O “vazio sussurrante corpo” em A mais aberta, de Jonas Samudio.
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.3.118-127Palavras-chave:
Poesia, Corpo, Gozo, QueerResumo
O presente trabalho trata da primazia do corpo e da proposta de um corpo queer em A mais aberta, de Jonas Samudio. Partiremos da relação da literatura com a psicanálise, de modo mais essencial, de Roland Barthes e Jacques Lacan, com suas formulações sobre o gozo e o corpo, a fim de elucidar como essa poética, ao eleger o corte sintático e privilegiar a fenda entre dois usos possíveis da língua, faz emergir o corpo no âmbito da leitura. Ao analisar o estilo através do qual há a emergência do corpo, veremos, a partir de formulações teóricas de Paul Beatriz Preciado, que esse livro pode ser pensado como um corpo queer, dotado de uma ética e de uma proposta política singular.Downloads
Referências
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