silva, S. P.; Araújo, C. M.; Varanis,
L. F. M.; Sousa, L. F. Nutritional and metabolic parameters of sheep
fed with extrused roughage in comparison with corn silage. Semina:
Ciências Agrárias, v. 39, n. 4, p. 17951804, 2018. http://dx.doi.
org/10.5433/1679-0359.2018v39n4p1795.
Polli, V. A.; Restle, J.; Senna, D. B.; Rosa, C. E.; Aguirre, L. F.; Silva, J. H.
S. Comportamento de bovinos e bubalinos em regime de confinamento:
I. atividades. Ciência Rural, v. 25, n. 1, p. 127131, 1995. https://doi.
org/10.1590/S0103-84781995000100024.
Rodrigues, G. R. D.; Siqueira, M. T. S.; Oliveira, K. A.; Sousa, L. F.;
Schultz, E. B.; Oliveira, M. R.; Macedo Júnior, G. L. Casca de soja
extrusada em substituição a silagem de milho - parâmetros nutricionais
e bioquímicos em ovinos. Rev. Agr. Acad., v. 5, n. 1, Jan/Fev. 2022. doi:
10.32406/v5n1/2022/147-162/agrariacad.
Rodrigues, R. C. Métodos de análises bromatológicas de alimentos:
métodos físicos, químicos e bromatológicos. Pelotas: Embrapa Clima
Temperado, Documentos 306, 2010, 177p. https://ainfo.cnptia.embrapa.
br/digital/bitstream/item/40059/1/documento-306.pdf.
Ruela, P. A. C., Oliveira, K. A., Sousa, L. M., Silva, S. P., Sousa, L. F.,
Macedo Júnior, G. L. Consumo, comportamento ingestivo e perfil
metabólico de ovinos alimentados com ração extrusada com diferentes
relações volumoso: concentrado. Caderno de Ciências Agrárias, v. 12,
p. 18, 2020. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.20412.
Russel, J. R.; Sexten, W. J.; Kerley, M. S. Effect of corn inclusion
on soybean hull-based diet digestibility and growth performance
in continuous culture fermenters and beef cattle. American Society
of Animal Science, v. 94, n. 7, p. 29192926, 2016. https://doi.
org/10.2527/jas.2015-0180.
Santos, F. M.; Araújo, G. G. L.; Souza, L. L.; Yamamoto, S. M.; Queiroz,
M. M. A.; Lanna, D. P. D.; Moraes, S. A. Impact of water restriction
periods on carcass traits and meat quality of feedlot lambs in the
Brazilian semi-arid region. Meat Science, v. 156, p. 196204, 2019.
https://doi.org/10.1016/j.meatsci.2019.05.033.
SAS Institute Inc, JMP
®
10 Modeling and Multivariate Methods. Cary,
NCSAS Institute Inc., 2012.
11
Casca de soja extrusada em substituição a silagem de milho: parâmetros nutricionais, bioquímicos comportamento ingestivo de ovino
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0111, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.43883
Schutte, J.E.; Longhurst, J.C.; Gaffney, F.A.; Bastian, B.C.; Blomqvist,
C.G. 1981. Total plasma creatinine: an accurate measure of total striated
muscle mass. Journal of Applied Physiology, 51:762766. Doi: https://
doi.org/10.1152/jappl.1981.51.3.762 Disponível em: https://journals.
physiology.org/doi/abs/10.1152/jappl.1981.51.3.762.
Silva, D. A. P.; Santana, A. G.; Araújo, C. M.; Oliveira, K. A.; Siqueira, M. T.
S.; Macedo Júnior, G. L. Avaliação dos efeitos nutricionais e metabólicos
da substituição de silagem de milho por ração extrusada de Capim-
marandu (Urochloa brizantha) em ovinos. Caderno de Ciências Agrárias,
v. 12, p. 19, 2020a. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.19833.
Silva, D. A. P.; Varanis, L. F. M.; Oliveira, K. A.; Sousa, L. M.; Siqueira,
M. T. S.; Macedo Júnior, G. L. Parâmetros de metabólitos bioquímicos
em ovinos criados no Brasil. Caderno de Ciências Agrárias, v. 12, p. 18,
2020b. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.20404.
Silva, E. N.; Duarte, J. B.; Reis, A. J. Seleção da matriz de variância-
covariância residual na análise de ensaios varietais com medidas
repetidas em cana-de-açúcar. Ciência Rural, v. 4, n. 6, p. 993999,
2015. http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20141531.
Valadares Filho, S. C.; Lopes, S. A.; Silva, B. De C.; Chizzotti, M. L.;
Bissaro, L. Z. CQBAL 4.0. Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos
para Ruminantes, 2018. https://bitlybr.com/KOggW.
Van Cleef, E. H. C. B.; Ezequiel J. M. B.; D’aurea A. P.; Fávaro, V. R.;
Sancanari, J. B. D. Crude glycerin in diets for feedlot Nellore cattle.
Revista Brasileira de Zootecnia, v. 43, n. 2, p. 8691, 2014. https://
doi.org/10.1590/S1516-35982014000200006.
Van Soest, P.
J.
Nutritional Ecology of the Ruminant. 2nd ed. Ithaca: Cornell
University Press, 1994. https://doi.org/10.7591/9781501732355.
Zarpelon, T. G.; Mizybuti, I. Y.; Ribeiro, E. L. A.; Pereira, E. S.; Silva,
L. D. F.; Prado-Calixto, O. P.; Tarsitano, M. A.; Fávero, R.; Pires, K. A.;
Borges, C. A. A. Desempenho, características de carcaça e avaliação
econômica da substituição do milho grão inteiro por casca de soja
peletizada na alimentação de cordeiros em confinamento. Semina:
Ciências Agrárias, v. 36, n. 2, p. 11111121, 2015. https://doi.
org/10.5433/1679-0359.2015v36n2p1111.