hoof growth (P
=
0.0673), social interaction (P
=
0, 0001), quality of accommodation (P
=
0.0001), dimensioning
of stall (P
=
0.0002) and aspects that influence the body condition score (P
=
0.0529). The scores for questions
related to the horse’s ability to feel pain (P
=
0.8346), the importance of social interaction (P
=
0.4507), the ideal
option for social interaction (P
=
0.1320) and body condition score (P
=
0.2750) were not significant. The type of
relationship between people and horses interferes with their perception of animal welfare. People who have some
kind of direct relationship with horses are more aware of the basic aspects of welfare than those who have no direct
relationship with horses.
Keywords: Behavior. Handling. Horse. Housing.
Introdução
Desde a sua domesticação, os cavalos são usados
para diversos propósitos como o militar, agrícola, até
fins esportivos ou recreativos. Com o papel do cavalo na
sociedade, a preocupação não só com desempenho nas
atividades, mas também com os cuidados e as condições
ambientais em que são submetidos têm aumentado (Mel-
lor e Beausoleil, 2017). Pesquisadores, produtores, técni-
cos e responsáveis relatam que problemas de bem-estar,
como as estereotipias, podem ser reduzidas e/ou evitadas
melhorando o conhecimento biológico e comportamen-
tal de todos os entusiastas e envolvidos nas atividades
com os cavalos (Visser e Wijk-Jansen, 2012). Para tanto
é necessário explorar e obter mais informações sobre o
perfil e o conhecimento destas pessoas. De acordo com
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA, 2016) é obrigatório que os manejadores de cava-
los entendam sobre comportamento e busquem conhecer o
modo de vida desses animais proporcionando um melhor
relacionamento, respeitando suas características naturais
e necessidades de sobrevivência.
Como o bem-estar é uma ciência tão complexa
e multifatorial, diversos desafios são encontrados para
sua mensuração. Para equinos, diversos protocolos para
avaliação de bem-estar foram desenvolvidos. O protocolo
da AWIN (Animal Welfare Indicators) (AWIN, 2015)
tornou-se uma ferramenta viável, confiável e válida para
avaliar o bem-estar dos cavalos. Outro exemplo é a ferra-
menta padronizada de avaliação de bem-estar em equinos
(SEBWAT) de Sommerville et al. (2018), utilizada para
identificar e avaliar o nível de bem-estar dos cavalos
pelo manejo alimentar, instalações, cuidados sanitários
e comportamento.
Até o momento da elaboração desse trabalho, não
foram encontrados estudos na literatura que avaliaram
a percepção de diferentes grupos de pessoas acerca do
bem-estar de equinos no Brasil. Sendo assim, objetivou-se
aprofundar o conhecimento a respeito da percepção de
bem-estar de equinos por pessoas com diferentes relacio-
namentos com estes animais, de forma a contribuir para
avanços na compreensão de como as diferentes relações
homem-animal influenciam na percepção do bem-estar
de equinos
Material e Métodos
Elaboração dos questionários
A pesquisa investigou a percepção de pessoas com
diferentes relações com equinos, sendo: i) proprietários
com foco em lazer, ii) proprietários competidores, iii)
competidores não proprietários, iv) profissionais da área
(médicos veterinários, zootecnistas e afins), v) treinadores
e vi) pessoas sem contato direto com cavalos, a respeito
de aspectos do bem-estar desta espécie.
O trabalho foi executado em quatro etapas, sendo
a primeira o levantamento de estabelecimentos, associa-
ções e entidades que reúnam e/ou tenham contatos com
estas pessoas, e a segunda o contato com estas organiza-
ções e convite para participação na pesquisa. A terceira
etapa consistiu na elaboração de um questionário em
plataforma online, e sua divulgação por vias eletrônicas
para os participantes. Por fim, no quarto passo foi reali-
zada a análise e interpretação quantitativa e qualitativa
dos dados obtidos.
O questionário foi elaborado na plataforma Goo-
gleDocs contendo 15 questões fechadas abordando o tema
de bem-estar associado a dor, estereotipias, casco, intera-
ção social, alojamento e escore de condição corporal. A
aplicação do questionário foi realizada por meio digital,
com divulgação da ferramenta por meios eletrônicos. O
questionário foi enviado a associações de criadores de
equinos, associações de médicos veterinários de equinos,
associação de provas equestres e associações de raças
específicas, graduandos e professores dos cursos de me-
dicina veterinária e zootecnia, profissionais das áreas e
pessoas em geral de todo o Brasil. Foram contabilizados
319 respondentes.
Análise estatística
A análise foi realizada por meio de teste qui-qua-
drado (χ2) de Pearson. Foi avaliada por teste de indepen-
dência a hipótese de que o tipo de relação com cavalos
(i) proprietários com foco em lazer, ii) proprietários
competidores, iii) competidores não proprietários, iv)
profissionais da área (médicos veterinários, zootecnistas
e afins), v) treinadores e vi) pessoas sem contato direto
com cavalos) afeta a percepção das pessoas sobre aspectos
básicos do bem-estar de equinos.