Literatura coutiana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.29.2.104-121

Palavras-chave:

Literatura africana, Colonização, Epístolas, Ritual fúnebre, Assimilação

Resumo

Nosso propósito, com este trabalho, é estudar os feitos da exploração capitalista em Luar-do-Chão, uma ilha fictícia do romance Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto (2003). Herança da colonização portuguesa, a exploração capitalista continua mesmo após a independência do país, cujo enredo é atravessado pelas histórias de Moçambique, país natal do escritor. Analisamos o discurso literário, sobretudo o hibridismo caracterizado pelo gênero discursivo carta no romance coutiano. As concepções bakhtinianas sobre a teoria do romance e a cronotopia, junto aos estudos sobre o gênero epistolar, nos auxiliam neste trabalho, alicerçado por duas cartas da obra. Pesquisamos a exploração capitalista representada, as condições e formas em que ocorrem. O estudo faz parte da nossa tese de doutoramento, que se encontra em andamento.

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Biografia do Autor

  • Aldeci Nardes Silva, Universidade de São Paulo

    Doutoranda em Estudo do discurso literário: análise comparativo-discursiva de Buriti, de João Guimarães Rosa; e de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto, pela Universidade de São Paulo (USP), e mestra em Linguística pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL). Atua como orientadora de projeto integrador na graduação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) e como professora de língua portuguesa na educação básica nas redes estadual e municipal de São Paulo.

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Publicado

2025-06-16

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias