O texto se limita?
Discussão baseada em Gérard Genette e João do Rio
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.22.3.171-182Palavras-chave:
paratexto e texto, livro, A alma encantadora das ruasResumo
O conceito de “paratexto” apresentado por Gérard Genette pressupõe que o texto literário delimita um território inequívoco e, idealmente, inviolável. Essa concepção de texto é análoga à noção de livro enquanto “fortaleza”, enquanto totalidade autossuficiente cujos significados estariam contidos em si mesma, como descreve Michel Melot. Porém, os elementos que Genette define como “paratextos” também podem se prestar à deslimitação do texto e, pois, do livro, contribuindo para lançá-lo para “fora” de si mesmo, ou melhor, para questionar o pressuposto de que haja “dentro” e “fora”. A partir da análise de dois itens paratextuais do livro A alma encantadora das ruas, do cronista João do Rio, pretendemos refletir sobre como pode ocorrer essa indeterminação de demarcações, ainda que haja sempre índices determinantes em qualquer contexto de leitura.
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Referências
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
GENETTE, Gérard. Paratextos editoriais. Tradução de Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê Editorial, 2009.
JEROME, Jerome K. 14 books in 1. S.l.: Shoes & Ships & Sealing Wax, 2006.
MELOT, Michel. Livro. Tradução de Marisa Midori Daeto e Valéria Guimarães. Cotia: Ateliê Editorial, 2012.
RIO, João do. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.



