Uma estética democrática em José Saramago

Autores

  • Deivis Jhones Garlet Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Rosani Ketzer Umbach Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.23.1.54-66

Palavras-chave:

Romance, José Saramago, democracia, dialética, estética

Resumo

Os estudos acerca da obra de José Saramago caracterizam-se pela predominância de temas ligados ao humanismo, à democracia, à solidariedade, à exploração socioeconômica, entre outros. Igualmente, a posição do autor enquanto cidadão, de reiteradas críticas à imposição de interesses mercantis sobre a política, deturpando a democracia vigente na maior parte dos países da atualidade, também figura em diversas análises. Tomando tais características como base, pontuamos a necessidade de se reconhecer a democracia em José Saramago em um nível formal, mais precisamente na estrutura romanesca (aqui delimitada ao plano das ações). Argumentaremos que a estrutura do romance saramaguiano é dialética, viabilizando a realização plena do conteúdo democrático sem recair no ufanismo absoluto. Com uma análise do Ensaio sobre a lucidez, pretendemos objetivar a abstrata estrutura dialética para, então, sugerir uma qualificação para a estética saramaguiana: uma estética democrática.

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Biografia do Autor

  • Deivis Jhones Garlet, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
    Doutor em Letras, Estudos Literários; Mestre em Letras, Estudos Literários; Especialista em Pensamento Político Brasileiro; Graduado em História, todos pela UFSM.
  • Rosani Ketzer Umbach, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
    Doutora em Neuere Deutsche Literatur, pela Freie Universität Berlin; Mestre em Letras e graduada em Letras e Comunicação Social, pela Universidade Federal de Santa Maria. Pesquisadora 1D do CNPQ e professora titular da UFSM.

Referências

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Publicado

2018-03-16

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