Edward Lear e Renato Pompeu
possível diálogo para um nonsense reinventado
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.21.1.186-202Palavras-chave:
Renato Pompeu, Edward Lear, nonsense e contemporaneidade, fragmentação narrativaResumo
RESUMO:
Este ensaio tem por objetivo resgatar o conceito do gênero nonsense com a finalidade de testar a hipótese de um possível diálogo entre textos de duas obras de características e épocas distintas: Viagem numa peneira, de Edward Lear (1846) e Quatro-olhos, de Renato Pompeu (1976). Os estudos feitos permitem comprovar que, entre os textos analisados, existem traços que possibilitam não apenas aproximá-los, mas também realizar uma reinterpretação do gênero nonsense no contexto da contemporaneidade. Para o desenvolvimento do trabalho, elegemos alguns teóricos que dão suporte à análise das obras ficcionais, são eles: Aristóteles (2011), Croce (1995), Sewell (1952), Stewart (1978), Huizinga (2010) e Agamben (2009). A partir de uma breve retomada histórico-conceitual, nossa atenção volta-se para a perspectiva de comprovação da hipótese sobre o gênero literário nonsense, sua ligação com a era vitoriana e as reverberações que o referido gênero traz para a nossa contemporaneidade, deixando como saldo a tendência para a fragmentação narrativa.
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