Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na
dieta
Ana Beatriz Inácio de Freitas1, Lucas Eduardo Gonçalves Vilaça2, Marco Túlio Santos Siqueira3, Karla Alves
Oliveira4, Luciano Fernandes Sousa5 Gilberto de Lima Macedo Júnior6
DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Resumo
O uso de enzimas exógenas é uma biotecnologia utilizada para otimizar a produção de ruminantes, através da melhora
da digestibilidade e degradabilidade ruminal da fibra, do amido e da proteína presentes nos mais diversos alimentos.
Objetivou-se avaliar o efeito de enzimas exógenas fornecidas como aditivo em ração para caprinos sobre o consumo
e metabólitos sanguíneos. Foram utilizados 21 cabritos mestiços ½ Anglo Nubiano x ½ Saanen, com idade média
de 2 meses, pesando em média 16,77 kg. Estes animais foram alojados em baias coletivas, distribuídos em quatro
tratamentos: Controle (sem nenhuma adição de enzima); Amaize® (enzima amilolítica); llzyme® (mix de enzimas) e
Fibrozyme® (enzima fibrolíticas). Foram avaliados o consumo de matéria seca (CMS) e concentração sanguínea dos
metabólitos energéticos, enzimáticos e proteicos. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com medidas
repetidas ao tempo. As médias dos tratamentos foram avaliadas pelo teste SNK ao vel de significância de 5% e os
períodos por análise de regressão dos efeitos lineares e quadráticos à 5% de significância. Os animais apresentaram
aumento exponencial do CMS ao longo do período. Houve interação entre tratamento e período experimental para
glicose, lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), relações LDL/HDL e CT/HDL,
ácido úrico e creatinina. Houve efeito do período para colesterol, gama glutamiltransferase (GGT), albumina, ureia
e proteínas totais. As elevações dos valores de metabólitos energéticos e protéicos podem ser explicadas pela maior
degradação dos alimentos proporcionado pelas enzimas, gerando maior energia disponível aos animais. Apesar das
alterações nos valores quanto ao recomendado para espécie, não foram evidenciadas injúrias quando avaliado o
perfil enzimático dos animais. A utilização de enzimas exógenas Amaize®, Allzyme® e Fibrozyme® favoreceram a
degradação de carboidratos, possibilitando maior status nutricional aos animais demonstrado pelos valores elevados
de metabólitos energéticos e proteicos.
Palavras-chave: Aditivo. Amilolítica. Capra aegagrus hircus. Fibrolítica. Proteolítica.
1Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Zootecnista. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-0388-9197
2Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Discente do curso de Zootecnia. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-4901-4775
3Universidade Federal de Lavras, Discente do curso de Mestrado Programa de Pós Graduação em Zootecnia. Lavras, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-2098-8568
4Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Discente do curso de Doutorado Programa de Pós Graduação em Zootecnia.
Jaboticabal, SP. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-7792-2615
5Universidade Federal do Norte do Tocantins, Faculdade de Medicina Veterinária, Docente do curso de Zootecnia. Araguaína, TO. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-6072-9237
6Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Docente do curso de Zootecnia. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-5781-7917
*Autor para correspondência: gilberto.macedo@ufu.br
Recebido para publicação em 16 de fevereiro de 2023. Aceito para publicação em 04 de março de 2023
e-ISSN: 2447-6218.
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com uma Licença Creative Commons
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CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Agrarian Sciences Journal
2
Júnior, G. L. M. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Intake and blood metabolites of kids fed with exogenous enzymes in the diet
Abstract
The use of exogenous enzymes is a biotechnology used to optimize the production of ruminants, by improving the
ruminal digestibility and degradability of fiber, starch and protein present in the most diverse foods. The objective
was to evaluate the effect of exogenous enzymes supplied as an additive in goat feed on consumption and blood
metabolites. Twenty-one crossbred kids ½ Anglo Nubian x ½ Saanen, with an average age of 2 months, weighing an
average of 16.77 kg were used. These animals were housed in collective pens, divided into four treatments: Control
(without any addition of enzyme); Amaize® (amylolytic enzyme); Allzyme® (enzyme mix) and Fibrozyme® (fibrolytic
enzyme). Dry matter intake (DMI) and blood concentration of energetic, enzymatic and protein metabolites were
evaluated. The design used was completely randomized with repeated measures over time. Treatment means were
evaluated by the SNK test at a significance level of 5% and periods by regression analysis of linear and quadratic
effects at a significance level of 5%. The animals showed an exponential increase in DMI over the period. There was
interaction between treatment and experimental period for glucose, low density lipoprotein (LDL), high density
lipoprotein (HDL), LDL/HDL and TC/HDL ratios, uric acid and creatinine. There was an effect of the period for cho-
lesterol, gamma glutamyltransferase (GGT), albumin, urea and total proteins. The increases in the values of energy
and protein metabolites can be explained by the greater degradation of food provided by the enzymes, generating
more energy available to the animals. Despite the changes in values as recommended for the species, injuries were
not evidenced when evaluating the enzymatic profile of the animals. The use of exogenous enzymes Amaize®, Allzy-
me® and Fibrozyme® favored the degradation of carbohydrates, allowing greater nutritional status for the animals
demonstrated by the high values of energy and protein metabolites.
Key words: Additive. Amylolytic. Capra aegagrus hircus. Fibrolytic. Proteolytic.
INTRODUÇÃO
As enzimas são moléculas, que atuam como
catalisadores biológicos, aumentando a velocidade de
reações químicas e por consequência melhorando o me-
tabolismo (Coelho et al., 2008). Na alimentação animal
as enzimas são usadas para otimizar a digestibilidade e
a degradabilidade ruminal de fibras, proteínas e amido,
potencializando a produção de rebanhos e diminuindo
os custos de produção através da redução da quantidade
de insumos obtido pela melhora do aproveitamento dos
nutrientes da dieta (Krause et al., 2003).
Enzimas amilolíticas atuam aumentando a di-
gestibilidade do amido no ambiente ruminal (Neiva et
al., 2022). Já enzimas fibrolíticas atuam melhorando a
degradabilidade da parede celular vegetal, ocasionando
maior aproveitamento da parte fibrosa do alimento (Beau-
chemin et al., 2004), enquanto que enzimas proteolíticas
atuam na quebra da matriz proteica, aumentando a ação
dos microrganismos ruminais (Neiva et al., 2022).
Visto que a digestão da fibra no rúmen é um dos
fatores que mais limitam a produção dos animais rumi-
nantes, a utilização de enzimas fibrolíticas vem ganhando
destaque na área. No entanto, apesar de sua maior utili-
zação, em caprinos poucos estudos evidenciando os
ganhos produtivos de seu emprego. Além disso, caprinos
são mais seletivos, possuem maior consumo (Kp) e me-
nor digestibilidade de nutrientes, quando comparados a
bovinos e ovinos, podendo estes fatores influenciarem de
forma distinta a ação das enzimas nestes animais. Desta
forma, trabalhos que avaliem a forma de aplicação des-
tes aditivos bem como seus efeitos sobre o desempenho
produtivo e metabólico dos animais são cada vez mais
necessários, pois acredita-se que o uso de enzimas exóge-
nas possa promover melhoras nos parâmetros produtivos
e metabólicos de caprinos.
Diante disto, objetivou-se avaliar o consumo e
perfil metabólico de caprinos em desenvolvimento alimen-
tados com três tipos de enzimas exógenas (amilolíticas,
fibrolíticas e mix de enzimas) como aditivos na ração.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), Fazenda Experimental
Capim Branco, localizada no município de Uberlândia,
Minas Gerais. O período de realização foi de 21 de agosto
de 2018 a 14 de novembro do mesmo ano, totalizando 85
dias de estudo sem adaptação prévia dos animais à dieta
experimental. O protocolo experimental deste trabalho
foi aprovado pela Comissão de Ética na Utilização de
Animais (CEUA) da UFU sob o número 093/16.
Foram utilizados 20 cabritos mestiços, ½ Anglo
Nubiano x ½ Saanen, recém-desmamados com idade
média de 2 meses. Estes foram divididos em quatro baias
coletivas de aproximadamente 20 mZ dispostas em galpão
de alvenaria, providas de comedouro externo, bebedouro,
saleiro e piso ripado suspenso.
A alimentação era composta por silagem de milho
e concentrados que diferiam quanto à inclusão de enzima
exógena. Além disso os animais possuíam acesso à água
e sal mineral ad libitum. Os tratamentos consistiram
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Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na dieta
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em: Controle (sem adição de enzima), Allzyme
®
(mix
de enzimas), Fibrozyme® (enzima fibrolítica) e Amaize®
(enzima amilolítica). As dosagens utilizadas foram for-
necidas pela fabricante (Alltech
®
) (tabela 1).
Tabela 1 Composição das enzimas exógenas segundo o fabricante Alltech®
Allzyme®
Amaize®
Fibrozyme®
Min. 4000 u*/g
-
-
Min. 700 u*/g
-
-
Min. 300 u*/g
-
-
Min. 200 u*/g
-
-
Min. 100 u*/g
-
Min. 100 XU*Z/g
Min. 40 u*/g
-
-
Min. 30 u*/g
Min. 600 FAU*¹/g
-
*Uma unidade de atividade enzimática equivalente à quantidade de enzima que dextriniza 1 grama de substrato solúvel por minuto, a pH 4,8 e 30°C;
Uma unidade de atividade enzimática alfa-amilase equivalente a quantidade de enzima que dextriniza 1 grama de amido solúvel por minuto, a
pH 4,8 e 30°C; *ZUma unidade de atividade enzimática xilanase equivalente à quantidade de enzima que libera 1 micromol de xilose por minuto a
partir de xilano a pH 5,3 e 50°C.
As dietas foram formuladas de acordo com Na-
cional Research Council (NRC) (2007) para um ganho
médio diário de 200g por cabrito por dia. A composição
de ingredientes em função dos tratamentos, a composição
do sal mineral e a composição química das rações e da
silagem encontram-se na tabela 2.
Tabela 2 Composição percentual e química do concentrado, composição do sal mineral e composição química da
silagem de milho
Ingredientes
Controle Allzyme® Amaize®
Fibrozyme®
Composição percentual
Farelo de milho
80,0% 80,0% 80,0%
80,0%
Farelo de soja
15,0% 15,0% 15,0%
15,0%
Sal mineral
3,0% 3,0% 3,0%
3,0%
Ureia
2,0% 2,0% 2,0%
2,0%
Enzimas*
- 150g 150g
180g
Adsorvente**
400g 400g 400g
400g
Composição do Sal Mineral g/Kg
Cálcio (mín./máx.)
157,00/212,47 g Magnésio (mín.)
21,60 mg
Fósforo (mín.)
65,00 g Zinco (mín.)
3600,00 mg
Enxofre (mín.)
18,00 g Cobalto (mín.)
64,80 mg
Sódio (mín.)
117,00 g Iodo (mín.)
14,40 mg
Manganês (mín.)
2160,0 mg Selênio (mín.)
18,00 mg
Composição bromatológica dos concentrados e da silagem
Fração
Silagem
Controle
Allzyme®
Fibrozyme®
Amaize®
MS %
38,40
79,60
78,08
78,00
77,12
PB %
7,36
16,30
18,15
16,53
17,62
*Dados fornecidos pelo fabricante para uma mistura total de 200 kg de concentrado. **O produto utilizado foi o Mycosorb®, Alltech®. MS: matéria
seca; PB: proteína bruta.
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Júnior, G. L. M. et al.
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A ração ofertada aos animais foi composta de 70%
de concentrado e 30% de volumoso (silagem de milho).
O arraçoamento ocorreu todos os dias em dois períodos,
às 08h00 e às 16h00. A cada sete dias os animais foram
pesados para ajuste no fornecimento da ração em função
de 10% de sobras no cocho.
Diariamente eram mensurados e amostrados os
alimentos ofertados e as sobras em balança eletrônica com
precisão de cinco gramas. Foi feita uma amostra composta
a partir das amostras simples, para cada baia durante os
períodos de coleta. As amostras foram acondicionadas
em sacos plásticos, identificadas e armazenadas em con-
gelador a -15°C. Ao final do ensaio, as amostras foram
descongeladas e homogeneizadas, sendo retirada amostra
de 20% do total para posteriores análises laboratoriais.
As amostras de alimento e sobras foram secas
em estufas com ventilação forçada de ar a 55°C por 72
horas, processadas em moinho de facas tipo Wiley, em
peneira de um milímetro e armazenadas em potes plás-
ticos identificados. Foram então analisadas segundo os
procedimentos analíticos padrão do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Zootecnia (INCT-CA) (Detmann
et al., 2012) quanto ao teor de matéria seca (MS; método
INCT-CA G-003/1) e proteína bruta (PB; método INCT-CA
N-001/1).
Posteriormente calculou-se o consumo de nutrien-
tes através da equação (Eq. 1) proposta por Maynard et
al. (1984):
CN
=
(Cons x % Cons) - (Sob x % Sob)
(Eq. 1)
Sendo CN = consumo do nutriente (kg); Cons = quantidade de alimento
consumido (kg); % cons = teor do nutriente no alimento fornecido (%);
Sob
=
quantidade de sobra retirada (kg); % sob
=
teor do nutriente
nas sobras (%).
As colheitas de sangue foram feitas a cada 21
dias dentro do período experimental. As colheitas sempre
aconteciam antes da primeira alimentação.
Para a avaliação glicêmica a primeira colheita
foi feita às 08h00 (antes da primeira refeição), 11h00,
14h00, 17h00 e às 20h00. No dia da avaliação glicêmica
a segunda refeição somente foi ofertada após a colheita
das 20h00. As amostras foram colhidas por venopunção
da jugular com auxílio de tubos Vacutainer® (BD, São
Paulo, o Paulo, Brasil) de cinco mL contendo fluoreto
e ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), sendo de-
vidamente identificados para cada animal.
Para avaliação dos componentes bioquímicos fo-
ram feitas colheitas de sangue por venopunção da jugular
com auxílio de tubos Vacutainer® sem anticoagulante.
As análises bioquímicas das amostras de sangue
coletadas foram centrifugadas a 3200 rotações por minuto
por 15 minutos, sendo os soros separados em alíquotas,
guardados em micro tubos plásticos estéreis Eppendorf
de 1,5mL previamente identificados e armazenados em
freezer a -20°C para posterior análise laboratorial. Todas
as amostras foram processadas em analisador automático
de bioquímica e turbidimetria PKL® 125 (MH Lab., o
Paulo, São Paulo, Brasil), pelo método de colorimetria
fotoelétrica usando kit comercial da Lab Test Diagnóstica
S.A.® (Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil).
Os componentes bioquímicos para determinação
do metabolismo energético foram: frutosamina, triglicerí-
deos, colesterol e lipoproteínas de baixa densidade (LDL),
lipoproteínas de alta densidade (HDL), lipoproteínas de
muito baixa densidade ((VLDL) calculado através da
fórmula proposta por Friedewald et al. (1972): VLDL
=
triglicerídeos
÷
5) e as relações LDL/HDL e colesterol
total (CT)/HDL. Para determinação do metabolismo pro-
teico foram: proteína total, ureia, albumina, ácido úrico e
creatinina. E para determinação do metabolismo hepático
foram avaliadas as enzimas aspartato aminotransferase
(AST) e gama glutamiltransferase (GGT).
Adotou-se o delineamento inteiramente casua-
lizado seguindo o modelo:
Yijk=
+
Ti+Pj+(T*P)ij+eijk; em que Y é a ob-
servação, é a média geral, Ti é o efeito fixo do tratamento
(Controle, Amaize®, Allzyme® e Fibrozyme®), Pj é o efeito
fixo de período experimental, (T*P)ij+eijk é a interação
tratamento e período e eij é o erro aleatório.
Cada tratamento dispôs de cinco repetições.
Todos os dados foram testados quanto à normalidade
(Shapiro & Wilk, 1965) e homoscedasticidade (Levene,
1960) de variância do resíduo. Aceitos estes pressupos-
tos os dados foram submetidos à análise variância e
as médias dos tratamentos comparadas pelo teste SNK
(Student-Newman-Keuls) com nível de significância de
5% para o erro tipo I. Para o período foi utilizado estudo
de regressão com nível de significância de 5% para o erro
tipo I. A variável consumo de matéria seca foi avaliada
por estatística descritiva entre os tratamentos. A variável
glicemia (horário de colheita) foi avaliada como parcela
subdividida, onde nas parcelas tinham-se os tratamentos
e nas subparcelas os horários de colheita (08h00, 11h00,
14h00, 17h00 e 20h00). Foi considerada tendência sig-
nificativa o P valor maior que 0,05 e menor que 0,10.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O consumo de matéria seca foi similar entre os
tratamentos. Com média geral de ingestão de 0,63 kg de
MS animal-1 dia-1, o consumo se mostra adequado para
a espécie segundo recomendações do NRC (2007), que
traz indicações de CMS ideal de 0,65 kg de MS animal-1
dia-1 para caprinos em crescimento com ganhos de até
200 g dia-1. Portanto, independente do uso de enzimas
exógenas o CMS esteve dentro do recomendado para a
categoria.
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Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na dieta
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Como a dieta é constituída por 70% de concen-
trado (na qual 80% é farelo de milho) e 30% de silagem
de milho (que possui em média 25% de amido, de acordo
com Valadares Filho, 2006), os tratamentos Amaize® e
Fibrozyme®, se apresentaram superiores numericamente
aos demais tratamentos, ambos com valores acima do
recomendado pelo NRC (2007) (3,08% e 1,53%, res-
pectivamente).
Houve efeito quadrático sobre o CMS por baia e
animal (P<0,05) demonstrado pelo aumento constante
da ingestão de alimento nos primeiros 60 dias de estudo,
seguidos de um decréscimo após este período (figura 1).
O aumento gradativo do CMS é explicado pela fase de
crescimento dos animais. Tal aumento ocorreu durante
o período de 60 a 120 dias de vida dos cabritos, aproxi-
madamente, fase em que estes passam pelo desenvolvi-
mento corporal (ósseo e muscular) mais intenso. Sendo
assim, com o crescimento e desenvolvimento de tecidos
acontecendo em um ritmo acelerado, deve haver energia
e nutrientes em níveis adequados para o crescimento
muscular, o que justifica os valores encontrados sempre
acima do recomendado pelo NRC (2007).
Figura 1 Consumo de matéria seca de caprinos alimentados com enzimas exógenas na dieta em função do período
experimental
1Y= 3,273330 + 0,019657x 0,000341x2, R2= 55,82%; 2Y= 0,623347 + 0,003824x 0,000062x2, R2= 46,45%; P baia: 0,0290; MG baia: 3,26;
CV baia: 17,70; L baia: 0,0020; Q baia: 0,0420. P animal: 0,0151; MG animal: 0,633; CV animal: 15,91; L animal: 0,0060; Q animal: 0,0360; P: P
valor de 5% de significância; MG: média geral; CV: coeficiente de variação; L: valor de P para Linear; Q: valor de p para quadrática.
Após esse crescimento atingir o ponto máximo,
ou ponto de inflexão (Zapata et al., 2001), o CMS tende a
diminuir, como observado a partir do período de 70 dias
na figura 1. Dentre os fatores que podem ter contribuído
com a redução do consumo após este período, destaca-se
a possibilidade de que estes animais tenham atingido
o seu limite de ingestão necessário para atender suas
exigências nutricionais (Oliveira et al., 2018). Visto que
em todo o momento experimental a média de CMS ficou
acima do recomendado, decaindo por volta do 5º mês de
vida dos animais. Período de estabilidade das exigências
nutricionais devido à proximidade da puberdade fisio-
lógica da espécie, onde a taxa de crescimento se torna
linear e o ganho de peso se dará pela maior deposição
de gordura (ZAPATA et al., 2001).
Para melhor entendimento dos efeitos das dietas
sobre caprinos em crescimento é importante a realização
da avaliação do CMS associado à variáveis sanguíneas
como os perfis metabólicos energéticos, proteicos e en-
zimáticos.
Houve interação entre tratamento e período
experimental para a variável glicose plasmática (tabela
3). Com relação aos tratamentos, com exceção do grupo
controle, todos apresentaram significância (P<0,05). O
tratamento Amaize® demonstrou efeito linear negativo,
com diminuição dos valores de glicose ao longo do estudo.
Por outro lado, os tratamentos Fibrozyme® e Allzyme®
obtiveram resposta quadrática com diminuição dos va-
lores no decorrer do experimento, mas com aumento no
período final.
Apesar da diferença, os tratamentos permane-
ceram dentro dos valores médios indicados por Kaneko
et al. (2008), que o de 50,00 75,00 mg dL-1 para
caprinos. Apenas em três momentos houve um aumento
desses valores com ponto máximo encontrado de 2,17%
acima do recomendado. o sendo suficiente para pre-
dizer algo relacionado às dietas.
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Júnior, G. L. M. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Tabela 3 Interação entre tratamento e período experimental para glicose (mg dL-1) de caprinos alimentados com
enzimas exógenas na dieta
Período
Controle
Amaize®1
Fibrozyme®2
Allzyme®3
0
68,88
74,40
70,85
73,73
21
67,80
71,88
72,68
72,43
42
72,48
75,40
75,12
74,50
63
68,12
69,00
65,48
72,50
84
69,60
73,40
70,64
76,63
MG
69,38
72,82
70,95
73,96
P
0,2541
0,0125
0,0365
0,0025
CV
2,4
3,0
4,4
2,0
1Y= 74,040000 0,02133x, R2= 13,39%; 2Y= 71,045361 + 0,098873x 0,001214x2, R2= 31,34%; 3Y= 73,177063 0,04630x + 0,000610x2,
R2= 40,33%; P: valor de 5% de probabilidade; MG: média geral; VR: valor de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008): (50 75 mg
dL-1). CV: coeficiente de variação
As enzimas fibrolíticas potencializaram a de-
gradação da parede celular vegetal, o que proporcionou
o maior aproveitamento da porção fibrosa da dieta. As
enzimas amilolíticas e enzimas proteolíticas, otimizaram
as ações dos microrganismos ruminais em relação ao
amido de milho, possibilitando o aumento de veis de
ácido propiônico, da degradabilidade e fermentabilidade
da dieta que quando associados ao maior CMS (Figura
1) de uma dieta com relação concentrado:volumoso
de 70:30 e fonte de volumoso como silagem de milho,
rica em amido, podem ser os responsáveis pelos níveis
de glicose sérica de cabritos terem apresentado valores
dentro do esperado (Neiva et al., 2022).
Houve efeito quadrático para a concentração
glicêmica (P<0,05) ao longo do período de coleta (Figura
2). Ocorreu aumento da concentração após a alimentação
(08h00), com decréscimo a partir das 14h00.
Figura 2 Nível de glicose sanguínea (mg dL-1) em função do horário de coleta
1Y= 61,913601
+
1,136166x 0,027856x2, R2= 83,59%. P: 0,0001; CV: 5,63%; P: valor de 5% de probabilidade; CV: coeficiente de variação.
De acordo com Oliveira et al. (2018), em ru-
minantes, a glicose plasmática possui como precursores
compostos que não são carboidratos, como o propionato,
ácido graxo volátil (AGV) obtido a partir da fermentação
ruminal. Um aporte elevado de carboidratos solúveis na
dieta aumenta a produção do ácido propiônico, elevando
a concentração de glicose disponível no plasma. Pode-se
inferir que a característica das dietas (relação C:V, tipo
de volumoso e utilização de enzimas) resultou em uma
maior disponibilidade de carboidratos solúveis no ambien-
te ruminal, contribuindo para manter o nível de glicose
desses animais dentro do recomendado para a espécie
por 12 horas com apenas uma refeição, demonstrando
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que a dieta foi eficiente em manter os animais energe-
ticamente estáveis.
Para os demais metabólicos energéticoso houve
efeito do tratamento ou período experimental (P>0,05)
com exceção da frutosamina (P<0,05) (tabela 4). O
tratamento Fibrozyme® foi estatisticamente semelhante
ao Allzyme® e superior aos demais, atingindo o maior
valor dentre os tratamentos 171,20 (µmol L-1).
De acordo com Varanis et al. (2021), a frutosa-
mina reflete a glicemia de cerca de uma a três semanas
anteriores ao momento da coleta. Como em ruminantes
a formação de glicose é secundária (através do metabo-
lismo de precursores, como o propionato, aminoácidos
gliconeogênicos, glicerol e lactato, no fígado), a possível
melhora na degradação da fibra proporcionado no tra-
tamento Fibrozyme® pode ter favorecido o metabolismo
dos precursores de glicose, justificando os maiores valores
para frutosamina. Dado que a frutosamina é uma glicose
esterificada a uma albumina. Assim, a enzima Allzyme®
que é proteolítica, contém em sua composição amilase e
fibrolases, aumentando o nível de albumina e com isso
obtendo igualdade a Fibrozyme®.Tal teoria fica melhor
evidenciada quando compara-se os demais tratamentos
com utilização de enzimas ao grupo controle, onde no-
ta-se maior estabilidade da glicose nos animais (através
da frutosamina), em detrimento do tratamento controle,
que apresentou os menores resultados para o metabóli-
to, evidenciando que esses animais tiveram uma menor
estabilidade da glicose ao longo do tempo.
Tabela 4 Perfil energético de caprinos alimentos com enzimas exógenas na dieta
Tratamento Frutosamina
Colesterol
Triglicerídeos
VLDL
(µmol L-1)
(mg dL-1)
(mg dL-1)
(mg dL-1)
Controle
151,84 C
64,96
21,40
4,28
Amaize
®
158,11 BC
55,91
25,08
5,01
Allzyme
®
167,20 AB
64,24
22,79
4,55
Fibrozyme®
171,20 A
62,48
22,84
4,56
P
0,0153
0,6810
0,9354
0,9354
Período (dias)
Frutosamina
Colesterol1
Triglicerídeos
VLDL
0
167,09
54,28
20,95
4,19
21
161,47
70,66
20,19
4,03
42
159,52
57,33
25,76
5,15
63
165,42
66,26
25,26
5,05
84
158,98
62,09
23,04
4,60
MG
162,43
62,04
23,00
4,60
CV
12,75
17,20
33,47
33,47
P
0,0894
0,0022
0,3888
0,3888
VR
-
80,00 - 130,00
17,60 - 24,00
3,00 - 4,00
1Y=: 56,932623
+
0,253721x 0,001961x2, R2= 22,54%; MG: média geral; CV: coeficiente de variação; P: valor de 5% de significância; VR: valor
de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008); Letras maiúsculas na coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK.
Não houve efeito dos tratamentos para a variável
colesterol (P>0,05), com todos os valores inferiores aos
preconizados por Kaneko et al. (2008) (80,00 - 130,00
mg dL-1). Neste estudo, a média encontrada foi de 62,04
mg dl-1, valor este 22,55% abaixo do limite inferior re-
comendado. Foram encontrados efeitos para o período
com resposta quadrática para a variável (P<0,05). O
valor mínimo atingido ao início do experimento esteve
32,10% abaixo do limite inferior da normalidade.
Grande parte dos lipídeos são direcionados ao
fígado para serem metabolizados e gerar mais energia
para o crescimento e desenvolvimento muscular (Va-
ranis et al., 2021) e os animais do estudo estavam no
período de maior desenvolvimento corporal, acredita-se
que os baixos valores deste metabólito sejam um reflexo
desta via de mobilização de lipídeos. Como o colesterol
apresentou resposta quadrática em função do período,
seus valores aumentaram no decorrer do experimento,
provavelmente em virtude do aumento da deposição de
tecido adiposo (principalmente gordura intracavitária,
devido à característica inata dos caprinos (Grande et al.,
2003) que ocorre após o animal atingir a puberdade e
estabilizar o crescimento muscular (Zapata et al., 2001).
8
Júnior, G. L. M. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
O triglicerídeo é uma importante fonte de energia
para o corpo (Varanis et al., 2021), e seu valor de refe-
rência, de acordo com Kaneko et al. (2008) é de 17,60
24,00 mg dl-1. Não houve diferença para a variável
entre os tratamentos ou durante o período (P<0,05),
no entanto, o tratamento Amaize® ficou 4,5% acima do
máximo recomendado, demonstrando leve alteração para
estes animais comparado com o indicado pela literatura.
Os períodos 42d e 63d também demonstraram alterações
frente o intervalo recomendado, estando o período 63d
7,33% acima do limite máximo preconizado. Tais alte-
rações demonstram a eficiência da dieta em manter os
animais com adequada reserva energética.
Não foram encontrados efeitos das dietas ou
período para VLDL, lipoproteína que transporta os tri-
glicerídeos dos tecidos hepáticos para os tecidos peri-
féricos na corrente sanguínea (Oliveira et al., 2018). O
metabólito em questão ficou acima (28,75%) do valor
máximo recomendado para todos os peodos e tratamen-
tos durante todo o experimento. Isto indica que houve
maior capacidade de transporte de triglicerídeos e maior
mobilização energética, fato esse que ocorreu em virtude
dos níveis de glicose desses animais sempre próximos
do limite superior (tabela 3), que pode ter causado um
aumento de ácido propiônico, que por sua vez pode
ter sobrecarregado o fígado, obrigando sua exportação
através das lipoproteínas e assim elevando seus níveis
séricos no plasma.
Houve interações entre tratamento e período
experimental para as variáveis LDL e HDL (tabela 5).
Não houve efeito dos períodos para ambos parâmetros
sanguíneos. Com relação às dietas, os tratamentos Con-
trole e Fibrozyme® apresentaram resposta quadrática em
relação ao período experimental, no entanto mantiveram-
-se dentro do preconizado por Kaneko et al. (2008) para
lipoproteína de baixa densidade. A LDL consiste de uma
lipoproteína originária no fígado que é responsável pelo
transporte de lipídeos deste para os tecidos periféricos,
quando ocorre sua predominância, existe a tendência de
maior deposição de colesterol nos tecidos, pois eles não
conseguem catabolizar o excesso de LDL (Siqueira et al.,
2020).
Para HDL, com relação às dietas, os tratamentos
Controle e Allzyme
®
apresentaram resposta quadrática em
relação ao período experimental. Enquanto Fibrozyme®
apresentou efeito linear positivo em relação ao período.
A HDL é responsável pelo transporte de colesterol dos
tecidos extra-hepáticos para o fígado, onde serão meta-
bolizados (Oliveira et al., 2018). Esta resposta obtida
confirma a tendência de mobilização de colesterol para
o fígado, com o objetivo de obtenção energética. Por
ser uma lipoproteína transportadora de colesterol era
esperada tendência de aumento devido à maior produção
de colesterol oriunda de uma possível maior produção
de propionato advindo das dietas com altos teores de
carboidratos não fibrosos (70C:30V).
Como os valores estiveram sempre próximos
do limite inferior preconizado por Kaneko et al. (2008),
pode-se inferir que não houve excesso de mobilização
corpórea dos animais, provavelmente devido ao maior
gasto energético dos mesmos direcionado para cresci-
mento muscular até a puberdade.
Houve interações entre tratamento e período
experimental para as relações LDL/HDL e CT/HDL (tabela
6). Houve efeito do período d0 (P<0,05) para ambas as
relações de parâmetros sanguíneos, com o tratamento
Allzyme® sendo estatisticamente igual ao Fibrozyme®
e superior aos demais. De acordo com Siqueira et al.
(2020) quanto menor o valor encontrado, maior é a
concentração de HDL circulante, pois estas relações são
inversamente ligadas à quantidade de lipoproteína na
corrente sanguínea. Desta forma, melhor é o carreamento
de colesterol para o fígado para ser metabolizado.
Com relação às dietas, os tratamentos Controle,
Allzyme
®
e Fibrozyme
®
apresentaram resposta quadrática
em relação ao período experimental. Percebe-se com o
decorrer do tempo que as relações tendem a reduzir, in-
dicando que com o crescimento dos animais e aumento
da demanda energética, houve aumento na capacidade
de transporte de ácidos graxos para o fígado, para serem
metabolizados e gerar energia. Na tabela 5 podemos
observar que a HDL aumenta em relação ao período o
que contribui para os resultados verificados na tabela 6.
A fim de verificar possíveis desordens metabólicas
causadas em sua maioria por excesso de mobilização nos
animais faz-se necessária a avaliação de metabólitos de
perfil hepático (tabela 7).
A GGT é uma enzima associada ao metabolismo
do glutation, que pode ser encontrada na membrana ce-
lular (Varanis et al., 2021), e seus valores podem indicar
se há ocorrência de injúrias no tecido hepático (Siqueira
et al., 2020). Não houve efeito entre os tratamentos
(P>0,05) para a variável em questão, no entanto, houve
efeito quadrático ao longo do período (P<0,05), com
todos os valores acima do recomendado por Kaneko et al.
(2008). O ponto máximo da variável foi encontrado no
período d63, atingindo 78,32% acima do limite máximo
preconizado.
Este aumento pode ser tido como consequência
da dieta, onde um grande consumo de carboidratos
altamente fermentescíveis provenientes do concentrado,
que após a fermentação e absorção ruminal vão ser me-
tabolizados no fígado, aumentando a atividade hepática.
Além disso, as relações LDL/HDL e CT/HDL (tabela 7)
reduziram ao longo do tempo (indicando mais colesterol
sendo carreado para o fígado e consequentemente mais
atividade hepática), o que explicaria novamente os au-
mentos dos valores para a variável.
9
Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na dieta
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Tabela 5 Interação entre tratamento e período experimental para lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína
de alta densidade (HDL) (mg dL-1) de caprinos alimentos com enzimas exógenas na dieta
LDL
Período
Controle1
Amaize®
Allzyme®
Fibrozyme®2
P
0
30,68
40,60
43,56
37,84
0,7487
21
55,48
48,44
40,93
42,20
0,6281
42
54,48
47,20
37,26
29,56
0,2294
63
45,64
38,35
43,48
54,00
0,6913
84
50,92
37,20
34,63
40,94
0,5746
P
0,0000
0,1155
0,2595
0,0005
MG
47,44
42,35
39,97
40,90
CV
19,09
10,88
8,8
19,29
HDL
Período
Controle3
Amaize®
Allzyme®4
Fibrozyme®5
P
0
21,00
22,00
10,66
15,00
0,2178
21
13,40
20,60
23,16
22,80
0,3718
42
17,00
22,40
22,16
24,40
0,6755
63
22,20
18,50
19,00
24,40
0,7706
84
23,42
19,40
24,00
29,60
0,4529
P
0,0002
0,4242
0,0000
0,0000
MG
19,40
20,58
19,79
23,24
CV
19,00
17,49
24,61
20,26
1Y= 33,179715 + 0,724269x 0,005719x2 R2= 74,45%; 2Y= 38,751680 0,088239x 0,001521x2 R2= 17,31%; 3Y= 20,073098 0,222620x
0,002544x2 R2= 83,15%; 4Y= 12,194356 + 0,313869x 0,002177x2 R2= 67,65%; 5Y= 16,840244 + 0,112276x R2= 83,64%; MG: média
geral; CV: coeficiente de variação; P: valor de 5% de significância; Valores de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008): ( LDL: 29,4 -
65,9 mg dl-1 e HDL: 21,7 - 47,3 mg dL-1).
Não houve efeito das dietas ou período para
AST (P>0,05). Esta, é uma enzima citoplasmática e
mitocondrial, presente em vários tecidos como fígado,
músculos esquelético e cardíaco (Siqueira et al., 2020),
o seu valor médio encontrado no presente estudo foi de
68,52 U/L-1, o qual es58% abaixo do recomendado
por Kaneko et al. (2008) (163,00 513,00 U/L-1).
No entanto, o maior problema da AST é quando
seus valores estão acima do recomendado, onde indicam
quadros de lesão hepatocelular secundária, oriundos da
mobilização excessiva de lipídeos (Santos et al., 2015).
Como eram animais em desenvolvimento, com grande
parte da energia disponível direcionada para crescimento
muscular, a mobilização de lipídeos indicada pelos valores
de lipoproteínas não foi suficiente para gerar danos ao
tecido hepático com comprometimento da saúde animal.
Não houve efeito da dieta para o perfil proteico
de caprinos alimentados ou não com enzimas exógenas
(P>0,05). Houve diferença do período (P<0,05) para
as três variáveis proteicas: ureia, albumina e proteínas
totais (tabela 8).
A ureia apresentou resposta linear negativa para
o período (P<0,05), entretanto apresentou valores fora
do limite máximo preconizado por Kaneko et al. (2008),
estando o valor médio da variável 15,98% acima da faixa
de recomendação. A concentração sanguínea da ureia
é um indicador sensível e imediato que possui relação
direta com o aporte proteico da ração (Varanis et al.,
2021). Para que ocorra a síntese de proteína microbiana,
é necessário um sinergismo entre a amônia (oriunda da
proteína que chega ao rúmen) e os carboidratos na dieta
(Siqueira et al., 2020), caso o sinergismo não ocorra, a
amônia é absorvida pela parede ruminal e transportada
até o fígado, onde é transformada em ureia, e posterior-
mente eliminada, causando assim um prejuízo energético
no animal e contaminação ambiental.
10
Júnior, G. L. M. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Tabela 6 Interação entre tratamento e período experimental para as relações LDL/HDL e CT/HDL (mg dL-1) de
caprinos alimentos com enzimas exógenas na dieta
LDL/HDL
Período
Controle1
Amaize®
Allzyme®2
Fibrozyme®3
P
0
1,61B
1,83B
6,05A
3,47AB
0,0491
21
4,32
2,34
2,34
1,88
0,4923
42
4,07
2,04
1,67
1,17
0,3588
63
2,12
2,03
2,45
2,24
0,9900
84
2,12
1,90
1,40
1,54
0,9693
P
0,0001
0,9477
0,0000
0,0100
CT/HDL
Período
Controle4
Amaize®
Allzyme®5
Fibrozyme®6
P
0
2,85B
3,04B
7,63A
4,80AB
0,0457
21
5,58
3,58
3,56
3,06
0,5250
42
5,44
3,36
2,84
2,40
0,3665
63
3,31
3,26
3,84
3,44
0,9888
84
3,27
3,17
2,58
2,42
0,9515
P
0,0001
0,9511
0,0000
0,0064
1Y= 3,0732011 + 0,0096587x 0,000949x2 R2=83,42%; 2Y= 7,302070 0,125590x + 0,000836x2 R2= 86,06%; 3Y= 4,669130 0,057837x +
0,000393x2 R2= 74,27%; 4Y= 1,855194 + 0,092019x 0,000899x2 R2=81,89%; 5Y= 5,756689 0,115021x + 0,000759x2 R2= 87,73%; 6Y=
3,382305 0,058556x + 0,000428x2 R2= 77,74%. P: valor de 5% de significância; Letras maiúsculas na linha diferem estatisticamente (estatística
não paramétrica).
Tabela 7 Perfil hepático (U/L-1) de caprinos alimentos com enzimas exógenas na dieta
Tratamento
GGT
AST
Controle
86,95
62,48
Amaize
®
77,38
67,91
Allzyme
®
82,35
69,41
Fibrozyme®
90,46
74,12
P
0,6179
0,2017
Período
GGT1
AST
0
67,73
63,09
21
72,05
67,76
42
92,16
69.33
63
99,86
74,63
84
91,06
68,38
P
0,0000
0,0798
MG
84,28
68,52
CV
12,82
15,83
VR
20,00 - 56,00
163,00 - 513,00
1Y= 64,828093
+
0,550114x - 0,002456x2 R2
=
84,80%; MG: média geral; CV: coeficiente de variação; P: valor de 5% de significância; VR: valor
de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008).
11
Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na dieta
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
Infere-se que essa seja a explicação para a eleva-
ção dos valores no início do estudo. A falta de sinergismo
na degradação ruminal de carboidratos e proteínas, indi-
cam um escape de amônia do ambiente ruminal, com o
objetivo de manter o ambiente próximo da homeostasia.
A albumina, ao contrário da ureia, é um indi-
cador a longo prazo do estado proteico (Varanis et al.,
2021). Foi constatada resposta quadrática para o período
avaliado (<0,05) com valor máximo encontrado estando
2,82% acima do recomendado por Kaneko et al. (2008)
no período d63. Este aumento exponencial demonstra a
eficiência das dietas em manter os animais com aporte
proteico adequado a longo prazo. O que também explica
o comportamento apresentado pela frutosamina ao longo
do estudo.
Tabela 8 Perfil proteico de caprinos alimentos com enzimas exógenas na dieta
Tratamento
Ureia (mg/dL)
Albumina (g/dL)
Proteínas Totais (g/dL)
Controle
51,32
3,76
5,61
Amaize
®
49,76
3,77
5,64
Allzyme
®
48,51
3,79
5,66
Fibrozyme®
49,16
3,89
5,69
P
0,9330
0,8396
0,9917
Período
Ureia1(mg/dL)
Albumina2 (g/dL)
Proteínas Totais3 (g/dL)
0
53,14
3,74
5,42
21
51,30
3,79
5,51
42
49,51
3,76
5,43
63
47,69
4,01
6,19
84
46,78
3,73
5,76
P
0,0253
0,0431
0,0062
MG
49,64
3,80
5,65
CV
13,09
7,06
10,29
VR
21,40 - 42,80
2,70 - 3,90
6,40 - 7,00
1Y= 53,149542 0,06026x R2= 45,61%; 2Y= 3,735157 + 0,002941x 0,000019x2 R2 = 16,58%; 3Y= 5,360430 + 0,005355x R2 = 49.89%;
MG: média geral; CV: coeficiente de variação; P: valor de 5% de significância; VR: valor de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008).
Houve efeito quadrático do período para proteínas
totais que apresentaram valores aquém do recomenda-
do por Kaneko et al. (2008). A MG encontrada ficou
11,72% abaixo do limiar, indicando mais uma vez falta
de sinergismo na degradação ruminal de carboidratos e
proteínas, acarretando no escape da amônia (confirmada
pelos altos níveis de ureia), causando assim a redução da
formação de proteínas totais disponível para os animais.
Houve interações entre tratamento e período
experimental para ácido úrico e creatinina (tabela 9).
Houve efeito do período d84 (P<0,05) para creatinina,
com o tratamento Fibrozyme® sendo estatisticamente
igual ao Allzyme® e controle e superior ao Amaize®.
Todos os valores de creatinina encontrados fi-
caram fora do recomendado por Kaneko et al. (2008).
Para o período d84, os tratamentos Controle e Amaize®
permaneceram aquém do indicado pelo autor (3 e 39%,
respectivamente), enquanto os tratamentos Allzyme® e
Fibrozyme® extrapolaram o valor máximo recomendado
(11,82 e 60%, respectivamente). Com relação às dietas,
os tratamentos Controle e Fibrozyme® apresentaram
efeito linear positivo em relação ao período experimental,
demonstrando aumento exponencial dos valores para a
variável.
Segundo González e Silva (2006) creatinina
plasmática é oriunda, quase em sua totalidade, do cata-
bolismo da creatina presente no tecido muscular, sendo
sua concentração plasmática proporcional à massa e
atividade muscular. Níveis altos de creatina plasmática
também podem apontar casos de deficiência na funciona-
lidade renal, que a excreção de creatinina é realizada
apenas via renal, assim o animal apresentaria quadros de
desidratação, insuficiência renal ou atividade muscular
intensa e prolongada (González & Silva, 2006).
Associando os valores de metabólitos energéticos
(glicose e lipoproteínas) que confirmam adequado status
nutricional, o fato dos animais atingirem a puberdade
ao fim do estudo, com maior nível de interação entre
12
Júnior, G. L. M. et al.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
indivíduos, proporcionando maior atividade muscular e
a redução de CMS (gráfico 1). Têm-se a explicação dos
valores obtidos pela maior atividade muscular dos animais
que estavam em fase de crescimento e consequentemente
desenvolvimento muscular acelerado, proporcionando o
aumento dos níveis de creatinina no sangue.
Tabela 9 Interação entre tratamento e período experimental para ácido úrico e creatinina de caprinos alimentados
com enzimas exógenas na dieta
Ácido úrico
Período
Controle1
Amaize®2 Allzyme®3
Fibrozyme®4
P
0
0,30
0,26 0,33
0,50
0,5613
21
0,56
0,36 0,51
0,32
0,4655
42
0,40
0,34 0,68
0,32
0,1473
63
0,30
0,60 0,30
0,26
0,2977
84
0,46
0,32 0,53
0,46
0,6628
P
0,0140
0,0060 0,0000
0,0280
MG
0,40
0,37 0,47
0,37
Creatinina
Período
Controle5
Amaize®
Allzyme®
Fibrozyme®6
P
0
0,87
0,91
0,85
0,85
0,9987
21
0,85
0,79
0,84
0,83
0,9983
42
0,75
0,80
1,38
1,43
0,1445
63
1,59
0,72
1,31
1,31
0,1975
84
0,97AB
0,61B
1,23AB
1,76ª
0,0383
P
0,0265
0,8695
0,0895
0,0050
MG
1,00
0,76
1,12
1,23
1Y= 0,353933 + 0,003552x 0,00032x2 R2= 13,44%; 2Y= 0,286068 + 0,001577x R2= 26,87%; 3Y= 0,345315 + 0,008043x 0,00070x2 R2=
33,59%; 4Y= 0,502688 0,007812x 0,00067x2 R2= 75,42%; 5Y= 0,790122
+
0,003872x R2= 24,79%; 6Y= 0,769976
+
0,008239x R2=
80,18%. P: valor de 5% de significância; MG: média geral; Letras maiúsculas na linha diferem estatisticamente (estatística não paramétrica); Valores
de referência para caprinos segundo Kaneko et al. (2008): (ácido úrico: 0,30 - 1,00 mg/dL e creatinina: 1-1,10 mg/dL).
Não houve efeito dos períodos para ácido úrico.
Com relação às dietas, os tratamentos Controle, Allzy-
me® e Fibrozyme® apresentaram resposta quadrática em
relação ao período experimental, enquanto o tratamento
Amaize® apresentou efeito linear positivo, demonstrando
aumento no decorrer do estudo. Todos os valores obtidos
mantiveram-se dentro do preconizado por Kaneko et al.
(2008).
De acordo com Oliveira et al. (2018), o ácido
úrico é diretamente relacionado à ntese proteica mi-
crobiana pelos microrganismos ruminais, sendo assim,
quanto maior a concentração desse metabólito, maior é
a síntese microbiana e consequentemente maior o uso
da amônia ruminal, diminuindo o escape dela, promo-
vendo assim redução da quantidade de ureia no fígado
e consequentemente a concentração da ureia no plasma.
Dessa forma, os aumentos nos níveis do metabólito em
questão, indicam aumento da síntese proteica, com me-
lhor aproveitamento da amônia ruminal, justificando o
decréscimo encontrado nos valores de ureia (tabela 9)
no período experimental.
CONCLUSÃO
A utilização de enzimas exógenas na dieta de
caprinos em desenvolvimento foi eficaz em manter um
adequado status nutricional dos animais, aumentando os
níveis de metabólitos energéticos e proteicos no sangue,
sem causar efeitos deletérios provenientes de sobrecarga
hepática.
Contribuição dos autores
ABIDF: Redação do artigo científico. LFS: Plane-
jamento estatístico do projeto. GDLMJ: Autor intelectual
do projeto e redação do artigo. LEGV: Participação na
execução e análises do projeto. MTSS: Participação na
execução, redação e análises do projeto. KAO: Participação
na execução, redação e análises do projeto.
13
Consumo e metabólitos sanguíneos de cabritos alimentados com enzimas exógenas na dieta
Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 0113, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.44725
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